ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-12-2002.

 


Aos cinco dias do mês de dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Pedro Américo Leal e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Quinta Sessão Extraordinária e da Quadragésima Terceira Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Almerindo Filho, 01 Pedido de Providências e, juntamente com o Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 227/02 (Processo nº 3522/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, a Indicação nº 049/02 (Processo nº 3611/02); pelo Vereador Paulo Brum 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 700 e 701/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 10619385 e 10619919/02, do Senhor Sady Carnot Falcão Filho, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Ilce Bittencourt Studzinski, representante da Associação dos Moradores e Amigos da Vila Planalto, que discorreu acerca do traçado proposto para a construção da Radial Anita Garibaldi, alegando ser essa obra inviável nos seus aspectos técnicos, sociais e econômicos, em função dos prejuízos que ocasionará à população e edificações do entorno. Também, propugnou pela votação urgente do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/01 (Processo nº 3277/01), que dispõe sobre a matéria. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Haroldo de Souza, Sebastião Melo, Raul Carrion e Nereu D'Avila manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de Souza, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/01 (Processo nº 3277/01) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando Renovação de Votação para o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/02 (Processo nº 2685/02), tendo o Vereador Sebastião Melo manifestado-se acerca desse Requerimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch teceu considerações a respeito da quarta edição da Bienal do MERCOSUL, a ser realizada em dois mil e três em Porto Alegre, enaltecendo a iniciativa dos Governos Municipal, Estadual e Federal que, juntamente com instituições privadas, se empenharam na realização desse evento. Nesse sentido, comentou as atividades culturais, sociais e políticas programadas para acontecerem durante a Bienal do MERCOSUL. O Vereador Carlos Alberto Garcia, debatendo o crescimento da violência entre os jovens nos últimos vinte anos no País, analisou pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, onde são comparados dados acerca dos homicídios cometidos no Brasil e em outros países e enfocou as causas da criminalidade que, no entender de Sua Excelência, derivam da falta de oportunidades profissionais para os jovens. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Iraí Lima, do PTB, Presidente da Câmara Municipal de Tramandaí - RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Pestana, reiterando a posição do Partido dos Trabalhadores, contrária à abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre, apontou problemas decorrentes dessa liberalização. Ainda, convidou os presentes para debate promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, a ser realizado amanhã, no Teatro Glênio Peres, que tratará do aumento de preços nos produtos da cesta básica. O Vereador Cassiá Carpes pronunciou-se criticamente quanto ao projeto de revitalização do Centro da Cidade promovido pelo Executivo Municipal, argumentando que falta vontade política por parte da Prefeitura Municipal para resolver a questão do comércio irregular naquela área. Além disso, citou problemas que, na opinião de Sua Excelência, deveriam ser combatidos prioritariamente, a fim de serem fortalecidas as condições de desenvolvimento do Centro. A Vereadora Clênia Maranhão pronunciou-se sobre a realização de campanha organizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, intitulada “Comitê Natal Sem Fome”, discorrendo sobre a importância da mesma no sentido de chamar a atenção para os problemas sociais enfrentados pela população de baixa renda. Também, registrou o transcurso, no dia dez de dezembro do corrente, do Dia Internacional de Luta pelos Direitos Humanos. O Vereador Dr. Goulart parabenizou a Vereadora Clênia Maranhão pela aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 148/02, que dispõe sobre a criação do Serviço de Verificação de Óbitos no Município. Também, discorreu sobre matéria veiculada pela imprensa acerca da postura adotada pela Organização das Nações Unidas - ONU, no que tange à questão do controle de natalidade no Brasil, defendendo a necessidade da implementação de políticas públicas voltadas para a área de planejamento familiar. O Vereador Elói Guimarães manifestou-se sobre a relevância do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, que dispõe sobre a abertura e horário de funcionamento do comércio aos domingos no Município e teceu considerações sobre a natureza política dos trabalhos desenvolvidos nesta Casa. Também, externou seu apoio à implantação de um hospital na Zona Sul da Cidade, propugnando pelo engajamento do Executivo Municipal para debater essa questão. O Vereador Ervino Besson externou a satisfação de Sua Excelência em participar de evento pertinente à entrega de novas habitações à comunidade indígena da Reserva do Cantagalo, localizada no Município de Viamão. Em relação ao assunto, destacou o empenho da Arquidiocese de Porto Alegre, juntamente com o apoio do Secretariado de Ação Social da mesma e do Consulado-Geral da Alemanha na Capital, para a realização dessa obra e ressaltou o transcurso, hoje, do Dia Internacional do Voluntariado. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 204/02, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Zé Valdir, Reginaldo Pujol e João Carlos Nedel, 220/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Juarez Pinheiro e João Carlos Nedel, e 223/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza analisou criticamente as discussões político-partidárias realizadas nesta Casa durante a presente Legislatura e referiu-se à importância da apreciação de Projetos em tramitação na Ordem do Dia. Ainda, defendeu a implementação de políticas públicas que busquem melhorar as condições sócioeconômicas de segmentos da população porto-alegrense e reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Dr. Goulart, relativamente à questão do planejamento familiar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion, abordando questões relativas à votação do Projeto de Lei que dispõe sobre a abertura e o horário do comércio aos domingos no Município de Porto Alegre, analisou as expectativas da população de Porto Alegre no aguardo da apreciação dessa matéria. Ainda, afirmou que a abertura do comércio aos domingos e feriados não significou incremento dos negócios e aumento do número de vendas. O Vereador Fernando Záchia, dissertando a respeito do Programa intitulado “Fome Zero”, o qual deverá ser implantado pela equipe do Senhor Luís Inácio Lula da Silva, Presidente da República eleito, questionou a implementação da Lei Municipal nº 8.814/01, pelo Poder Executivo local, decorrente da aprovação de Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, que trata da coleta e distribuição de sobras alimentares em condições de aproveitamento no âmbito deste Município. O Vereador João Antonio Dib, analisando o teor do artigo 229 do Regimento desta Câmara Municipal, que disciplina as inscrições dos Senhores Vereadores para pronunciamentos em Comunicação de Líder, perquiriu a adequação da práxis desses discursos ao preceituado nesse instrumento regimental. Também, asseverou a necessidade de que o Regimento seja reavaliado e seus artigos adequados às necessidades de trabalho desta Casa Legislativa. O Vereador Ervino Besson, analisando o teor do Projeto de Lei do Legislativo nº 224/02, de autoria de Sua Excelência, o qual trata da supressão do endereço do usuário nas carteiras de passagem escolar, contestou pronunciamento contrário à matéria feito pelo Vereador Zé Valdir. Ainda, enumerou entidades que manifestaram apoio à proposta e avaliou as possíveis vantagens decorrentes da aprovação desse projeto em favor da segurança dos usuários da carteira escolar. O Vereador Estilac Xavier exibiu notícia publicada hoje no jornal O Sul, sobre apreensão de armas, munição, processos, serpentes, urnas e cédulas eleitorais do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre em propriedade do Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, instando pelo esclarecimento dos fatos. Ainda, noticiou que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul aprovou Projeto de Emenda Constitucional que dá competência aos municípios para legislar sobre o horário de funcionamento do comércio. O Vereador Reginaldo Pujol, perquirindo sobre os problemas verificados na segurança pública, procedeu à leitura de artigo publicado no jornal Zero Hora do dia trinta de novembro do ano corrente, de autoria do Senhor Eduardo Battaglia Krause, Conselheiro da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, em que o mesmo relata reiterados roubos sofridos por seu filho e analisa os fatores que permeiam a falta de segurança nas cidades. O Vereador Elói Guimarães reportou-se ao transcurso, hoje, do Dia Internacional do Voluntariado, enaltecendo o trabalho desenvolvido por diversas organizações não-governamentais em prol das camadas sociais menos assistidas. Também, destacou a versatilidade dos serviços prestados por essas entidades e sugeriu a realização de trabalho voluntário, em conjunto com o Poder Público, voltado ao combate à violência e à criminalidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento do Vereador Sebastião Melo, solicitando Renovação de Votação para o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/02 (Processo nº 2685/02). Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas, todas relativas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02 (Processo nº 1415/02): de nºs 02 e 05, de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, de nº 03, proposta pelo Vereador Marcelo Danéris e assinada pelo Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B; de nº 04, de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando que as Emendas nºs 02, 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02 (Processo nº 1415/02), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02, com ressalva das Emendas a ele apostas. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02, por dez votos SIM e quinze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Paulo Brum e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Foram aprovadas as Emendas nºs 02, 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/01, por quinze votos SIM e onze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Na oportunidade, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a tramitação e votação do Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/02, por vinte votos SIM e dez votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Dr. Goulart, Sebastião Melo, Juarez Pinheiro, João Antonio Dib e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 113/02, o Vereador Nereu D'Avila cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Isaac Ainhorn. Também, foi apregoada a Emenda nº 07, proposta pelo Vereador Paulo Brum e assinada pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 225/01 (Processo nº 3204/01). Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Às dezessete horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas, constatada a existência de quórum. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando que as Emendas nºs 04, 05, 06 e 07 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, todas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 225/01 (Processo nº 3204/01), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 225/01, com ressalva das Emendas e da Subemenda a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Beto Moesch. Foram aprovadas as Emendas nºs 02, 03, 01 e sua Subemenda nº 01, 04, 05, 06 e 07, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 225/01. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 073/02, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e nove votos SIM e dois votos NÃO, após ser discutido pelo Vereador Sebastião Melo e encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir e Não os Vereadores Haroldo de Souza e Sebastião Melo. Após, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 073/02. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/01, por dezenove votos SIM e um voto NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, João Antonio Dib e Estilac Xavier, em votação nominal solicitada pelo Vereador José Fortunati, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não o Vereador João Antonio Dib. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/01, o Vereador João Bosco Vaz cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, por vinte votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Zé Valdir. A seguir, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores João Antonio Dib e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02 (Processo nº 2832/02). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, com ressalva das Emendas e Subemenda a ele apostas, por dezessete votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e encaminhado à votação pelos Vereadores Valdir Caetano, Carlos Alberto Garcia, Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, o Vereador Dr. Goulart cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Reginaldo Pujol. Também, por solicitação do Vereador Fernando Záchia, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por dezoito votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por dezenove votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Estilac Xavier, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por um voto SIM e dezoito votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Estilac Xavier, tendo votado Sim o Vereador Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por dezoito votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Estilac Xavier, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi rejeitada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por dois votos SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Haroldo de Souza e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi rejeitada a Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por três votos SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Haroldo de Souza, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi rejeitada a Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por cinco votos SIM e quinze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, por vinte votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Às vinte horas e vinte e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Ilce Bittencourt Studzinski, representando a Associação dos Moradores e Amigos da Vila Planalto, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à Radial Anita Garibaldi, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. ILCE BITTENCOURT STUDZINSKI: (Lê.) “Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, demais cidadãos e cidadãs presentes neste Plenário, muito boa-tarde. Eu sou Ilce Bittencourt Studzinski, membro da Comissão Radial. Estou aqui, em meu nome, em nome da Associação dos Moradores e Amigos da Vila Planalto, da Ambajai, da Amapp, do Hospital Banco de Olhos e da Escola de 1.º e 2.º Graus Gomes Carneiro, da Comissão Radial, bem como em nome das famílias atingidas pelo traçado, moradoras dos bairros Vila Ipiranga, Jardim Itu, Parque do Arvoredo, Jardim Planalto, Vila Planalto, Vila Ingá, Vila Passo das Pedras, Bairro Rubem Berta, Vila Batista Flores e outras tantas presentes neste Plenário, para fazermos algumas considerações sobre o traçado inicial proposto para a Radial Anita e seu decorrente gravame, exercendo assim nosso direito de cidadania. Sobre isso, viemos, respeitosamente, expor o que é de nosso conhecimento a respeito do polêmico tema Radial Anita – POA/Alvorada. O projeto do traçado da Radial Anita – POA/Alvorada foi elaborado por técnicos da SPM - Secretaria Municipal de Planejamento -, na gestão do Secretário Newton Burmeister, homologado pelo então Prefeito Raul Pont, em 14 de julho de 1998, pela Resolução n.º 1.796, e foi, posteriormente, encaminhado a esta Câmara Municipal para apreciação, aprovação e inclusão no II PDDUA - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental.

Cabe lembrar que o mapa utilizado pelos técnicos como referência para elaborarem o traçado era antigo e, portanto, desatualizado. Mostrava grandes vazios urbanos, pois ainda não contemplava os equipamentos públicos existentes à época da elaboração do Projeto, bem como centenas de outras edificações nos diversos bairros que se formaram onde antes eram vazios urbanos.

Após várias reuniões com os técnicos da SPM e o Fórum Regional de Planejamento da Região 2, fomos informados pelo próprio Secretário da SPM de que a Cidade não poderia abrir mão desta Radial, em função dos Corredores de Centralidade.

Cientes da perda que teríamos em relação ao comprometimento dos equipamentos públicos e expressivo número de casas e edificações que seriam atingidas pelo traçado, consideramos ser esse traçado inviável, tanto nos aspectos técnicos como nos sociais e econômicos. E iniciamos assim uma caminhada junto à Secretaria, reivindicando um reestudo do referido traçado baseando-se em mapa atualizado, o que posteriormente foi referendado pelos técnicos da SPM.

Ao mesmo tempo, realizamos nossa primeira Tribuna Popular nesta Casa, em junho de 1999, ocasião em que expusemos o assunto com detalhes aos Srs. Vereadores. Ao tomarem conhecimento, alguns de nossos Vereadores visitaram os bairros atingidos pelo traçado proposto e constataram in loco a inadequação do mesmo.

Após longas discussões nesta Casa, o traçado proposto para a Radial Anita foi rejeitado; Emendas foram elaboradas, substituídas e, ao final, foi aprovada a Emenda de n.º 328, de autoria do Ver. João Motta, que se transformou posteriormente, no inciso XV do art. 162 do 2.º PDDUA, Lei Complementar n.º 434/99, o qual determinou: ‘...um prazo de até 360 dias a partir da data da publicação da Lei, para a definição de um novo traçado da Radial Anita-Porto Alegre/Alvorada...’. Pois bem, a publicação desta Lei se deu em 24 de dezembro de 1999, há quase três anos.

Somente em 16 de agosto de 2001, é que deu entrada no Protocolo da Câmara Municipal de Porto Alegre o Proc. n.º 3.277/01, capeando o Proc. n.º 02080565.00.0, contendo o novo traçado proposto para a Radial Anita, bem como o traçado de uma Via Coletora, para apreciação e votação dos Srs. Vereadores.

O que nos surpreende é que esta mesma Casa Legislativa, que estabeleceu prazo para que se elaborasse um novo traçado, permanece ainda hoje com o Processo acima mencionado, que já recebeu com considerável atraso, parado em sua Diretoria Legislativa desde o dia 16 de outubro de 2001. Ou seja, há mais de um ano em um mesmo Setor, apenas e tão-somente aguardando condições regimentais que facultem a votação de um requerimento solicitando Reunião Conjunta. E, ao que nos parece, depende apenas de se ter tais condições para se colocar em votação em uma das tantas Sessões que se realizam nesta Casa Legislativa.

Por isso, estamos aqui e queremos aproveitar para solicitar, encarecidamente, aos Srs. Vereadores da cidade de Porto Alegre que apreciem, em regime de urgência, o Proc. n.º 3.277/01, para assim cumprirem o estabelecido no inciso XV do art. 162 da Lei Complementar n.º 434/99.

Apreciado o Processo, votem Sim ou Não ao traçado alternativo proposto para a Radial Anita.

É importante lembrarem que para nós é inadiável e de fundamental e primeiríssima importância V. Ex.as legislarem sobre a retirada do gravame, imposto através da Resolução n.º 1.796/98 do Conselho Municipal do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, datada de 14-7-1998. Gravame este que ainda hoje incide sobre imóveis situados ao longo do trajeto do traçado proposto inicialmente para a Radial Anita, deixando-nos completamente engessados e, ao que nós sabemos não existe lei que proíba a retirada desse gravame, até porque o novo traçado proposto já está nesta Casa, é apenas uma questão de apreciar e se posicionar.

É oportuno lembrar que já existe uma Radial Leste, a Nilo Peçanha/Alvorada, a qual precisa apenas ser concluída para assim atingir o seu objetivo, bem como existe um outro projeto de traçado para a Av. Grécia, o qual também se estenderá até a cidade de Alvorada.

E mais, só para ilustrar, ao longo de nossa caminhada, sugerimos que após a Av. Túlio de Rose, ao invés de dar continuidade à Radial Anita, a partir dali fosse viabilizada uma ligação desse traçado com a própria Av. Nilo Peçanha.

Assim, perguntamos: por que a Radial Anita não segue apenas até o final do futuro Parque Germânia? Isso já seria suficiente para desobstruir as ruas que atualmente se encontram interrompidas, impedindo que o trânsito flua normalmente.

Srs. Vereadores, voltamos a solicitar encarecidamente que votem Sim ou Não, ou, então, aceitem a sugestão de ligação com a Nilo Peçanha, acima mencionada, ou decidam pela extinção de ambos os traçados.

Enfim, o que é inadmissível é esse impasse, esse nada; alguém precisa e tem o dever de dar o primeiro passo; ou aprovam ou rejeitam o Projeto de traçado que se encontra nesta Casa justamente para esse fim único.

Também é preciso que fique claro que o mais importante de tudo é que não queremos e não aceitamos mais a permanência desse gravame instituído em função de um projeto de traçado da Radial, já rejeitado. As considerações acima por si só referendam nossa posição.

Assim, esperamos que com esta exposição sintetizada tenhamos contribuído com informações e posições claras e relevantes, bem como colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários que estejam, obviamente, ao nosso alcance. Porto Alegre, 5 de dezembro de 2002. Comissão Radial.”

Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convidamos a Sr.ª Ilce Bittencourt Studzinski para fazer parte da Mesa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, cara amiga Ilce Studzinski, da Associação de Moradores e Amigos da Vila Planalto. Antes de mais nada, desejo pedir desculpas, com toda a humildade, pelo menos um, trinta e três avos da culpa que me cabe. No dia 27 de fevereiro foi pedida urgência para esse Projeto, e a Casa não teve tempo de analisar o Requerimento de urgência. No entanto, depois de termos discutido por 17 dias o problema da abertura do comércio ou não aos domingos, estamos reunidos para votar, outra vez um projeto semelhante. Parece que problemas urbanos que mortificam a vida dos moradores atingidos não têm nenhuma preocupação com a Casa do Povo de Porto Alegre. O povo que fique lá esperando que um dia se consiga resolver um Requerimento de urgência. Acho que passados todos os tempos permitidos na Lei do Plano Diretor, o tempo que esse Projeto está aqui - que é do ano passado -, não conseguimos a urgência, mas acho que a apresentação feita, hoje, pela Associação é muito importante. E acho, também, que a Radial Anita poderia chegar ao Parque Alemanha, o processo do loteamento Germânia, e encerrar por ali, para sabermos, só no futuro, o que poderá acontecer.

Quero lembrar a esta Casa que o primeiro Plano Diretor da Cidade estabelecia um túnel na Rua João Manoel, e durante anos e anos os moradores daquela rua foram penalizados, não podiam resolver seus problemas. Até que chegou um Prefeito da estatura de Telmo Thompson Flores e mandou retirar do Plano Diretor porque não seria feito, como realmente não fez falta nenhuma e não foi feito.

Portanto, estamos pedindo desculpas, mas precisamos buscar uma solução o mais rápido possível. Saúde e paz! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ª Ilce Bittencourt Studzinski, da Associação de Moradores e Amigos da Vila Planalto, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores queremos dizer que, ao longo deste ano, tivemos inúmeras Tribunas Populares, todas elas com significação, mas, a nosso juízo, nenhuma é mais importante do que esta que estamos, neste momento, realizando, quando a senhora nos traz a posição dos moradores em nome da comunidade. A definição da questão da Radial Anita é uma imposição, inclusive, de ordem ética desta Casa. V. S.ª lembrou os passos que levaram a esse processo, ou seja, a partir do Plano Diretor, a determinação de que o Poder Executivo encaminhasse a esta Casa uma alternativa no sentido de que a Rua Anita Garibaldi não tivesse uma continuidade depois da Estrada do Forte, pela Av. Brasília; o Governo encaminhou uma alternativa, que foi pela Rua Dom Luiz Guanella; foi pedida urgência no final do ano passado, e, até hoje, esta Casa não apreciou. Não estamos, neste momento, culpando nenhuma Bancada e nenhum Vereador. Todos nós, os 33 Vereadores, de todas as Bancadas, somos responsáveis por esse impasse. E esse impasse, Ver. Fernando Záchia, que, inclusive, possibilita um pedido de votação do Projeto do Parque Germânia, não prejudica apenas os moradores das cercanias da Av. Brasília; ele prejudica todos os moradores daquela região, porque, se esse gravame for retirado, e acho que deve ser retirado da Av. Brasília, irá ser colocado em outro local, porque nós temos uma posição diferenciada, entendemos que seja impositivo que haja uma nova radial paralela à Av. Assis Brasil, paralela à Av. Protásio Alves, no sentido do escoamento daquela região, porque, com a colocação de grandes empreendimentos, a circulação está extremamente prejudicada. E as pessoas que vierem a residir em outro traçado estão, hoje, adquirindo propriedades, e, poderão, de uma hora para outra, receber também esse gravame transferido da Av. Brasília para esse outro local. É uma imposição que logicamente atende aos interesses dos moradores do entorno da Av. Brasília, mas também de toda aquela região e de toda a cidade de Porto Alegre, porque aquela região tem de ter uma saída - no sentido da circulação de veículos e de pessoas - paralela à Av. Assis Brasil e à Av. Protásio Alves.

Portanto, esta Tribuna Popular é de grande importância, e espero que faça com que todas as Bancadas reflitam da obrigatoriedade que temos de decidir, seja até de manter o gravame ou não na Av. Brasília, mas decidir, porque as comunidades estão sendo prejudicadas e nós precisamos encontrar uma alternativa. Temos a obrigação ética de votar essa urgência e o Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ª Ilce Bittencourt Studzinski, da Associação de Moradores e Amigos da Vila Planalto, seja bem-vinda sempre a esta Casa, colocamo-nos à sua inteira disposição. Que bom, para mim, que o Ver. João Dib largou na frente e pediu desculpas por um trinta e três avos; pela parte que me cabe também estou pedindo desculpas. Porque estou há muito pouco tempo na Casa e aí fico a pensar: se um Projeto tão importante como esse está parado, quantos outros devem estar parados? Quero comunicar à senhora, podem até julgar que é oportunismo ou não, estou-me “lixando” para isso, já pedi junto à Casa para que o PLCE n.º 003/01 seja colocado em regime de urgência, através do art. 81, para que, num acordo com as demais Bancadas, possamos ainda votar neste ano. Já entreguei ao Presidente Paulo Brum que deverá, daqui a pouquinho, fazer a comunicação.

Do seu pronunciamento uma pergunta fica aqui: por que a Radial Anita não segue apenas o final do futuro Parque Germânia? Por que não? Vamos discutir a respeito disso. Coloco-me à sua disposição. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, Dona Ilce - a nossa saudação muito especial em meu nome e em nome do Ver. Luiz Fernando Záchia, da Bancada do PMDB. Primeiro, preciso repor aqui uma questão, sob pena de transitar em julgado uma coisa que não é verdadeira. Este Projeto é do Executivo e, depois que ele entrou aqui, o Governo já fez votar vários outros Projetos e nunca priorizou este Projeto. Vamos devagar, porque senão vamos transferir uma responsabilidade que era do Governo, porque a oposição sempre esteve aberta a essa discussão. Segundo, quero dizer o seguinte: não nos agrada colocar comunidade contra comunidade. Eu acho que a comunidade da Rua Dom Luiz Guanella tem a sua demanda, a comunidade do Banco de Olhos tem a sua demanda e é preciso encontrar uma terceira alternativa. E eu quero dizer que sou parceiro, já estive lá com a senhora, com a comunidade, em várias reuniões. E acho que a análise dessa matéria deve ser agora. Porque se há urgência para votar o Parque Germânia, que entrou nesta Casa no dia 30 de outubro, e para mim esta matéria está diretamente “lincada”, porque vai, sem dúvida alguma, trazer um empreendimento para aquela região de mais de sete mil pessoas, são um mil e seis unidades; já há, sem dúvida alguma, um acréscimo muito grande com o equipamento do Shopping Bourbon. Portanto, esta matéria tem de ser deliberada, e eu entendo, Dona Ilce, que há outras alternativas que não sejam somente a da Rua Dom Luiz Guanella e a do Banco dos Olhos, que pode ser encontrada. Eu espero que o Governo tenha o bom senso de, por intermédio da Secretaria Municipal dos Transportes, do Conselho e dos órgãos “lincados” que gerenciam essa área. E nós, da Câmara de Vereadores, seremos parceiros. Penso que a atitude do meu colega aqui de Bancada, de assento, de arrastar para a deliberação, porque ainda temos quatro Sessões, vem ao encontro daquilo que a senhora expressou aqui neste Plenário.

Da nossa Bancada, a senhora não só terá o apoio, mas terá o debate aprofundado, porque, se por um lado, o empreendimento Germânia, eu sei que tanto essa comunidade como outras pensam que ele é importante, é importante definir também o traçado da Radial Anita, para que amanhã ou depois essa questão não fique pendente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR.PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr.ª Ilce Studzinski, em nome de quem saúdo toda a comunidade que se faz presente.

Nós, no ano passado, como Presidente da CUTHAB, acompanhamos a problemática, visitando tanto a comunidade da Região do Banco de Olhos, como a comunidade da Rua Dom Luiz Guanella, e constatamos que esse traçado previsto ou o outro previsto atingiria dezenas, talvez centenas de casas e inclusive equipamentos públicos, seja no Banco de Olhos, seja na Rua Dom Luiz Guanella. A partir daí, nós participamos de uma reunião, junto com o Ver. Sebastião Melo, também da Comissão, e o Ver. Beto Moesch, e fomos formando uma idéia no sentido que uma intervenção - qualquer das duas opções - seria uma intervenção cirúrgica muito profunda na Cidade, numa área da Cidade já consolidada, extremamente habitada. Então, nós tendemos a uma solução que não seja nem por intermédio da Rua Dom Luiz Guanella, nem por intermédio do antigo traçado, ou seja, uma terceira solução que pode ser talvez a proposta de ser até o final do futuro parque, e depois fazer pela Av. Nilo Peçanha. O que nos parece é que deve ser dada uma solução urgente. Eu creio que uma das questões seria a retirada do gravame, porque ainda que a previsão no Plano Diretor seja para muito adiante, o concreto é que hoje está prejudicando a comunidade mais na previsão ali no traçado pelo Banco de Olhos. Eu creio que o Projeto pelo Banco de Olhos está superado, não há como ser realizado, acho que a alternativa da Dom Luiz Guanella é muito complicada também. Aquela não está gravada e a de vocês está gravada, esse é o problema. Nós teríamos que tirar esse gravame, rapidamente, e estudar uma solução que não cause tanta cirurgia na região. Acho que as duas comunidades, em vez de se estarem contrapondo uma a outra, poderiam unir-se, junto com o Poder Público, junto com a Câmara, para que construamos a melhor solução para toda a comunidade da região.

A Bancada do PC do B está à disposição, deveremos permanecer na CUTHAB no próximo ano e deveremos tratar de encaminhar o assunto junto com as duas comunidades. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente Paulo Brum, nossa visitante Dona Ilce, membros da Comunidade, eu estou com o processo em mãos aqui e nós devemos deixar claras algumas questões. Existe um Requerimento aqui, assinado pelo Ver. Estilac Xavier, com data de 26 de setembro de 2001, pelo qual ele pedia que fosse considerado em regime de urgência, o PLCE n.º 003/01 e submetido à reunião conjunta. Então, eu quero dizer que este Requerimento, ele não é incluído pela Diretoria Legislativa, ex-officio na votação; a votação tem que ser solicitada pelo Vereador. Por motivos que naturalmente cabem ao Vereador ele não solicitou, e eu não estou aqui para acusá-lo, absolutamente, porque, na realidade, outro também poderia fazê-lo. Só que vamos deixar claras algumas coisas: este Projeto é do Executivo, por exemplo. Agora, no final do ano, cada Vereador teve direito a um Projeto e o Executivo incluiu cinco Projetos, se não me equivoco, para a votação nesta parte final dos trabalhos. E este não está incluído. Então, não é o caso de pedir-se desculpas, ou não, é um caso de assumir-se. Aqui é só pedir o artigo 81, e ele vem para a Ordem do Dia na próxima Sessão. Não sei se não se teria de fazer uma Sessão Extraordinária para votá-lo, porque nós priorizamos - e isso foi uma decisão de Mesa e Lideranças - os Projetos dos Vereadores e os cinco do Executivo.

Então, eu quero dizer, tranqüilamente, que, da parte do PDT, por quem estou falando neste momento, nós estamos dispostos a enfrentar o assunto, com o conjunto dos Vereadores, é evidente. As Lideranças estão mostrando boa vontade, é só uma questão processual então. Agora, evidentemente, a sua presença e a sua palavra, D. Ilce, trouxeram o alerta para esta Casa. Ninguém está fugindo das suas responsabilidades. Este foi um ano eleitoral também - não é desculpa -, mas, na verdade, é bom que a comunidade venha à Tribuna Popular, que é uma conquista da comunidade.

Eu a parabenizo por nos sacudir, para nós vermos que temos... Para o Conjunto Germânia foi pedida diligência e vai ser votado também, e está umbilicalmente ligado a esta questão. Vamos assumir imediatamente a questão e ver como melhor ela será equacionada. Prazer em tê-la aqui, com a comunidade do Jardim Planalto e com outros que comparecem a esta Casa, que é de todos os porto-alegrenses. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vou apregoar Requerimento do Ver. Haroldo de Souza que diz respeito à Tribuna Popular. Por Requerimento, o Ver. Haroldo de Souza pede que o PLCE n.º 003/01 seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 81. Esse Projeto fica na quota do Ver. Haroldo de Souza, porque ele não tinha feito ainda a indicação do seu Projeto. Esse Projeto deverá entrar em votação na apreciação da Ordem do Dia, na Sessão de quarta-feira ou na de quinta-feira da semana que vem.

Com a manifestação de todas as Bancadas presentes, e falo em nome da minha Bancada, o PSDB, visto que o meu Líder, Ver. Antonio Hohlfeldt, nosso Vice-Governador eleito, não pôde estar presente neste início da Sessão. Quero dizer, em nome da minha Bancada, que nos estamos somando à manifestação de todas as Bancadas aqui presentes. Penso que a Tribuna Popular do dia de hoje, sem sombra de dúvida, foi vitoriosa. Por isso, queremos cumprimentar mais uma vez a Sr.ª Ilce e toda a comunidade que se faz presente nesta tarde, neste instante.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos.

Apregoamos Requerimento do Ver. Sebastião Melo, que solicita renovação de votação do PLCL n.º 015/02, que institui o Corredor de Cavalgadas no Município de Porto Alegre.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Para corroborar o Requerimento, Sr. Presidente, no sentido de que ele seja colocado em votação para que o Projeto volte à votação na próxima segunda-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): V. Ex.ª já está encaminhando o Requerimento. O Requerimento já está apregoado e agora segue os trâmites regimentais da Casa.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: V. Ex.ª pode colocar em votação agora como daqui a meia hora.

 

O SR. PRESIDENTE: Já está apregoado, Vereador.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, traz-nos à tribuna um assunto que, ao nosso ver, deve ser pautado como prioridade por esta Casa no ano que vem. O assunto diz respeito à Cultura e, especificamente, ao Projeto que veio para ficar e para mostrar que Porto Alegre tem, sim, vocação cultural e turística: é a Bienal do Mercosul. Em 2003 nós vamos chegar a 4.ª Bienal do Mercosul. No ano de 2001, nós estivemos nesta tribuna justamente para falar da 3.ª Bienal, que foi aqui ao lado, espalhando-se, depois por toda a Cidade. Procurou-se descentralizar a 3.ª Bienal, que recebeu seiscentos mil visitantes. Estamos indo para a 4.ª Bienal do Mercosul, para a qual se conseguiu uma parceria extraordinária do Governo Federal, do Governo Estadual, do Governo Municipal e de inúmeras instituições não-governamentais - instituições da sociedade civil, entidades empresariais, entidades culturais e outras.

É a força cultural que Porto Alegre mostra para o Brasil, para o Mercosul e para toda a América Latina, porque artistas de todos os países vêm aqui mostrar a sua arte, a sua crítica perante o mundo. É uma arte diferenciada, é uma arte crítica, social, política.

Vejam aqui, nós recebemos um caderno sobre a 4.ª Bienal, que chegará agora em 2003, que nos informa sobre os países integrantes e sobre todo o trabalho que está sendo feito, agora, em 2002. A Bienal abordará uma conjuntura entre o patrimônio arqueológico e o contemporâneo, uma ligação do passado com o presente e com o futuro e a atenção estará voltada aos vínculos entre as origens e a situação atual das culturas latino-americanas às voltas com uma eterna busca de si mesma.

Então, veja, Ver. Dr. Goulart, é uma arte diferenciada, é uma arte crítica que busca entender a América Latina em si mesma, que continua buscando o que vem a ser essa América Latina. O imaginário indígena, a imigração, a psicanálise e a ecologia afirmam-se nas manifestações das vanguardas artísticas latino-americanas que se darão, mais uma vez, em Porto Alegre, em 2003.

A produção da última geração ratifica a dos pioneiros, de tal modo que se pode falar em arqueologia viva, capaz de abranger uma trajetória cultural de longa duração.

Vários locais da Cidade estarão expondo essa arte crítica, política e social que será a 4.ª Bienal. Temos, a frente desse trabalho, o Renato Malcon, que é o Presidente; como Vice-Presidente o Justo Werlang, que presidiu a primeira Bienal, e vejam, seiscentos mil visitantes na de 2001.

Então, o nosso desafio como Vereadores é divulgar a Bienal, porque ao divulgar a 4.ª Bienal, nós estaremos divulgando Porto Alegre, divulgando a nossa vocação, divulgando a nossa força cultural, política e social, mostrando que sim, temos condições, e a 4.ª Bienal será mais uma mostra disso, como as outras três Bienais o foram, de que nós sim, poderemos ser uma das capitais do MERCOSUL, quem sabe a Capital cultural ou a Capital política ou a Capital social, mas é o instrumento fantástico para o turismo, para novas rendas, geração de emprego e de impostos, mostrando essa vocação cultural e turística da cidade de Porto Alegre.

Começa em 2003 a 4.ª Bienal, mas os preparativos, várias reuniões, vários eventos, o estudo aprofundado de um corpo de pessoas já se estabeleceu no decorrer de todo o ano de 2002.

Portanto, a 3.ª Bienal, deve ser também pautada aqui nesta Casa, porque é a contribuição que podemos dar para Porto Alegre e para a cultura dessa Cidade e da América Latina. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Vereador e Deputado Paulo Brum, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, o Ver. Pedro Américo Leal que já vi, que me ouve sempre atentamente, e esse assunto, Vereador, é um assunto que eu trago, que vai lhe interessar e muito, até porque pela sua formação de policial, e como Psicólogo e profissional de Educação Física, eu quero trazer o tema sobre a questão dos homicídios de jovens no nosso País. Um dado que saiu em todos os jornais do País, hoje, mostrando que os homicídios entre os jovens no nosso País cresceu 77% nos últimos 20 anos. E esses dados foram colocados através de pesquisa, pela UNESCO, e foi divulgado ontem na palestra da 4.ª Conferência das Cidades, na Câmara dos Deputados. Um detalhe, na América, o Brasil só perde para a Colômbia e para Porto Rico. Destacou ainda que, para cada jovem que é morto na Europa, morrem cinqüenta no Brasil. Esse é um dado estarrecedor que a UNESCO nos traz, numa comparação entre o Primeiro e o Terceiro Mundo: para cada jovem que morre na Europa, correspondem a cinqüenta jovens que morrem no nosso País. E os dados indicam, com isso, que os jovens, no nosso País, não têm perspectiva de vida. Isso faz com que cada vez mais aumente a violência, e nós, como homens públicos, temos que ter a responsabilidade de discutir e, ao mesmo tempo, propor aos educadores, aos pedagogos que investiguem e tentem entender, por que os jovens não têm sentido para a vida. Se fosse lá no final da vida, mas na juventude, que é uma das melhores fases da vida do ser humano, pois é a fase dos sonhos. E esses jovens se matam, porque não vêem um futuro pela frente. Aí nós temos que levantar alguns dados. E, no nosso País, existem os grandes paradoxos: um jovem ao ingressar no mercado de trabalho não consegue trabalho porque não tem experiência, mas porque a sociedade também não oferece isso. Um jovem, muitas vezes, quer entrar numa universidade, mas não consegue, porque 85% das vagas em nosso País são de universidade privadas. E como justificar isso se temos cinqüenta milhões de brasileiros que vivem com menos de 100 reais. Se as pessoas não têm uma boa estrutura, acabam fazendo como esses jovens, aqui, no Brasil, ou seja, algo que se discute sempre “à boca miúda”, mas que agora está sendo explicitado, porque está havendo muitas mortes de jovens no nosso País. Nós temos sim o dever e a responsabilidade de discutir isso, de criar políticas públicas para incentivar essa juventude, no sentido de terem acesso à universidade, preferencialmente, pública e gratuita, e para aqueles que não tiverem esse acesso à universidade pública, que possam ter subsidiados parte de seus estudos nas universidades privadas. Que eles possam ter acesso ao emprego, mas com perspectivas. E não é isso que ocorre. Então, o nosso País é realmente aquele país dos grandes desníveis sociais, das exclusões sociais. Isso é preocupante! Eu digo isso, porque tenho três filhos e me preocupo. Qual é a perspectiva de ingressarem no mercado de trabalho, se alguém diz que para entrar no mercado de trabalho tem que ter experiência? Este realmente é um País que não se consegue conceber, porque quando a pessoa chega aos 40 anos já está muito velha. Agora sim, eu faço esse desafio, que nós discutamos aqui nesta Casa, a fim de procurar criar políticas públicas, para que pelo menos os jovens de Porto Alegre possam ter acesso ao mercado de trabalho, e que mostremos, aqui, esse quadro de exclusão social, em que para cada um morto na Europa, existem 50 no Brasil, talvez Porto Alegre possa mudar. Mas estamos longe disso, porque hoje Porto Alegre é a principal rota do tráfico da droga e da violência no nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a presença do Ver. Iraí Lima, do PTB, Presidente da Câmara Municipal de Tramandaí. Seja bem-vindo, Vereador; sinta-se em casa.

O Ver. Carlos Pestana está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente dos trabalhos, eu queria fazer uma saudação especial a todos os comerciários presentes hoje no nosso Plenário e, mais uma vez, trazer o registro da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, sobre a questão da abertura do comércio aos domingos. O nosso Partido, já em diversas oportunidades, seja através de seus Vereadores, seja através de sua Liderança, vem-se manifestando, de forma clara, no sentido de apoiar a luta dos comerciários, porque entende que não é correto - e eu diria que é até desumano -, fazer com que as pessoas trabalhem aos domingos. A dificuldade de as pessoas conviverem com seus familiares, de terem o seu dia de lazer, é algo inadmissível. Infelizmente, as pessoas que normalmente defendem que vocês trabalhem aos domingos são as que têm o seu fim-de-semana preservado, com algumas exceções.

Os trabalhadores do comércio merecem de mim todo respeito, em particular o respeito ao seu dia de folga, ao seu dia de lazer, ao seu dia de convívio com a família, que são elementos fundamentais para que eles tenham uma boa qualidade de vida, para que possamos entender que a nossa vida não pode ser somente trabalho, é lazer, é a família, é o descanso. Neste sentido, juntamente com a minha Bancada, com o meu Partido, faço coro e dou todo apoio à reivindicação dos comerciários.

Tive a oportunidade, durante a campanha para o Governo do Estado, que se encerrou há alguns dias, de percorrer com vários candidatos, seja com os candidatos majoritários ou proporcionais, o pequeno comércio, e em todos os estabelecimentos, particularmente os da Av. Assis Brasil, pude observar que os pequenos comerciantes se manifestavam de forma quase unânime contra a abertura do comércio aos domingos, por entenderem que esta medida está inviabilizando as suas atividades comerciais, fazendo com que o seu comércio acabe fechando, porque fica inviabilizado com a concorrência com o grande mercado, na concorrência com o shopping.

Acho que é fundamental a presença de vocês aqui, devem ser saudados, porque contribuem para este debate tão importante para a cidade de Porto Alegre. Quero aproveitar a presença de todos vocês aqui para fazer um convite: amanhã, aqui na Sala Glênio Peres, teremos a oportunidade de fazer outro debate, que interessa ao conjunto da população de Porto Alegre, que é o debate sobre os valores da cesta básica. Vimos observando, neste último período, que a espiral inflacionária, que o aumento dos preços já chegou na nossa cesta básica. Então, estamos propondo, através da Comissão de Direitos Humanos, promover um acordo coletivo com os donos de supermercados para procurar estabilizar os preços da cesta básica para um período de três a quatro meses. Acho que a participação de todos, hoje, que vêm reivindicar o seu legítimo direito de não trabalhar aos domingos, também se faz presente na questão da cesta básica para, também, conseguirmos essa luta de mantermos, pelo menos estabilizados, por um período, os valores da cesta básica, para evitar que a inflação venha a comer os nossos salários. Fica esse convite, esse registro, para todos vocês que se fazem presentes nesta luta dos comerciários. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, comerciários que aqui se fazem presentes. Quero aqui começar a debater, como debatemos hoje pela manhã na TVCâmara, sobre o Centro da Cidade. Novamente nos defrontamos com os problemas do Centro. Passam anos e nós estamos na mesma situação: o tal Projeto de Revitalização do Centro. Não sei o que é isso, porque uma hora se confunde com habitação, Ver. Dr. Goulart, e o Centro está perdendo a sua população. O pessoal está saindo do Centro. Os escritórios estão saindo do Centro, os bancos, as lojas, e, conseqüentemente, gerando menos empregos, levando-os para os shopping centers, onde sabemos que o metro quadrado é mais caro, o produto ficará mais caro, onde haverá menos emprego. Nós precisamos pensar no Centro da Cidade que é uma coisa belíssima que nós temos, que é fácil fiscalizar, mas não há vontade política deste Governo; o Governo Municipal não tem interesse de revitalizar o Centro. Mistura habitação, projetos culturais com a revitalização do Centro, e eu entro só na questão dos camelôs, porque as lojas já estão brigando pelas calçadas com os camelôs.

Eu conheço várias capitais do Brasil e do mundo, e a nossa Capital é um dos menores centros, uma Cidade pressionada pelo rio. Nós sabemos por onde entra a mercadoria pirateada. Para chegar ao Centro, é fácil, é pelo Gasômetro, pela Av. João Pessoa, pela Av. Borges de Medeiros, pela rodoviária principalmente, e nós estamos há mais de 14 anos com esse Governo e não conseguimos. Quando vemos na televisão a propaganda Cidade Viva, parece uma maravilha, parece que o problema do Centro está resolvido! Vou citar um caso aqui, que ludibriou muitos comerciantes do Centro, o caso da Rua 24 Horas, onde eles fizeram empreendimentos e não conseguiram até hoje ter uma rua decente, com segurança e limpa. Então, esse aspecto é fundamental. Eu até me atrevo a dizer que estamos num processo de tirar as pessoas do Centro, não fortalecer o Centro da Cidade, fazer com que as pessoas vão lá esporadicamente. Precisamos de segurança, precisamos de transportes adequados. Agora, estamos chegando ao final do ano e tenho certeza de que muitas pessoas não terão a coragem de ir ao Centro, porque não encontram boas mercadorias, uma organização no Centro na Cidade. E olhem que o movimento maior do Centro, se vocês prestarem atenção, vai desde a Rua Caldas Júnior até a Rua Dr. Flores e a Av. Voluntários da Pátria. Esse é um grande Centro? Não, nós temos as nossas peculiaridades. Agora é preciso ter vontade política para realizar essa tal revitalização do Centro. Precisamos saber quais as mercadorias que podem ser vendidas, que o consumidor pode adquirir com preço menor.

Será que a SMIC, com oitenta e poucos fiscais, tem condições? Nesta Casa, há vários projetos que vêm para cá para serem votados com urgência, art. 81, e esta Casa dará toda a urgência necessária para que tenhamos aqui a criação de mais cargos de fiscais para a SMIC, para que o comerciante permaneça no Centro, senão ele irá para os bairros e aí vamos começar a inchar os bairros também, que depois dessa dita revitalização do Centro, aí, sim, poderemos ir para os bairros, fortalecer o comércio dos bairros. Primeiro, temos de fortalecer o comércio do Centro, que é o principal da Cidade para que gere emprego, não o do shopping, que não vai gerar muito emprego e depois a Av. Assis Brasil, a Av. Azenha e assim pela ordem, aí chegaremos aos bairros, mas afastando o pessoal do Centro, iremos fazer o que os senhores estão fazendo aqui, lutando contra os shopping, quando eles poderiam ter a sua estrutura, a sua peculiaridade, nós termos a valorização do Centro, da Assis Brasil, da Azenha de outros bairros. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, queríamos trazer a esta tribuna algumas questões que estão em pauta nos trabalhos da nossa Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, algumas das quais já levantadas por um dos nossos membros da Comissão, Ver. Carlos Pestana, e uma série de outras atividades que nós estamos envolvidos, correndo contra um prazo de final de ano, em um momento de muita instabilidade econômica que nós vivemos.

Queremos reafirmar a todos os Vereadores o apelo da nossa Comissão e falar da ação integrada que nós estamos fazendo com todas as Diretorias da Câmara Municipal de Porto Alegre, com as entidades sindicais desta Casa. Formamos o Comitê Contra a Fome no Natal, uma ação concreta e que aproxima esta Casa da luta pela sobrevivência cotidiana da maioria do nosso povo porto-alegrense.

O nosso Comitê Contra a Fome no Natal é uma ação integrada, interna, mas que também está contando e pode contar com o apoio do conjunto da sociedade que poderá dar as suas contribuições ligando para a Comissão de Direitos Humanos ou vindo diretamente à nossa Câmara. Com isso, esperamos sair do debate político e somarmos a essa responsabilidade da ação parlamentar à responsabilidade social, esse compromisso social que permeia, hoje, o conjunto da nossa sociedade e das nossas instituições.

Estamos arrecadando bens não-perecíveis, brinquedos, que, na segunda-feira pela manhã, o Comitê decidirá quais as entidades que atendem as crianças, pessoas portadoras de deficiência e que precisam desse suporte para que o Natal possa, também, ser comemorado com o mesmo direito que tem de comemorá-lo as famílias que têm salários e que estão integradas no mercado de trabalho.

Nós concluiremos a nossa campanha na próxima terça-feira, no dia 10 de dezembro, que é o Dia Internacional de Luta pelos Direitos Humanos. O direito a uma segurança alimentar, direito a ter o acesso a uma cesta básica de alimentos, é um dos direitos humanos fundamentais de todos os cidadãos.

Dentro, ainda, desta preocupação com esse direito básico de cidadania, que é o direito ao alimento, nós queríamos reforçar aqui o convite já feito pelo Vereador que me antecedeu, comunicando a todos que a reunião da Comissão de Defesa do Consumidor que se realiza amanhã, sexta-feira, nesta Casa, é uma reunião que busca contribuir com uma solução para esse aceleramento de preço que tem infernizado a vida das famílias, das pessoas, fundamentalmente de baixa renda, que têm diminuído os seus itens de compra, dos alimentos da sua família, dos seus filhos, por causa do descontrole de preço existente hoje no País. Não apenas dos produtos da cesta básica, mas também das tarifas públicas, do preço do gás, da gasolina, enfim, de tudo aquilo que é necessário para garantir o mínimo de dignidade para as nossas famílias.

Esperamos poder definir, amanhã, algumas ações concretas, construídas com o Fórum Estadual do Consumidor, com a AGAS, fornecedoras, entidades de defesa do consumidor, como uma forma de mostrar que a Câmara está cumprindo a sua responsabilidade pública, através de sua Comissão Técnica, na defesa dos direitos dos consumidores da nossa Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu queria fazer aqui um elogio ao Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, que foi aprovado ontem, e que me ressinto de não ter tido a presteza de assiná-lo, que foi a constatação de óbitos em casa, no serviço, até mesmo na via pública, sem a necessidade de passar - a não ser pelo o médico que vá atender o óbito -, pelo Instituto Médico Legal. Isso veio preencher uma necessidade sentida que desconhecemos, que é o verdadeiro trânsito de cadáveres que existe, ou de familiares desesperados para conseguir um atestado de óbito.

Meus parabéns! Que pena que eu não assinei com V. Ex.ª o seu Projeto.

Hoje, um articulista de um grande jornal da Cidade fala que a ONU liberou para o Brasil o controle da natalidade. Eu ainda não li o que a ONU disse. Se a ONU liberou o controle da natalidade para o Brasil, ela realizou uma situação inédita que jamais existiu no Brasil, que jamais existiu na maioria dos países. O que significa controle da natalidade? Significa um programa realizado pelo Governo, dizendo o número de filhos que as pessoas têm de ter. Isso é controle da natalidade. É o que há na Índia, é o que há na China. Os casais têm de ter dois filhos, têm de ter um filho, se tiver mais, sofre sanções, sofre punições. Isso é controle da natalidade. Não sei se foi isso que a ONU liberou para o Brasil.

O que tem de existir no Brasil? Planejamento familiar. E o que é o planejamento familiar? São grupos de pessoas que estudam os métodos anticoncepcionais e oferecem às pessoas que não sabem como usá-los, que pretendem usá-los para planejar a sua prole, para planejar a sua família, para que não tenham tantos filhos, mas que tenham os filhos que desejarem ter. É bem verdade que ainda há pouco a Sua Santidade, o querido Papa, disse que era contra o planejamento familiar, como disse outrora que era contra a “camisinha”. O que é uma pena, mas Sua Santidade sabe o que está fazendo. Nós, que não podemos ser meros cumpridores de leis, já bastam as contraditórias, que não podemos colocar dentro do nosso pensamento cor da pele, religiosidade, partido político, pensamento, religião, nada disso nós podemos pensar. Nós temos de cuidar é da saúde e temos de nos preocupar com o planejamento familiar. E aí, eu pergunto: onde é que existe aqui nesta Cidade um ponto de planejamento familiar? Onde é que as pessoas ganham pílula de maneira programática? Não tem. De vez enquanto vão a um posto de saúde e ganham uma pílula quando conseguem falar com alguém ou com o médico.

Onde é que ensinam como usar o diafragma? Não tem. Em que posto se põe dispositivo intra-uterino, o DIU, maravilhoso, o bendito DIU? Não tem. No Hospital Fêmina, que é um bom hospital, muito bem dirigido pelos seus diretores, há seis meses não recebe do Executivo, da Secretaria Municipal de Saúde o dispositivo intra-uterino. E ligadura de trompa, onde é que se faz quando as mulheres precisam fazer ligadura de trompa? Não existe lugar. Existe uma portaria do Ministério da Saúde dizendo que tem que fazer ligadura, mas onde? Ah! Só pagando em uma entidade conhecida, ali perto da Rua Duque de Caxias. Onde é que as mulheres pobres vão se defender de cinco filhos, de sete filhos, de oito filhos? Na indignidade, porque não podem educar a todos, porque não podem alimentar a todos, sequer, porque trabalham muito, dar carinho para todos.

Então, aqui, aproveitando essa manifestação do jornal, quero dizer: planejamento familiar, sim. E onde as mulheres têm de ligar trompa?

Eu não posso, como Vereador e médico, passar a minha vida toda sozinho ligando todas as trompas das mulheres de Porto Alegre, porque não vai ser possível, preciso de companhia, preciso que o Executivo diga quem é que vai fazer isso! Oriente os serviços de ginecologia a ajudar a mulher pobre que, se não consegue se dar bem com o DIU, se vomita com a pílula, não pode estar tendo filho, tem que fazer ligadura de trompa. Sr. Secretário, diga-me onde? Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assistência que acompanha os debates desta Casa, esperando, evidentemente, o exame do Projeto a respeito da abertura do comércio aos domingos. Venho à tribuna, e aproveito para cumprimentar meu grande amigo, Ver. Iraí Lima, que é Presidente da Câmara Municipal de Tramandaí, para, preliminarmente, fazer uma rápida análise das dificuldades e a competência que tem o Legislativo sobre uma série de matérias da maior importância para a comunidade. Tenho sido muito cauteloso em legislar quando a matéria invade competência da Câmara, do Vereador, porque não é difícil elaborar projetos de lei - é fácil -, mas ajustá-los à competência do Legislativo é algo complexo e que demanda, inquestionavelmente, alguma responsabilidade. Tenho conversado sobre uma velha reivindicação da Zona Sul de Porto Alegre, região que abriga um contingente significativo de pessoas. É a questão ligada à falta de planejamento no campo da saúde que temos em Porto Alegre e em outras regiões do País. Mas a Zona Sul, de longa data, clama, requer um pronto-socorro. Todos já se manifestaram. Disse a um grupo de moradores que não podemos fazer aqui uma lei dizendo: “institui-se, fica criado um pronto-socorro para atender a Zona Sul”. Não podemos. Esses projetos autorizativos, data vênia, respeito, mas não me ocorre jamais produzir. Resta-nos a tribuna como instrumento de divulgação da idéia, de discussão, de requerimento, etc. Não podemos passar disso, buscando sensibilizar, seja o planejador local, estadual ou federal. Eu disse a essas pessoas amigas e conhecidas, residentes da Zona Sul que nós vamos começar a usar a tribuna, fazendo ver, e nem precisaria, a necessidade que se tem de se instalar urgentemente, valer-se, por exemplo, de um desses hospitais da Zona Sul, o Belém, o Vila Nova, enfim, ou criar-se uma estrutura para se instalar, Ver. Dr. Goulart, um pronto-socorro. São 15, 20, 30 quilômetros para uma pessoa que precisa de pronto atendimento de socorro para chegar aos nossos serviços médicos de pronto-socorro, que estão localizados no Centro de Porto Alegre. Sabemos que a Zona Norte de Porto Alegre tem um complexo hospitalar. Aliás, o grande complexo hospitalar do Estado, o grande complexo hospitalar da Região Metropolitana está concentrado na Zona Norte, inclusive o Hospital Cristo Redentor, que faz um papel muito importante e significativo de hospital de pronto-socorro.

Portanto, fica aqui a nossa manifestação. Vamos voltar diversas e diversas vezes à tribuna dizendo que a Zona Sul precisa de um pronto-socorro. Ela clama, ela reclama, e não é de agora; é de muitos anos. Muitos companheiros da Comissão de Saúde têm-se batido por isso, mas nós precisamos falar no assunto, porque se faz imprescindível um pronto-socorro na Zona Sul para salvar vidas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente Paulo Brum, que, em breves dias, estará na Assembléia Legislativa do Estado; Srs. Vereadores; Vereadoras; meus queridos comerciários, comerciárias; pessoas que nos assistem pela TVCâmara, quero saudar todos. Quero, com muita honra, comunicar um fato extremamente importante que aconteceu no dia de hoje, às 10 horas da manhã, na Reserva Indígena no Bairro Canta Galo. Estiveram lá presentes: Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre; Dr. Roberto Bier da Silva, Presidente do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre; Sr. Reinhard Thurner, Cônsul-Geral da Alemanha em Porto Alegre; Padre José Romeo Maldaner, Assistente Eclesiástico do Secretariado de Ação Social; Arquiteto Dr. Roberto Luiz Decó, responsável técnico pelo projeto; Padre Gilson Carlos Bertamoni, pároco da Igreja Nossa Senhora da Misericórdia do bairro Restinga. Quero registrar que essa entidade, esse Secretariado de Ação Social - onde eu, com muita honra, trabalhei por vários anos -, juntamente com a Cúria Metropolitana, sempre tem feito um trabalho de muito destaque perante a nossa comunidade, perante o nosso povo mais necessitado, mais carente da cidade de Porto Alegre. Como eu disse, hoje, às 10 horas da manhã, com praticamente toda a imprensa de Porto Alegre lá presente, essa entidade fez a entrega de vinte e duas moradias aos índios guaranis. Esses índios estão naquela região ao longo de quinze anos, vivendo numa situação extremamente difícil, sem moradia, numa situação extremamente paupérrima. Pessoas dignas da comunidade, pessoas preocupadas com a sobrevivência daqueles índios, povos primitivos do planeta Terra, em que vivemos, fizeram uma reunião, elaboraram uma ata e procuraram a Cúria Metropolitana, juntamente com o Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, e essa entidade, também com a ajuda do Cônsul da Alemanha, construiu essas vinte e duas casas de 48m². Nós estivemos lá e deu para sentir a alegria daquelas famílias. Fica aqui, nesta Casa, este registro - ficando também marcado, na nossa cidade de Porto Alegre - ressaltando o serviço de uma entidade com o Secretariado que faz esse trabalho no anonimato, auxiliando as pessoas mais necessitadas, principalmente agora que foi feito esse trabalho muito digno, recuperando a cidadania daquelas pessoas primitivas deste planeta no qual vivemos.

Cumprimentamos essa entidade e toda essa equipe, sendo que muitos deles, voluntariamente, trabalharam para a construção dessas casas, e, especialmente, essa entidade também, juntamente com a Cúria Metropolitana, deu o passo definitivo para que essas casas fossem construídas. Portanto, fica o reconhecimento não só deste Vereador, mas o reconhecimento também desta Casa, que é a Casa do Povo.

Hoje, é o Dia Internacional do Voluntariado, portanto, é o Dia dessas pessoas que tanto fazem, que tanto trabalham, voluntariamente, para tantas entidades que temos aqui na cidade de Porto Alegre as quais necessitam, cada vez mais, do trabalho voluntário. Para essas pessoas, fica aqui o nosso reconhecimento, o nosso carinho e o nosso abraço a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3249/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que dispõe sobre a reserva de habitações populares a idosos carentes.

 

PROC. 3421/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 220/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que altera a denominação Rua Dona Cecília para Rua Dr. Fernando Kroeff no trecho entre a Rua José de Alencar e o Largo dos Campeões, no Bairro Azenha.

 

PROC. 3440/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Rua Claudio da Silva Pinto um logradouro público não-cadastrado, localizado nos Bairros Guarujá e Espírito Santo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos a três Sessões do término do ano legislativo, na próxima segunda, quarta e quinta-feira, e depois nada mais para este ano. Na próxima segunda-feira, nós temos o período de Comunicações, no qual eu estou inscrito, por isso posso até propor que, na segunda e quinta-feira que vem, não ocorra o período de Comunicações, que nós já entremos imediatamente na Ordem do Dia, não tendo inclusive Pauta, pois não tem sentido nenhum colocar matérias em Pauta, porque uma Pauta precisa percorrer três Sessões, seriam segunda, quarta e quinta e arquivo. Então, arquivemos desde logo - ganharemos tempo - o tempo da Pauta, o tempo das Comunicações.

Hoje, há três Projetos em 3.ª Sessão de Pauta, portanto, esses três irão para as Comissões, não teremos mais o que fazer com eles, só no ano que vem. Porque nenhum deles há de ser votado neste ano, até porque um denomina uma rua, outro também denomina rua e, em outro, o Ver. Almerindo Filho dispõe sobre a reserva de habitações populares a idosos carentes. Eu disse na Sessão anterior que é uma idéia muito boa, sem dúvida nenhuma, pois não só os idosos carentes, mas todos os carentes deveriam ter a sua habitação. E, quando se aproxima o dia 10 de dezembro, quando se comemoram 54 anos da Carta Universal dos Direitos Humanos, seria bom lembrar que direitos existem, só resta saber onde estão as pessoas que têm o dever de tornar realidade estes direitos. E, na mesma época, a Organização dos Estados Americanos fez a Carta Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Se nós cumpríssemos com os nossos deveres, não precisaríamos estar nos preocupando, Ver. Almerindo Filho, com os idosos que precisam de habitação. Todos nós sabemos que eles têm direito à habitação, só não pesquisamos quem tem o dever. Será que o dever é colocar em CDBs 150 milhões de reais em vez de cuidar dos idosos, em vez de cuidar de outras obras que a Cidade necessita? Então, na realidade, espero que, na segunda, quarta e quinta-feira da próxima semana, possamos produzir bastante para encerrar o ano com alguma satisfação. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas que nos assistem, caríssimos comerciários, por insistência de algum colega o meu nome se encontra na Pauta para a discussão das iniciativas dos Vereadores e do Executivo que são apresentadas ao apagar das luzes deste ano legislativo. Há três propostas que podemos discutir e sobre elas discorrer. Em uma delas, o Ver. João Dib fez a sua principal intervenção, em cima da proposta do Ver. Almerindo Filho que trata da utilização do chamado “princípio da discriminação positiva”. Ou seja, tendo em vista o fato de que algumas minorias, ou setores da sociedade têm menos possibilidades de ter acesso aos valores sociais, através da norma, através do direito positivo, se reservam quotas, espaços, para que essas minorias, ou esses setores da sociedade, possam também usufruir os bens ou, enfim, daquilo tudo que todo ser humano tem direito. O Vereador já discorreu sobre a matéria, o Ver. Almerindo Filho vem insistindo nesse tema, felizmente, tem todo o fundamento para tratar dessas questões. Nós sabemos, Ver. Reginaldo Pujol, que num modelo de sociedade em que hoje vivemos, onde o individualismo e os interesses do mercado se colocam acima da vida, essas pessoas que deixaram de produzir, que já não são tão interessantes ao mercado, ficam, por vezes, ao largo e não recebem da sociedade a devida atenção.

Mas, Ver. João Bosco Vaz, eu quero me deter na outra proposta e talvez o dia, hoje, seja adequado para fazermos a sua consideração. Eu não sou de fazer homenagens e nem compareço nas Sessões Solenes; compareço uma vez por ano quando ofereço o Título de Cidadão a alguma pessoa que, merecidamente, ao nosso juízo, merece essa distinção. Mas temos hoje na Pauta alguém que V. Ex.ª conheceu; estou-me referindo à denominação de logradouro ao conhecido antigo Patrono do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Fernando Kroeff. Fernando Kroeff, aqueles que têm mais de 50, como eu e o Ver. João Bosco Vaz - o Ver. João Bosco Vaz diz que não tem 50 ainda - conhecemos, Ver. Fernando Záchia, que foi seu adversário. Tratou-se de um cidadão singular, de uma pessoa com uma excepcional capacidade de tolerância, entendimento e, a nosso juízo, talvez seja a pedra angular, tenha sido ao longo de sua trajetória, para que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense fosse o que é hoje: uma potência do futebol mundial, um clube extremamente organizado. E o que lembramos dessa figura que, hoje, através de uma iniciativa de autoria do Ver. João Bosco Vaz, muda a denominação de um logradouro, é o reconhecimento a uma pessoa que deixou a marca pelo seu compromisso com aquela causa que abraçou, além da sua atividade profissional, o seu clube do coração, o Grêmio, e que fazia com que as divergências existentes entre uma direção que entrava e saía nunca fossem capazes de superar a importância do cargo que ocupavam e, acima de tudo, o clube que buscavam representar, no caso o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Talvez a grandeza do Grêmio, que completa 100 anos em 2003, se deva de forma exponencial a isso. E nós sabemos que a grandeza de um, Ver. Fernando Záchia, que já foi dirigente do Internacional várias vezes, também depende da grandeza de outro. E esse cidadão Fernando Kroeff, que é homenageado pelo Ver. João Bosco Vaz, talvez seja a pedra angular para que o Grêmio tenha sempre direções sólidas e que levem o Clube a ser um clube brasileiro com mais participações na Copa Libertadores; aliás, alcançou mais uma ontem: vai participar pela décima vez da Libertadores das Américas. Fernando Kroeff era conhecido como “cardeal”, aquele que pacificava, aquele que organizava, e que nunca deixou de lado a sua grande paixão, que foi o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Então, eu que não sou dado a homenagens, Ver. Pedro Américo Leal, que, neste momento, me dá um close, quero chamar a atenção: esse cidadão tem uma importância fundamental para o clube da maioria dos gaúchos, ou seja, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, e merece, sim, a iniciativa proposta pelo Ver. João Bosco Vaz. Ver. Fernando Záchia, não posso lhe dar aparte, porque esgotou o meu tempo, mas o Ver. Fernando Záchia gostaria de dizer, se pudesse, regimentalmente, que discorda de mim: ele acha que a torcida do Internacional é a maior e eu, talvez, possa ter, com isso, suprido o aparte.

Nós temos discordância e achamos que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, mercê das vitórias que foram alcançadas nos últimos anos, com a colaboração, principalmente de Fernando Kroeff, tem sim, Ver. Fernando Záchia, a maior torcida do Rio Grande e está na Libertadores em 2003. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente Reginaldo Pujol, que está no seu devido lugar, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, “a tribuna como instrumento”, disse, aqui, há instantes, o meu querido amigo e Ver. Elói Guimarães: a tribuna como instrumento...

Mas é só o que podemos fazer aqui. Uma Casa Legislativa com esses projetos autorizativos acaba não atingindo os objetivos devidos.

Ora, meu caro Ver. Elói Guimarães, o Hospital de Pronto Socorro, como V. Ex.ª bem disse, não precisaria de um instrumento de projeto de lei para ser instalado.

A saúde é questão primeira na ordem de necessidade do ser humano. O ser humano com problemas de saúde básica é um trapo. Então, a tribuna como instrumento...

Mas isso resolve? Eu entendo que esse tipo de necessidade não deveria passar por comissão, projeto, apreciação, mas deveria haver a sua instalação simplesmente e pronto.

Um pronto-socorro na Zona Sul não é luxo exigido, é uma necessidade de parte numerosa de pessoas que moram nesta Cidade, e os Projetos aqui não resolvem, a Casa Legislativa não tem autoridade para tal. Isso cabe ao Executivo. Deveriam entender, esse que ora está no Governo e os outros que já passaram pelo Governo, questão de saúde não pode ser misturada com interesses de partidos políticos. Um dia, quem sabe, veremos as coisas andando assim, no meio da política, meu nobre Deputado Estadual Luiz Fernando Záchia, que é peça essencialíssima na vida de uma cidade, na vida de um Estado, na vida do mundo.

Mas me traz aqui à tribuna o pronunciamento do Ver. Dr. Goulart. Ouvi atentamente o Ver. Dr. Goulart falando, e não precisa estar aqui para se ouvir o Vereador falando no gabinete, nós temos o terminal, e na maioria das vezes, quando aqui estamos, não estamos prestando atenção, como neste momento os meus queridos Vereadores Zé Valdir, Sebastião Melo, Ervino Besson e o restante estão em um outro papo. É assim, assim são os Parlamentos. Mas venho aqui para falar do Dr. Goulart, que é um exemplo que eu tenho, que serve de exemplo para mim de como se deve fazer política direcionada ao povo e não aos nossos partidos. Para mim são todos iguais, rigorosamente iguais.

Tenho muito orgulho de conviver com um Parlamentar do quilate do Ver. Dr. Goulart, e o seu apelo eu faço ecoar aqui de novo, no sentido de que o Secretário da Saúde do Município tome providências concretas, respondendo ao Ver. Dr. Goulart, sim, mas acima de tudo respondendo à nossa sociedade, sobre o que a nossa Secretaria vai fazer para ficar lado a lado, de forma objetiva no controle da natalidade, que é necessário, sim, em todo o País, para não dizermos no mundo. Controle da natalidade já!

E até que não votemos o IPTU, até que não tenhamos o Pronto-Socorro da Zona Sul, que não votemos a abertura ou não-abertura do comércio aos domingos - e a maioria dos Projetos são considerados inconstitucionais aqui; aqui só se dá nome de ruas, e se homenageiam pessoas - eu vou ficar, também, light.

A mesma praça, o mesmo banco, só que não temos mais segurança, nem organizações para convivermos com as nossas praças, só não está ali o grande Chico Buarque de Holanda, não é? Só não está ali a tal da segurança aos casais, para um namoro sadio, para uma longa conversa com um amigo, uma amiga ou para ficar sozinho, simplesmente para ver o tempo passar. Coitadas de nossas praças, estão todas elas abandonadas, com sujeira por todos os cantos, jardins malcuidados, marginais circulando impunes, banheiros sem condições de uso decente, e agora também há a invasão do comércio ambulante.

Em função da crise econômica, por tudo o que é errado, inclusive pela má educação das pessoas, neste País, a economia é que leva a culpa. Poderia enumerar todas as praças que estão precisando de atenção da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, do Prefeito que fugiu e desse que o está substituindo, mas que gosta de viajar que é uma barbaridade. A mesma praça, o mesmo banco, só não temos mais segurança. Vamos, pelo menos, cuidar, das nossas praças, já que não temos ingerência para legislar sobre outras coisas que realmente interessam à sociedade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este momento de discussão de Pauta é muito importante porque é um momento em que nós podemos transformar aquela iniciativa individual dos Vereadores numa iniciativa coletiva, no momento em que, ao discutir os Projetos, procuramos questioná-los, aperfeiçoando-os. É o que faço na tarde de hoje, discutindo o Projeto do Ver. Almerindo Filho que propõe que, em todos os núcleos de habitação popular construídos por iniciativa ou por intermediação do Município, seja reservada uma cota de 5% de unidades para idosos carentes.

Na Justificativa, o Vereador apresenta alguns dados mostrando que o percentual de idosos, com relação à população em geral, aumenta. Eu diria que esse é um fenômeno geral, é o que os urbanistas, os cientistas da área da geografia social, humana, chamam de envelhecimento da população. Essa é uma tendência mundial, especialmente nos países de Primeiro Mundo, mas ocorre também nos países subdesenvolvidos, ou em desenvolvimento, como o nosso. Isso está relacionado com os avanços da Medicina, mesmo que a gente saiba que esse progresso, entre aspas, da Medicina não é distribuído igualmente; pelo avanço da saúde pública, mesmo sabendo que a saúde pública deixa muito a desejar, e também pela redução do índice de natalidade, que é uma tendência também em todo o mundo. Mas tenho um questionamento ao Projeto. O Projeto fala em assistência habitacional. Na verdade, a questão da moradia é mais do que assistência habitacional. A moradia é um direito garantido, no art. 6.º da Constituição, a toda a população. O problema do idoso com dificuldade de habitação é, na verdade, o problema da família. A falência dos planos habitacionais no País, especialmente planos habitacionais populares, se reflete sobre toda a família, não apenas sobre o idoso, mas também sobre a criança e o adolescente, que também são protegidos pela nossa legislação - não apenas no ECA mas até na Constituição. Isso está claramente colocado. Então, o problema habitacional é mais amplo do que o problema apenas do idoso.

O outro questionamento que eu faço é tratarmos desses problemas sociais com cotas. A questão de cotas, em alguns casos eu defendo. Por exemplo, a cota para a questão do negro. Por quê? Porque se trata de resgatarmos um problema histórico de exploração, de superexploração do negro, especialmente do africano, discriminação inclusive expressa na lei, porque se nós pegarmos as Constituições do tempo do Império, nas leis estava claramente colocado que o negro não era pessoa, que o negro não era portador de direitos, o negro está lá arrolado na rés, nas coisas; ele era um objeto, uma propriedade, uma mercadoria, ele não era considerado sujeito de direito. Então, tem toda uma dívida social a ser resgatada. A mulher é a mesma coisa. Está lá na legislação, inclusive no Código Civil atual, de 1916, que no ano que vem será revogado pelo novo Código, está claramente colocado que a mulher é inferior ao homem. Nós temos uma exploração econômica, uma exploração de fato, uma exploração legal, toda uma dívida histórica social a ser resgatada. Daí se justificam as quotas, como política afirmativa, porque são resgates históricos importantes, de segmentos importantes da nossa população, para quem devemos fazer essa política afirmativa, sob pena de não avançarmos na tão sonhada democracia.

A questão do idoso é um pouco diferente, porque o idoso, a meu ver, já foi melhor tratado do que é hoje. Hoje, no mundo inteiro, há um desprezo pelo idoso, que é fruto de toda essa visão consumista da sociedade, visão materialista - eu diria até -, que coloca a produção, o lucro em primeiro lugar. É a mesma lógica de querer tirar o domingo dos comerciários, querer obrigar a população a mudar de hábito, comprar aos domingos, é a mesma lógica que coloca o lucro acima de qualquer coisa. Essa lógica está, cada vez mais, maltratando o idoso, que já foi melhor tratado na sociedade. Se tratarmos todos esses problemas com quotas, de repente vão faltar quotas; porque se para cada segmento explorado nós formos dar uma quota, daqui a pouco vamos ter um problema, inclusive matemático, para administrar tudo isso. Por isso acho que devemos ir com cuidado nessa questão de quotas. Quota se justifica quando temos de resgatar situações de discriminação, de exploração histórica, de dívidas sociais históricas, como é a questão do negro e da mulher. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este período de discussão preliminar dos Projetos que iniciam a sua tramitação na Casa é de grande importância, e enseja, inclusive, ocorrências como a que registramos no dia de hoje, de discussão pontual de alguns temas que deveriam estar, permanentemente, na pauta das nossas discussões. A discussão que se abre em torno do Projeto de Lei do Legislativo n.º 204/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, é importantíssima, especialmente porque o tema habitação popular jamais vai-se esgotar numa cidade como Porto Alegre. As carências habitacionais são enormes, e não se vê, por razões múltiplas, grandes projetos capazes de, ordenadamente, enfrentar essa situação que lamentavelmente se agrava. A discussão que se abre em torno do Projeto do Ver. Almerindo Filho, que quer a destinação de um determinado percentual de habitações para pessoas idosas, além de trazer à baila uma realidade de que é muito comum nós termos na cidade de Porto Alegre pessoas idosas sem a menor perspectiva de terem acesso a uma moradia condigna, na ausência, inclusive, de projetos específicos para área. Penso que a FASC, por exemplo, Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª que já presidiu essa entidade, chegou a esboçar - acho que até no seu tempo - uma ação nessa área e que ao que me consta foi interrompida, porque nós precisamos reconhecer que é comum as pessoas chegarem ao fim da vida e não terem um local onde possam passar os últimos dias da sua vida. Ontem mesmo recebi no meu gabinete uma pessoa que conheço há muito tempo, uma pessoa simples, hoje aposentada pela Previdência Social depois de 35 anos de atividade, que tem alguns recursos e que é submetida a pagar uma locação de 170 reais, e que não consegue se enquadrar em nenhum dos projetos do Município em função de que nos projetos de aquisição da casa própria se alega que pela idade ela teria de ter uma renda muita alta, capaz de permitir que ela, num tempo muito curto, pudesse honrar o compromisso; e de outro, não sei por que não se coloca naquelas situações do Direito Real de Uso, que o Município está usando indiscriminadamente para qualquer coisa e que poderia usar para enfrentar o problema dessa pessoa.

 

O Sr. Zé Valdir: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só quero esclarecer que considero da maior importância o Projeto do Vereador, até para suscitar o debate que estamos fazendo. A única divergência que tenho é em relação ao instrumento quota, até porque é difícil de estabelecer qual é o percentual. O Projeto, por exemplo, na sua justificativa, fala que são 18% da população de Porto Alegre que está nessa faixa, só que o Projeto propõe 5%. Então tem essa dificuldade só em relação à quota. Talvez o Projeto avance por aí.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: V. Ex.ª contribui fortemente com o meu discurso e no meu pronunciamento na medida que me enseja a dizer o que eu pretendia dizer. Esses Projetos que entram aqui na Casa, quando são anunciados e discutidos, eles ficam, naturalmente, abertos a um trabalho mais forte, a um enriquecimento que pode surgir nas Comissões, que pode surgir, inclusive, neste próprio momento, se fosse o caso de emendá-los, já seria natural e que agora ele vai correr. Esse Projeto não tem a menor chance de ser votado neste ano. Vai ser herdado para a próxima Legislatura, para o próximo ano Legislativo e lá, certamente, vamos trabalhar exatamente nessa linha que V. Ex.ª pugna, e que é adequada. Temos que terminar com o constrangimento de pegar um Projeto de um colega nosso, que eventualmente possa apresentar uma idéia boa de uma forma errada ou inadequada, e colaborar com ele para que se coloque da forma adequada e que o bom propósito não morra nas calendas, como muitas coisas acontecem neste País.

Quero, da tribuna inclusive, me comprometer com o Ver. Almerindo Filho de, no devido momento, dar o cuidado do tratamento que merece o Vereador e substancialmente o Projeto que ele apresentou. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Em Pauta ainda o Projeto do Ver. Almerindo Filho que prevê a reserva dos planos habitacionais para idosos, prevê a quota de 5% das habitações populares para idosos. É muito importante esse Projeto porque ele, efetivamente, tenta resgatar uma dificuldade. Mas o Ver. Zé Valdir falou muito bem aqui: se nós vamos dar quotas para isso, para aquilo, e assim por diante, nós vamos retalhar todos os planejamentos, o que se tornará uma dificuldade. Nós já temos aqui, por exemplo, a tentativa de quotas para senhoras cabeça-do-casal; conforme falou Zé Valdir, para os negros; e agora, para idosos.

Na argumentação do ilustre Vereador, ele nos dá várias informações dizendo que a população idosa aumentou e que Porto Alegre – que coisa boa! – é a segunda cidade em número de idosos com mais de 60 anos. Eu, por exemplo, já estou nessa faixa, ingressei nos 60 há quase um ano, Ver. João Antonio Dib.

É importante, então, que esta Câmara estude esse assunto. Eu tenho recebido, em meu gabinete, idosos carentes. Vejo aqui muitas pessoas jovens participando desta Sessão plenária. Eu gosto de dizer aos jovens que esta é a época de se prepararem, de se qualificarem, de estudarem, de possuírem as ferramentas para enfrentar o futuro, para não chegar na idade mais avançada com inúmeras dificuldades. O idoso não tem mais tempo de recuperação, não tem outras oportunidades na vida, e isso os jovens de hoje têm de estudar muito bem. Este Projeto está em estudo, está na Pauta para ser debatido.

Outro Projeto é do Ver. João Bosco Vaz - sobre o qual eu já falei em outra oportunidade -, denominando aquela rua que, hoje, parte dela, é denominada D. Cecília, como Rua Dr. Fernando Kroeff. Eu coloquei algumas dificuldades nesse Projeto, porque não o tinha estudado. Fui ao local estudá-lo e constatei que, na verdade, aquele espaço de rua não tem morador, é todo ele no lado pertencente ao Grêmio Foot-Ball Porto- Alegrense. O Projeto, agora, está completo, está adequado, está – como diz o Ver. João Antonio Dib – legal e regimental.

Também tem um outro Projeto, do Ver. Fernando Záchia, que denomina uma rua como Rua Cláudio Pinto. Cláudio Pinto foi juiz de futebol, esportista em nossa Capital, e merece ter o reconhecimento desta comunidade e, principalmente, da comunidade esportiva de Porto Alegre. Parabéns aos três Vereadores que apresentam Projetos, dois de homenagens, denominando ruas, e outro que merece o estudo profundo desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrado o período de Pauta.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Paulo Brum, que dirige os trabalhos na tarde de hoje, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, todos os que nos assistem aqui e nas suas casas, em especial, as lideranças comerciárias, desde a semana passada, acompanho os trabalhos, esperando, com apreensão e com vontade que logo ocorra a votação da questão da abertura do comércio aos domingos, ou não. Queria tratar dessa temática, porque é preciso que nós construamos - e eu sinto que se vai construindo nesta Casa - uma opinião no rumo de alterar a atual situação de verdadeira escravidão da categoria comerciária.

Queria dizer que nós, desde que esse tema, esse debate se colocou nesta Casa, afirmamos: primeiro, que a abertura do comércio aos domingos não aumentaria as vendas nesta Cidade; segundo, que ela arruinaria os pequenos e médios comerciantes, especialmente o comércio de bairro e de rua, mesmo do Centro; terceiro, que, na verdade, o que estava em disputa não era a liberdade do comércio, mas era a liberdade dos empresários de retirar as conquistas dos comerciários, como vale-transporte, como vale-refeição, como o prêmio que era concedido nas negociações, como a folga a cada três domingos trabalhados; quarto, que isso não aumentaria as vendas, mas levaria a uma monopolização das vendas pelos grandes grupos econômicos e beneficiaria, essencialmente, os shopping centers, para onde vão as vendas com a abertura do comércio aos domingos; por fim, que essa monopolização acabaria prejudicando o próprio consumidor, que tem a ilusão de que poder comprar aos domingos é um benefício.

Meus companheiros, minhas companheiras, tudo isso que nós afirmamos aqui desta tribuna foi comprovado desde que aquela liminar esdrúxula do Tribunal de Justiça do Estado autorizou a abertura do comércio aos domingos.

O próprio Presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Ver. João Antonio Dib, manifestou na imprensa que, no mês de setembro, que é o mês posterior à abertura do comércio aos domingos, as vendas caíram na cidade de Porto Alegre. Mas, se abrir o comércio aos domingos iria aumentar as vendas, como que em setembro elas caíram? Se nós formos ver os dados da FEE, que são baseados nos dados dos senhores empresários, a queda foi maior ainda, foi de 11,33%.

Mas não é só isso: ainda no mês passado, o Vice-Presidente da Associação de Mercados, Minimercados, Fruteiras, Panificadoras de Porto Alegre, denunciou na imprensa que desde que essa liminar passou a viger, suspendendo a Lei Municipal, as vendas nos pequenos comércios caíram 60% aos domingos e até 30% durante a semana.

O Presidente do Sindigêneros, Dagoberto Machado, afirmou: pequenas e médias empresas do setor estão perdendo vendas desde que a liminar entrou em vigor.

Mais do que isso, o Presidente da AGAS afirmou que o domingo deve ser tratado como um dia comum, sem direito a prêmio, sem direito a vale-transporte, sem direito a vale-refeição, sem folga extra. Hoje ainda, na rádio, o Sr. Marconatto afirmou que vão funcionar, no mês de dezembro, mais de quinhentas lojas e que não pagarão hora-extra, não pagarão vale-transporte, não pagarão vale-refeição, não pagarão prêmio, e mais, não aumentarão um emprego, porque vão fazer rodízio. Era ou não era o que nós afirmávamos desta tribuna quando vinham com lero-lero de que isso ia aumentar emprego? Ao contrário, as informações do Sindicato são de que, depois que essa liminar esdrúxula foi baixada, aumentou o número das demissões, dos que têm mais de um ano de trabalho, porque as demissões de quem tem menos de um ano ocorrem sem o conhecimento do Sindicato.

Por tudo isso, eu tenho certeza de que mesmo os Vereadores que, equivocadamente, pensando que com isso ampliariam os empregos, votaram, em outras ocasiões, pela abertura, cerrarão fileiras desta vez, Ver. Paulo Brum, e tenho certeza de que inclusive V. Ex.ª, para defender o pequeno comércio, para defender os comerciários e para defender inclusive os consumidores de Porto Alegre, que é a Capital mais cara devido à monopolização do comércio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vamos fazer a verificação do quórum para entrarmos na Ordem do Dia. Como não, Ver. Fernando Záchia; não há nenhum Vereador inscrito, aqui, como posso adivinhar quem vai-se inscrever. Então não é assim, Vereador. Vamos abrir o período para inscrição de Lideranças. V. Ex.ª foi Presidente da Casa e sabe como é que funciona. Não havia nenhum inscrito quando eu disse Ordem do Dia. Não vou discutir com V. Ex.ª, vou reabrir as inscrições para Lideranças, em qualquer momento, antes de entrarmos na Ordem do Dia. Íamos entrar. Mas então fica uma bagunça e V. Ex.ª sabe como funciona.

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente dos trabalhos, jamais pensarei em discutir com V. Ex.ª, eu queria era argumentar. Acho que as idéias estão aí para serem argumentadas e não discutidas. Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, está-se falando muito, neste momento no Brasil, na questão da Fome Zero, um projeto importante para a população. O Coordenador-Geral do programa Fome Zero, Sr. José Graziano, disse que há dois milhões de famílias no campo que não têm o que comer, e nos centros urbanos esse número aumenta para cinco milhões de famílias. Digo isso porque esta Casa, há exatamente um ano, dia 5 de dezembro de 2001, aprovava um Projeto de autoria deste Vereador que dispunha sobre o aproveitamento de alimentos não-servidos e próprios para o consumo humano. Uma matéria amplamente discutida e construída com a participação do conjunto dos trinta e três Vereadores que tinha e tem por objetivo aproveitar aqueles alimentos, as sobras de alimentos servidos e não-consumidos que pudessem ser distribuídos a creches e asilos, com a participação e gerenciamento do programa pelo Poder Público. O Poder Público ciente da localização, da necessidade dessas creches e desses asilos, poderia fazer a distribuição desses alimentos, que alimentariam essas crianças e esses velhos que hoje estão morrendo de fome por não terem com o que se alimentar. Estatísticas mostram que na cidade de Porto Alegre aproximadamente trinta toneladas de alimentos são jogadas fora, porque não há, ou não existia, uma legislação que permitisse o seu recolhimento e a sua distribuição, Lei essa aprovada pela Câmara de Vereadores, que diz no seu art. 4.º: (Lê.) “O Poder Executivo Municipal regulamentará essa Lei no prazo máximo de 60 dias, a contar da data da sua publicação.” A Lei foi assinada pelo Prefeito Tarso em 5 de dezembro de 2001. Como no dia 15 de junho ainda não havia sido regulamentada, o programa ainda não existia, porque não houve a regulamentação pelo Poder Executivo, este Vereador, através de um Pedido de Informações, solicitava ao atual Prefeito João Verle que historiasse como andava essa regulamentação. Na resposta do Prefeito, já posterior à data legal, o prazo de 45 dias, observando o recesso de 30 dias de julho, anexaram a cópia do Decreto, que, na visão do Sr. Prefeito, foi regulamentado através de um Decreto datado de 28 de agosto de 2002. E chamo a atenção, porque esse Decreto, que era para regulamentar essa Lei, muda, inclui um art. 2.º, que diz: (Lê.) “A primeira fase do programa de que trata o artigo 1.º deste Decreto será dirigido ao atendimento das crianças de zero a 6 anos.” Mas a Lei sancionada pelo Prefeito não fala de crianças de zero a 6 anos; fala do programa que será distribuído à população de Porto Alegre. O que faz o Prefeito, sete ou oito meses depois, pela dificuldade, pela incompetência ou pela má vontade da implantação dessa Lei, dizer que vão iniciar o processo de crianças de zero a 6 anos? “Vamos fazer o seguinte: para as crianças de zero a 6 anos, vai haver uma grande festa num hotel, num restaurante, onde vai sobrar carne de porco que não foi consumida e que diversos velhos e adultos, que não têm o que comer, poderiam comer, mas vamos pegar essas carnes de porco e vamos dar às crianças de um ano, de meio ano.” Quem regulamenta, através de um Decreto, essa Lei para crianças de zero a 6 anos não quer aplicar. Não quer participar desse processo de, quem sabe, minimizar a fome das pessoas. O objetivo da regulamentação desse programa é saber como as entidades poderão realizar convênios para que beneficie a população. Como são os requisitos da coleta, do armazenamento e da distribuição dos alimentos? Como o município realizará a fiscalização da execução do programa para garantir a qualidade dos alimentos aproveitados? Esse é o objetivo do decreto, se for a boa vontade do Executivo em executar, se for do interesse do Executivo que nós possamos minimizar a fome da população de Porto Alegre, se for só discurso para a torcida, vamos fazer um decreto dizendo que vamos começar esse programa para as crianças de zero a 6 anos. Essa prática eu não faço, essa prática a Câmara Municipal não faz, essa prática o Executivo está fazendo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho em mãos aqui o Regimento da Casa, é urgente, é premente, inadiável a sua reformulação total. Há em circulação vinte ou trinta Emendas modificando o Regimento. O Regimento deve ser simples, claro, preciso, conciso e sobretudo respeitado. Vou ler o art. 229 do Regimento: “O Líder, a qualquer momento da Sessão, exceto na Ordem do Dia, poderá usar da palavra por 5 minutos, sem apartes, para comunicação urgente e de excepcional importância, submetendo o assunto preliminarmente à consideração do Presidente dos trabalhos.”

Agora, eu vou falar sobre respeito e desrespeito. Nós, ontem, tivemos um problema sério nesta Casa, a Sessão ficou suspensa por mais de uma hora, para que nós pudéssemos decidir, por sorteio, sobre quais os projetos que seriam votados.

Eu vou falar, novamente, sobre respeito e desrespeito. As matérias foram decididas, sorteadas, e penso que elas devem ser focadas no momento da sua discussão e votação. E como é que nós respeitamos aqueles que nos visitam? Numa comunicação de liderança, e não foi a única, outras aconteceram ontem, quarta-feira, nós voltamos a falar a respeito da abertura do comércio aos domingos. O que vamos dizer quando acontecer o momento de discutir e votar o Projeto? Se é que isso vai acontecer. Nós vamos falar, então, de obesidade em Comunicação de Líder? É porque nós não nos respeitamos. Por isso, muita gente também não respeita o Legislativo Municipal. Nós usamos a Comunicação de Líder para falar a respeito de um assunto que vai ser debatido logo ali adiante, porque há Plenário, porque há público, porque há palco? É isso que tentei dizer aos comerciários. Para que se chegue ao palco é preciso pisar em cima, e, quando vêem aqui fazer comunicações de liderança da forma que têm sido feitas, não estão fazendo outra coisa senão pisar no palco que aqui se apresenta para buscar a solução de um problema. Uma Casa que tem projetos do ano passado, da mais alta relevância e que não os examina.

Hoje, nós tivemos Tribuna Popular para pedir, para apelar aos Vereadores que analisem um Projeto que está infernizando a vida de muita gente. Nós não fomos sensíveis. Desde 27 de fevereiro está sendo pedido urgência, e não votamos. Quando foi para tratar o problema da abertura ou não do comércio aos domingos, nós começamos do dia 28 de abril até as 2 horas da madrugada do dia 29, e seguimos até o dia 14 de maio, usando o palco, portanto, pisando no palco, para satisfazer os interesses estranhos de alguém que tenta dizer que a Justiça não presta no Rio Grande. E será que nós estamos agindo corretamente, em face de tudo que ocorreu na Justiça, em face do que nós presenciamos com os nossos visitantes? Será que nós analisamos bem? Não. O importante, Sr. Presidente, é fazer discurso, esquecendo que, na forma do art. 229, deveria ser dito que é urgente, inadiável e importante. Nós poderíamos esperar algumas horas e fazer toda esta verve e trazer todos esses conhecimentos, todos esses dados como se verdade fossem, ou que verdadeiros sejam, para o momento da discussão e da votação. Não. Mas nós temos palco, portanto, pisaremos no palco, subiremos no palco e faremos discursos. Saúde e paz! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, também as pessoas que nos assistem pela TVCâmara, eu queria saudar todos. Entrei com um Projeto de Lei nesta Casa que, na última Sessão, correu a 3.ª Sessão de Pauta. É um Projeto simples, um Projeto que, no nosso entender, vem garantir a segurança dos nossos alunos, enfim, dos nossos estudantes. Só que o Vereador desta Casa Zé Valdir fez uma série de considerações em cima do Projeto: um Projeto sem fundamento, um Projeto obsoleto, enfim, depois entrou numa outra área dizendo que a segurança encontra-se nesta situação, porque é a RBS, depois pulou para o próximo Governo do Estado, que vai resolver o problema da segurança. Enfim, o Ver. Zé Valdir iniciou no Projeto e terminou o seu discurso completamente numa outra linha. Só quero dizer para o Ver. Zé Valdir, que está aqui escutando o meu Projeto, que há tempos a Associação dos Transportadores em Educação no Município de Porto Alegre é totalmente favorável ao Projeto. A ADURGS, que é a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também; a SINPRO, Sindicato dos Professores, também, todas essas entidades foram consultadas e nenhuma delas se posicionou contra o Projeto; o DCE da PUC, o da UFRGS. Então, veja V. Ex.ª que o Projeto tem fundamento, é um Projeto simples, e nem por isso um pai ou mãe de um estudante que acharem por bem ter o endereço na sua carteira, que coloque. Eu sou um doador de órgãos, como muitos dos Vereadores desta Casa o são, então, coloquem o selinho, porque a gente não sabe o que pode acontecer, está lá o selinho identificando que aquela pessoa quer doar seus órgãos. Se o pai ou a mãe não aceitam, que retirem o endereço. Agora, isso é para a segurança. Agora, acho que V. Ex.ª não leu a justificativa do Projeto, é um Projeto simples, sendo uma segurança para os alunos.

Gostaria, sinceramente, que o Ver. Zé Valdir subisse a esta tribuna e fizesse aqui no seu pronunciamento uma avaliação da segurança em Porto Alegre. Por exemplo, que viesse aqui fazer uma avaliação do sociólogo Eduardo Soares, que foi trazido do Rio de Janeiro, gostaria de ouvir V. Ex.ª, homem do Governo, que V. Ex.ª desse a sua opinião sobre o trabalho dele para a nossa segurança. Já tivemos várias polêmicas, nesta Casa, onde ele afirmou que seria favorável à liberação das drogas, mas eu gostaria que V. Ex.ª também se pronunciasse aqui, declaração do próprio Secretário de Segurança, quando em um certo momento, ele disse, e o Rio Grande ficou pasmado com as declarações dele, dizendo que se necessário, para salvar um familiar seu ou amigo, assaltaria uma farmácia se necessário, ou supermercado para saciar a fome de tantas pessoas que sabemos passam fome neste País. Gostaria que V. Ex.ª fizesse também uma avaliação, gostaríamos de ouvi-lo. V. Ex.ª terá outro tempo, não precisa ser hoje, gostaria de ouvi-lo aqui, uma avaliação de V. Excelência. Agora, V. Ex.ª pegou o Projeto, fez o fim do mundo com esse Projeto! É um Projeto simples! Quero que V. Ex.ª entenda que nenhum projeto, de nenhum Vereador, parte somente da cabeça dele, porque há sempre algum segmento da sociedade que alerta: “Olha, Vereador, nós achamos que um projeto nesta linha é bom para Cidade, é bom para segurança”. Como hoje, talvez, nós vamos votar um Projeto de minha autoria que também é um Projeto que, no nosso entender, eu espero que a Bancada do PT vote favoravelmente, porque é ligado à área de segurança e a nossa própria segurança. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras., distintos cidadãos e cidadãs que vêm a esta Sessão Plenária. Falo em nome da minha Bancada com a aquiescência do Vereador-Líder Marcelo Danéris para levantar duas questões importantes que ainda não foram tratadas exaustivamente nesta Casa. Uma delas diz respeito às manchetes que hoje estão nos jornais. Eu chamo a atenção dos Srs. Vereadores e mesmo do público presente, Ver. Juarez Pinheiro, que por muitas oportunidades compartilharam esses espaços aqui com a direção do SIMPA. Quando nós tratamos a questão da Previdência e tantas outras questões, eu sempre tive um grande respeito pelo Sindicato. Tinha divergências com aquela direção. Mas, por muitas vezes, Ver. Presidente Paulo Brum, fomos admoestados por aquela platéia, onde o que menos faltavam eram propostas, mas abundavam ataques ao meu Partido e, muitas vezes, pessoas foram atacadas, porque aqui se manifestavam em suas opiniões como o distinto, digno e honrado Ver. Juarez Pinheiro, que inclusive foi vítima pessoal de uma brutal e covarde agressão à noite e depois de uma ameaça, quando uma cobra foi enviada num pacote como se fosse um presente para o seu gabinete. Eis que, de ontem para cá, os jornais, eu peguei um deles... Queria que a câmera focasse, normalmente quando colocam alguma coisa contra nós a câmera acolhe, eu gostaria que a câmera corresse aqui para ver essa submanchete, aqui embaixo. Não é uma crítica a ninguém, é só para chamar a atenção. Diz o seguinte: “Apreendido arsenal na casa do Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre.” Aos senhores que estão me ouvindo vou dizer qual é o arsenal: armas 38, armas calibre 12, pistola com silenciador, processos dos tribunais de justiça, urnas das eleições do Sindicato, livros de contadoria e três potes com cobras colocadas! As cobras vão para a perícia.

Eu sou um defensor do direito. Acho que toda pessoa tem presunção de inocência até que se prove o contrário.

Eu estou dando uma notícia, um julgamento, o juízo político e ético disso que estou dizendo aqui cabe aos senhores e o julgamento do direito cabe à Justiça.

Quero informar isso porque muitas vezes, nesta Casa, fomos, aqui, impingidos, fomos ofendidos, fomos atacados, pressionados e dizíamos, aconteceu várias vezes, eu quero ver quando saírem os resultados, por exemplo, de episódios que ocorreram na CPI do DEMHAB, aqui, e eu dizia que tinha um grupo de cidadãos que vinha aqui cuja profissão era ser cidadão daquela CPI e que também o processo está correndo e vai chegar lá.

Por último, Sr. Presidente, há um histórico momento no Estado do Rio Grande do Sul, eu falo especialmente para os comerciários. A Assembléia votou ontem e vota terça-feira, em segundo turno, para se transformar em lei constitucional, aqui, que o município de Porto Alegre e todos os outros 497 municípios do Estado do Rio Grande do Sul são os competentes para deferir o horário e dia do funcionamento do comércio. Com isso termina uma das teses do ilustre e nobre Desembargador Clarindo Favretto, que dizia que nós não podemos definir o dia, só o horário. Pois, aprovada a proposta da eminente Deputada Jussara Cony, do PC do B, em segundo turno, foi por unanimidade, nós vamos ter a votação na terça-feira que vem, e os fundamentos que derrubaram a Lei n.º 7.109... poderá, portanto, voltar a ser a Lei que antes nós aqui definimos. Não tem mais a interpretação jurídica cabível. Isso é muito importante, Sr. Presidente, porque nós estamos aqui tratando não só do direito legítimo dos comerciários, como estamos tratando do direito da economia de Porto Alegre, que está representada nos feirantes, nos comerciários, nos comerciantes pequenos, nos armazéns, nos açougues e nas várias pequenas unidades que dão emprego na Cidade.

Bem-vinda a votação da Assembléia, que disse que nós, os Legisladores de Porto Alegre e de todos os Municípios do Rio Grande do Sul, somos competentes para dizer, sim, o dia e o horário que funciona o comércio de Porto Alegre e de outras cidades.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o pronunciamento do Ver. Estilac Xavier quase que determina a mudança do rumo do meu pronunciamento. Venho à tribuna com a intenção de fazer constar nos Anais da Casa um artigo assinado pelo Conselheiro da AGERGS, Eduardo Battaglia Krause. No jornal Zero Hora, de 30 de novembro do corrente ano, no último sábado, vi publicado o seguinte artigo que passo a ler: (Lê.) “Meu filho foi assaltado ontem. Era dia, em rua e bairros movimentados como qualquer outro de nossa Capital. Foi-se mais um tênis e um relógio. Como troféu, ele ficou com o sapato de camurça que o assaltante deixou. É a quinta vez.

Acontece que tenho mais três filhos. Todos já foram assaltados. Perdas, menos mal, as mesmas: tênis, boné, camiseta, relógio, mochila...

O meu filho foi assaltado ontem. Os outros também. Eu já fui assaltado. A minha mulher já foi assaltada.

Ainda não me dei ao trabalho de sair a perguntar quem não foi assaltado. Eu não estou falando da criminalidade, inerente às grandes cidades. Eu não estou falando de latrocínio. Eu não estou falando do problema da droga, dos seqüestros. Eu estou falando que meu filho foi assaltado ontem. Certamente milhares de pares de olhos que estão lendo esta coluna são de pais como eu, cujos filhos foram assaltados ontem.

Alguns dias atrás, o jurista Paulo Brossard, brilhante como sempre, neste mesmo espaço, com o título ‘Assuntos não faltam’, discorreu, dentre outros temas, com absoluta lucidez, acerca da falência da nossa segurança pública. Disse tão-somente a verdade.

Um dias depois de o meu filho ter sido assaltado, Luiz Pilla Vares, assessor do Governo do Estado e figura ligada ao meio cultural, utilizando o título ‘Afogado em números’, responde no mesmo espaço ao doutor Brossard. Elogia as ações do Governo que integra, e, de forma enfática, elenca números impressionantes, demonstrando que os efetivos das polícias civil e militar foram reforçados, o mesmo com a SUSEPE e o Instituto-Geral de Perícias. Fala em desbaratamento de quadrilhas organizadas, aumento das prisões, combate à corrupção e encerra dizendo que o jurista está equivocado. Agrega, ainda, que nos assuntos da segurança o atual Governo tem o maior gosto de mostrar. Como se cuidar das vidas humanas, se justificasse simplesmente comparando-se o Governo que fez mais e o Governo que fez menos, em tal ou qual período. Termina dizendo que ‘é só termos oportunidade e sermos provocados e voltaremos a esse e a outros assuntos com o maior respeito à opinião pública.’

Perdoe-me, Sr. Pilla Vares, mas o meu filho foi assaltado ontem. Talvez no exato momento em que o senhor estava confortavelmente sentado no seu gabinete em Palácio se acercando dos expressivos números e tentando justificar o injustificável. A verdade é que eu não tenho mais paz. A minha mulher não tem mais paz. As pessoas, que são a opinião pública não têm mais paz. Os nossos filhos não podem sair na rua. Por enquanto, ainda são os tênis, relógios, mochilas, de vez em quando alguns são mortos. Bem, talvez isto não seja importante. Para mim é. Para as pessoas que estão lendo esta coluna, tenho certeza que sim. Nós não queremos números. Nós queremos os nossos filhos vivos.”

Eu subscrevo essa manifestação do advogado e Conselheiro da AGERGS, Eduardo Battaglia Krause, que, com muita inteligência, enfoca um assunto de plena atualidade e nos coloca mais um alerta, secundando, neste particular, o ex-Senador Paulo Brossard, que anteriormente, nessa mesma linha, havia-se manifestado. Eu, como ele e como todos os pais, quero os meus, os nossos filhos vivos. Era isto, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, hoje comemora-se internacionalmente o Dia do Voluntariado. E, trocando idéias com o Ver. Sebastião Melo, dizia-me S. Ex.ª, que é um profundo conhecedor desta área, que o voluntariado tem-se multiplicado aritmeticamente no mundo e também em nosso País. Hoje, o jornal Zero Hora publica uma ampla matéria, inclusive com a Presidenta dos Parceiros Voluntários, Cidadã de Porto Alegre, Marilene Johannpeter. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é uma forma que a sociedade encontrou, através dessas organizações não-governamentais, não de substituir evidentemente, mas de complementar, se colocar ao lado da missão do Estado, no sentido de buscar soluções nos mais diferentes campos, no sentido de minimizar a crise que envolve a sociedade, as pessoas, buscando melhorias neste e naquele campo da atividade humana.

É um dia significativo, em que temos de cumprimentar, e o fazemos da tribuna, a todas as organizações que se dedicam, anônima e espontaneamente, ao voluntariado, desenvolvendo atividades no campo da saúde, no campo da assistência social, e também no campo do trabalho, ajudando entidades através do voluntariado. Esta é uma grande idéia, a idéia do voluntariado, que não tem limites na sua ação. Ela vem num crescendo, vem-se desenvolvendo de forma fantástica, e se faz imprescindível que, cada vez mais, se desenvolva este tipo de atividade, mormente quando mergulhamos, incrivelmente, na violência. A violência está grassando espetacularmente. Então, é preciso que ações no campo do voluntariado se desenvolvam no sentido de refrear esta verdadeira chaga, que é a violência, que se instala, de forma inusitada, em nosso País e, de resto, no mundo.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando o Estado se torna incapaz de responder a todos os reclamos, enfim, a todas as ações que se fazem necessárias ao desenvolvimento, às necessidades humanas, tornam-se necessárias essas organizações, no sentido de desenvolver esta idéia positiva, que é a idéia do voluntariado, a custo, por assim dizer, zero, porque as pessoas se dedicam sem o menor interesse, e, na maioria, de forma anônima, na busca de melhores dias para a sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação Requerimento, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que solicita a renovação de votação do PLCL n.º 015/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Apregoamos as seguintes Emendas ao PLCL n.º 006/02: Emenda n.º 02, Emenda n.º 03. Emenda n.º 04 e Emenda n.º 05.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, para que seja dispensado o envio das Emendas n.ºs 02, 03, 04 e 05, apostas ao PLCL nº 006/02, às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1415/02 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que altera o art. 40 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre). Com Emenda n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 04-12-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLCL n.º 006/02, com ressalva das Emendas apregoadas. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLCL n.º 006/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Emenda n.º 01 aposta ao PLCL n.º 006/02. (Lê.) “Modifica a redação proposta no PLCL n.º 006/02 ao art. 40 e seus Incisos I e II, da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999. Emenda n.º 1. Art. 1.º: O art. 40 e seus Incisos I e II, da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999 terão a seguinte redação: ‘Art. 40 - O CMDUA compõe-se de 27 membros titulares e seus suplentes, designados pelo Prefeito, com renovação bienal e a seguinte composição: I - oito representantes de entidades governamentais que tratem de matéria afim, assim distribuídos: “a”, “b”, “c”; II - dez representantes de entidades não-governamentais constituídas por entidades de classe e afins ao planejamento urbano, entidades empresariais, preferencialmente da área da construção civil, e entidades ambientais e instituições científicas: IAB, SERGS, SINDUSCOM, Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul, Sindicato das Empresa de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul – SECOVI/RS, OAB/RS, CIDADE, AREA e Sociedade de Economia.’”

Em votação nominal a Emenda n.º 01 aposta ao PLCL n.º 006/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM e 15 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 02 aposta ao PLCL n.º 006/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 03 aposta ao PLCL n.º 006/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 04 aposta ao PLCL n.º 006/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 05 aposta ao PLCL n.º 006/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3603/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/01, de autoria do Ver. Ervino Besson, que cria o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, os Fóruns Municipais Regionais de Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança. Com Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela rejeição do Projeto e do Substitutivo nº 01;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Cássia Carpes: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01;

- da  COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela rejeição do Projeto e do Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 19-08-02;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- prejudicada a votação do Projeto nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º 022/01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, o Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º 022/01. (Pausa.) (Após a apuração nominal) APROVADO por 15 votos SIM e 11 votos NÃO.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Projeto de Lei Complementar precisa de 17 votos, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Socorrem-me o Ver. Juarez Pinheiro e a nossa Diretora Legislativa: realmente este Projeto precisava de 17 votos, teve apenas 15 votos. Portanto, o Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º 022/01 está REJEITADO por 15 votos SIM e 11 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Projeto de Lei do Legislativo n.º 113/02. (Pausa.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com toda a vênia, eu quero lembrar à Mesa que no Projeto de autoria do Ver. Ervino Besson foi rejeitado o Substitutivo, mas nós tínhamos quórum suficiente; faltava, então, ser votado o Projeto, pois quando nós votamos o Substitutivo, rejeitado o Substitutivo, ainda sobra o Projeto para ser votado. O Projeto só é votado com a rejeição do Substitutivo, caso contrário, não.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Quero lembrar a V. Ex.ª que o Projeto foi rejeitado em todas Comissões.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas então ele não deveria ter sido votado no Plenário, Sr. Presidente. Se ele foi votado no Plenário, segue o Regimento com relação à votação do Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ele pediu o art. 81.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas segue exatamente o Regimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, só para colaborar, eu acho que o Ver. Luiz Braz agiu com intenção de ajudar, realmente, nos trabalhos, e o Projeto do Ver. Ervino Besson tem significação, mas não procede; o Substitutivo tinha pareceres favoráveis e o Projeto tinha pareceres contrários de todas as Comissões. Portanto, não poderia... A Mesa, sob o ponto de vista legal e regimental, agiu corretamente.

Então, não procede o que o Ver. Luiz Braz levanta, o que não tira o mérito do Projeto e do Substitutivo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu acho que o Vereador pode pedir renovação de votação.

Dando continuidade aos trabalhos da nossa Sessão, alertamos o Ver. Ervino Besson no sentido de que ele tem um dispositivo regimental que lhe dá guarida para uma renovação de votação.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1883/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza o Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, a complementar o repasse da diária paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao Hospital Espírita de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-11-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL n.º 113/02. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir.

 

(O Ver. Carlos Alberto Garcia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quem não conhece essa instituição referência na área médico-psiquiátrica, que é o Hospital Espírita? O Hospital Espírita é a única instituição desta Cidade que acolhe pelo Sistema Único de Saúde aquelas pessoas acometidas por doenças de dependência química e psicológica. É uma instituição que não rejeita ninguém e que está pedindo socorro. É uma instituição que há muitos anos lançou um S.OS., mas fala-se muito e pouco se faz.

Há alguns dias o nosso “Vereador-Saúde” fez um apelo dramático desta tribuna para que déssemos nós, Vereadores, mais atenção e prioridade à área da saúde. Todos nós Vereadores temos a ver com a questão da saúde, é óbvio. O Ver. Pedro Américo Leal é um lutador e um batalhador incansável da causa da saúde, um homem sensível, que conhece esses problemas.

Vejam V. Ex.as que a área mais carente de atendimento médico é a psiquiátrica. Ver. Dr. Goulart, se alguma pessoa precisar de um atendimento urgente para um surto psicótico... As doenças psíquicas estão grassando, a insegurança, a instabilidade, a violência que aí estão são um sinal de que a sociedade está enferma na área do psiquismo do ser humano.

No entanto, Ver. Pedro Américo Leal, se qualquer pessoa que estiver aqui, agora, acompanhando os trabalhos tiver apenas o Sistema Único de Saúde, se houver uma senhora grávida, para cá e para lá, há um atendimento ainda de urgência no Conceição, no Fêmina, no Divina Providência, onde existem grandes estruturas de maternidade. Nenhuma dessas instituições do SUS recusa um atendimento de urgência quando chega uma pessoa em uma maca, normalmente. Mas, quando um pessoa vem oriunda de um surto psicótico, não há quem acolha. Existe um serviço de atendimento de urgência, de remoção de pacientes com surtos psicóticos. Isso acontece; é o cotidiano das nossas vidas. Mas esse serviço médico, que cobra 160 reais por uma remoção, tem como pré-requisito que já haja indicação de qual instituição acolherá esse paciente que está sendo vítima de um surto psicótico. Os senhores imaginem aquelas pessoas que só têm o SUS, quando enfrentam a tragédia de um familiar e saem a percorrer desesperadamente atrás de um atendimento médico de natureza psiquiátrica; têm de ir lá no PAN 8, pegar uma fichinha, e, para pegar essa fichinha, é uma verdadeira via sacra.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila inscreve-se e cede a palavra ao Ver. Isaac Ainhorn, com a concordância do Ver. Dr. Goulart, do Ver. Sebastião Melo e do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Muito obrigado, Ver. Nereu D’Avila. Eu gostaria de ler um texto simples, singelo, mas objetivo, que vai direto ao problema e é de uma solução parcial, mas ajuda. Eu sei que o PT vai votar contra, e, se votar contra, se vencer, ou alguns votarem a favor, porque eles têm de vir com o nihil obstat do coletivo da saúde; eles operam com coletivos, com esses tais de coletivos, o PT é especialista nesses coletivos, nesses coletivos aqui em Porto Alegre eles fizeram escola, mas já está fazendo água, porque o ocaso do Orçamento Participativo está aí, porque não estão atendendo às demandas, porque eles estão fazendo o diário feijão com arroz. É tão ruim já, eles já estão tão apavorados que o Prefeito que renunciou, o Pref. Tarso Genro, para pleitear ir para o Governo do Estado; agora não foi, certamente vai querer uma embaixada talvez Lisboa, Madrid.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Não, na França, Ver. Sebastião Melo, é um pouco mais difícil, porque essa tem que ser de carreira e a briga, a disputa do Itamaraty por esse cargo é muito grande. Quem sabe Jerusalém, o Vereador tem uma vertente judaica, Jerusalém seria uma boa embaixada. Ou senão a representação na ONU, de repente ele se candidata a Presidente da ONU.

Diz o Projeto de Lei do “Dr. Saúde”, o nobre Ver. Dr. Goulart, eu digo essa expressão para marcar, Vereador, para marcar o seu perfil, até porque eu preconizo: o seu trabalho na Comissão de Saúde foi tão bom que V. Ex.ª deve dar continuidade a esse trabalho. Não acha isso, Ver. Sebastião Melo? Diz o art. 1.º deste Projeto: “Fica o Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal da Saúde, autorizado a complementar o valor da diária paga pelo Sistema Único de Saúde por paciente ao Hospital Espírita de Porto Alegre.” Vereador, V. Ex.ª pode fazer um aparte, eu lhe concedo, mas eu acolho a referência de V. Ex.ª de que a Comissão da Saúde deve ficar nas mãos da oposição e nas mãos daquele que tem, a nosso juízo, a melhor qualificação: o “Dr. Saúde”. E é conhecido na Cidade, na pobreza; lá nos setores humildes da sociedade quem resolve os problemas é o “Dr. Saúde”, o Ver. Dr. Goulart. Aliás, Vereador, V. Ex.ª não precisa, Ver. Estilac Xavier, fazer qualquer intriga, o indicando para ser um digno Secretário Estadual da Saúde. V. Ex.ª está fazendo isso, porque, como V. Ex.ª não é Governo do Estado, lança é a cizânia; coloca no liquidificador para triturar o nosso “Dr. Saúde”. Mas não dá. O nosso Vereador “Dr. Saúde” é imune ao trituramento. Eu quero dizer a V. Ex.ª que eu, como integrante do Conselho Político do meu Partido, do qual sou integrante, tive a honra de indicar o Ver. Dr. Goulart para as chamadas secretarias-ouro, e a Secretaria da Saúde é uma delas. Indiquei o Ver. Dr. Goulart.

Então, nós temos de aprovar este Projeto que é bom, e que o Governo trate de, aprovado o Projeto, complementar a diária do Hospital Espírita de Porto Alegre, porque é uma forma efetiva de acudirmos quem, efetivamente, precisa e faz um extraordinário trabalho junto à medicina psiquiátrica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLL n.º 113/02.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente Ver. Carlos Garcia, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, existe em estudo no Brasil, uma tese chamada reforma psiquiátrica. O que consta em tese? Que os manicômios deverão ser fechados e substituídos por serviços que atendam àquelas pessoas que, pelo destino ou por ação da natureza, tornaram-se diferentes na sua maneira de se relacionar com o mundo, na sua maneira de se relacionar com as pessoas, na maneira de se relacionar consigo mesmo; tendo sonhos, tendo visões, tendo vontade de autodestruição, tendo vontade de destruir o semelhante, portanto, aqueles diferentes que sofrem. Por que existe esse movimento? Para que essas pessoas que, às vezes, não sabem nem reclamar, porque nem falar podem, não possam ser maltratadas dentro da instituição chamada hospício, dentro da instituição chamada manicômio.

Mas existe uma maneira paralela de se resolver isso, que são os hospitais psiquiátricos. E, no Rio Grande do Sul, nós temos pouquíssimos, e temos aqui na Capital um, com 445 leitos, que tem 75 anos de existência, mas que está prestes a fechar as suas portas, e que hospital é esse? É o Hospital Espírita de Porto Alegre. Se uma pessoa do nosso carinho sente-se mal das suas faculdades mentais, se está atordoada, enlouquecida, em sofrimento, trazendo sofrimento para sua família, para seus amigos, para as pessoas que o amam, aonde ela vai? Vai no PAM-3, e demora 6, 7, 8 horas para ser atendida; ou ganha uma ficha para ir consultar no serviço psiquiátrico meses depois ou um ano depois. Não pode agüentar o sofrimento. E lá, quando a situação de demência é muito poderosa, as pessoas ficam deitadas nos corredores, em cima de macas, ficam amontoadas em alguns cantos, porque não há para onde mandar. Ah! Tem sim: para o Hospital Espírita, quando não se consegue controlar a crise. Mas o Hospital Espírita está para fechar as portas Srs. Vereadores, Sr. Prefeito, Sr. Secretário da Saúde. Está para fechar as portas, porque o SUS, que é maravilhoso, ainda não é tão maravilhoso, porque não paga direito as consultas, paga pouquinho quando paga, não paga internação dessa pobre gente enlouquecida, não paga! Então, o que nós devemos fazer? Devemos tomar uma atitude que é legal, regimental, que é possível; dentro das suas verbas destinadas para a saúde mental, o Secretário da Saúde deverá aconselhar o Sr Prefeito a acolher a nossa indicação e complementar a pequenina verba do SUS para o Hospital Espírita, que está acumulando com o tempo déficit e mais déficit, porque o SUS paga um pouquinho para as pessoas que estão internadas; mal dá para a comida, mal dá para os remédios, mal dá para os médicos.

Então, Sr. Prefeito, Srs. Vereadores do Governo, nos ouçam e levem a mensagem: aproveitem este momento em que a Câmara de Vereadores aconselha, e, no momento em que aconselha, se o Prefeito quiser, tiver vontade política, quiser cuidar de seus doentes, quiser cuidar do seu povo doente, o Projeto perde todos os vícios que possa ter. Porque quando ele disser: “Sim, eu ajudo, eu tenho um pouco de dinheiro para ajudar os dementes que precisam ficar hospitalizados”, o Projeto fica maravilhoso.

Sr. Prefeito, Srs. Vereadores, Líder da Bancada, meus colegas do PT da Comissão de Saúde, aconselhem ao Prefeito João Verle que ajude essa gente que sofre, complementando a verba do SUS para o Hospital Espírita não fechar as suas portas. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 113/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos Ver. Carlos Alberto Garcia, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, muito especialmente o meu colega Ver. Dr. Goulart, essa instituição, Ver. Dr. Goulart, diz muito bem o Ver. Isaac Ainhorn, é um referencial na área psiquiátrica. Eu quero, Ver. Dr. Goulart, ao adentrar nesse assunto, resgatar a Constituição Federal: lá num dos seus artigos está esculpido: “A saúde é um direito do cidadão e é um dever do Estado”. E a saúde brasileira, de norte a sul, de leste a oeste, está na UTI. Centenas de pessoas, crianças, velhos, pessoas das vilas populares, primeiro se digladiam nas filas dos postos para buscar as fichas; quando conseguem a ficha ainda para o clínico geral são atendidos em alguns dias, e quando se trata de uma especialidade, entram meses e saem meses; quando precisam do remédio, a prateleira está vazia.

A questão do Hospital Espírita, Ver. Dr. Goulart, é que ele está pedindo socorro há muito tempo. Este Vereador - e com certeza outros nesta Casa também são contribuintes pequenos dessa instituição; eu contribuo com 50 reais por mês. Há tantos outros aqui e tantos outros voluntários. Hoje, eu sei que lá na Assembléia havia todo um abraço no sentido de que se pudesse sensibilizar o Governo do Estado, que parece que vai fazer um aporte de verba agora neste último mês.

Lembro, Ver. Dr. Goulart, que, ainda no governo anterior, foi aprovada uma Emenda para o Hospital Espírita que até hoje não foi cumprida pelo Governo do Estado, dizia-me ontem um dos diretores do Hospital Espírita. Sei que V. Ex.ª esteve em Brasília, que Deputados também estiveram, e que lá se tenta aprovar uma Lei do Refis para fazer com que uma instituição como Hospital Espírita, que hoje deve mais de 1 milhão de reais da parte patronal, porque foi obrigado a usar o dinheiro para comprar comida para pessoas que estavam no Hospital passando fome...

A gestão em Porto Alegre é plena; portanto, a Prefeitura pode aportar recursos se quiser, basta ter vontade política. Não é ilegal, não é contra a lei, não é contra o Regimento. O que nós estamos fazendo é sinalizar, com clareza meridiana, dizendo que entidades da sociedade civil, que o Governo do Estado estão fazendo, mesmo que tardiamente; que o Governo, agora, no apagar das luzes, vai fazer uma pequena parcela daquilo que deveria ter feito em 4 anos. E o Governo Federal está fazendo um esforço, o Ministério do Ministro Cecchin, para fazer aprovar no Congresso Nacional esse Refis para que hospitais, como o Espírita possam parcelar em 250 vezes as suas dívidas.

Mas a questão é agora! Eu estive lá, ontem, durante duas horas conversando com a Direção: a situação é difícil. Nós sabemos que faltam recursos, Ver. Marcelo Danéris, sabemos disso todos nós. Sabemos que “o cobertor é curto”. Mas o Hospital Espírita é o Hospital Espírita! E sabem o que dizem todas as autoridades da Saúde, Srs. Vereadores? É que, se o Hospital Espírita for fechado, isso vai ser um grande problema para a saúde pública do Município, porque 90% daquelas pessoas que lá estão não têm dinheiro para serem internadas em clínica particular, e é um direito que esses cidadãos têm. Quando se trata de doença mental, tem que haver a internação.

Então, por isso, Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª sabe que eu respeito a sua posição, nunca apresentei e não vou apresentar projeto autorizativo, mas ele pode-se tornar um instrumento do Prefeito. Na medida em que ele sancionar, ele poderá sanar este vício. É um indicativo, é o debate. A saúde, evidentemente que no seu conjunto, passa por dificuldade, mas me dizia o Diretor que o Município não botou nada ao longo desse tempo, e o que nós estamos pedindo é que o Município seja parceiro e que coloque um pouquinho de dinheiro para essa grande instituição, que não pertence ao Hospital Espírita, mas que pertence a milhares de pessoas que necessitam dessa instituição para buscar a sua recuperação humana. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL n.º 113/02.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente Ver. Carlos Alberto Garcia, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, Ver. Pedro Américo Leal, eu acho que essa matéria, proposta pelo nobre Ver. Dr. Goulart, não se presta a demagogias, a disputas político-partidárias. O Ver. Sebastião Melo passou muito pouco tempo no Hospital Espírita e demonstrou, na sua intervenção, que não conhece a instituição. Aproveitou esse espaço para fazer uma brilhatura pessoal. Acho isso rebaixado, acho isso desqualificado.

Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª, com essa iniciativa trouxe um grande debate a esta Casa e a esta Cidade. V. Ex.ª - eu faria até uma brincadeira -, como médico, fez o diagnóstico correto, mas aplicou a medicação errada. V. Ex.ª fez o principal, que é diagnosticar o problema, e um problema muito sério.

Chama-se, se V. Ex.ª conhece, Basaglia, um médico italiano que, na década de 70, considerou que os sofrimentos psíquicos deveriam ser tratados não mais dentro do sentido de hospitalização, mas sim com atendimento de ordem social e em ambulatórios.

Essa tese se desenvolveu na Europa, nos Estados Unidos, iniciada, Ver. Pedro Américo Leal, na década de 70, e chegou tardiamente ao Brasil. O que nós verificamos, hoje, é que essa tese que impregna, inclusive - o Ver. Sebastião Melo desconhece isso -, as políticas do Governo Federal, se chama “desospitalização”. É uma tese polêmica, contestada. Ver. Dr. Goulart, em Nova Iorque foi feito um estudo e verificou-se que essa tese, aplicada de forma definitiva, perfunctória, inclusive levou ao aumento da criminalidade. O Dr. Basaglia tinha o sentimento de que o sofrimento psíquico não é doença. Ele não entendia que isso teria que receber, também, um tratamento de hospitalização. Logicamente, um doente mental por vezes precisa de um atendimento ambulatorial; por vezes precisa de um atendimento de um grande hospital.

É uma grande polêmica, e essa polêmica está instalada, inclusive, Ver. Dr. Goulart, entre os psiquiatras da nossa Cidade, do nosso País. Essa tese do Bataglia é a tese que impregna hoje o Ministério da Saúde, que diminui - o Ver. Sebastião Melo desconhece isso - o número de AIHs que liberam para os hospitais para internar aqueles que têm o sofrimento psíquico, diferentemente do sofrimento físico.

Eu, pessoalmente, tenho procurado discutir isso - tenho alguns amigos psiquiatras - e me filio a uma tese, que inclusive é disputada dentro do meu Partido. Porque alguns pacientes, Ver. Pedro Américo Leal, que conhece a matéria, pela tese do Bataglia, que os Municípios acabam tendo que acatar do Governo Federal, são colocados para fora dos grandes hospitais, sem qualquer referência familiar e acabam perambulando pelas nossas ruas, sem qualquer tipo de atendimento.

Ver. Dr. Goulart, eu iniciei a minha intervenção, dizendo que há uma grande polêmica entre os psiquiatras. O Hospital Espírita é mantido até hoje mercê do denodo daqueles que acreditam em Allan Kardec, daqueles que têm, na base do altruísmo, construído grandes entidades. Mas há um grande debate.

Ver. Dr. Goulart, esse debate poderia ser, acredito, acumulado de forma mais firme, através de outra iniciativa. Mas se for através dessa, nós vamos votar contra, porque entendemos o seu diagnóstico, mas sabemos que não podemos aumentar a despesa, não pode o Município completar a diária do SUS. Mas o seu debate, o seu reconhecimento do Hospital Espírita como uma grande instituição é reconhecido pela nossa Bancada. Na nossa Bancada há diferenças quanto ao entendimento do tratamento psiquiátrico. Eu tenho uma posição intermediária, mas não há diferença entre nós, os nove Vereadores, e acredito, entre Bancada da Frente Popular, sobre a importância do Hospital Espírita. Ele merece sim, uma melhor atenção do Estado lato sensu, do Governo Federal, do Governo Estadual, e também - porque não? - do Governo Municipal.

Então, mesmo votando contra a sua iniciativa, porque é absolutamente inconstitucional e ilegal, vamos recebê-la como uma contribuição a um grande debate. E nós, por certo, levaremos a discussão à frente, através da Comissão de Saúde, dentro da nossa Bancada e dentro do nosso Governo. O Hospital Espírita merece a nossa consideração. Digo apenas que V. Ex.ª indicou o remédio, talvez não o mais adequado, mas o diagnóstico está correto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Apregoamos a Emenda n.º 07 ao PLL n.º 225/01, que acrescenta o parágrafo único ao art. 2º, com o seguinte teor: (Lê.) “Parágrafo único. Dentre os equipamentos sanitários de que trata esta Lei, no mínimo um deverá ser adaptado para o uso de pessoas portadoras de deficiência. Justificativa da tribuna. Ver. Paulo Brum. Subscreve o Ver. Carlos Alberto Garcia.”

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL n.º 113/02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, 140 milhões de reais - isso é o que tem a Prefeitura aplicado em CDBs. Em dois meses, tranqüilamente, proporcionam à Prefeitura mais de 4 milhões de reais. E o Hospital Espírita, uma entidade extraordinária, pede para o Secretário da Saúde – está no jornal de hoje - apenas 3 milhões de reais. O dinheiro do povo, arrecadado através de impostos, Ver. Dr. Goulart, deve ser devolvido ao mesmo povo como obras e serviços. A Prefeitura coleciona dinheiro; a Cidade coleciona problemas.

O Dr. Secretário da Saúde, durante encontro, ontem, disse aos representantes da instituição que a Secretaria poderia ajudar apenas com a prestação de serviços. Será que os serviços não custam nada, são gratuitos? A Prefeitura pode fazer como quer. E diz que os recursos prometidos pelo Governo do Estado há algumas semanas também não chegaram. O dinheiro do povo, volto a dizer, deve ser devolvido ao povo, através de obras e serviços e não entesourado.

Mas eu vejo aqui que alguns nobres Vereadores desejam fazer a Secretaria de Direitos Humanos e aí, vejam, Vereadores, como eu tenho razão. Nós precisamos é cumprir os deveres. O direito nasce do dever. Nós vamos criar uma Secretaria para fazer o que o Secretário da Saúde disse: “Não dá para atender, mas nós vamos botar um Secretário, vamos botar supervisores, vamos botar assessores, vamos botar cargos em comissões e por aí vai. Mas é só para chamar gente para a Prefeitura, não é para atender.” Nós temos uma FASC, Fundação de Assistência Social e Comunitária. Quase todos os dias o Diário Oficial suplementa a FASC com recursos. E por que não pode ajudar o Hospital Espírita, que ajuda a todo o povo porto-alegrense?

Ver. Dr. Goulart, tem uma coisa que V. Ex.ª não sabe. Agora, em janeiro, nós teremos o Fórum Social Mundial. Claro, a Prefeitura vai pagar a sua parte lá e eu não estou discutindo isso. Mas, em janeiro deste ano de 2002, a Prefeitura, a magnífica Prefeitura que aí está, retirou das ruas da Cidade os deficientes mentais, colocou-os em casas de saúde e não pagou por isso; os homens que visitam a Cidade durante o Fórum Social Mundial devem pensar que esta é a capital de melhor qualidade de vida. Quatorze anos de governo do PT; duas vezes ganharam esse título, duas vezes. E em melhor qualidade de vida é analisado o atendimento à saúde. A propaganda deles é permanente: “A melhor qualidade de vida”. Eu fui Prefeito e ganhei três vezes. Três anos, três vezes, e não fiz nenhuma propaganda. Mas atendi a todos que podia atender. A Prefeitura agora, com todo o dinheiro que tem, coloca no sistema financeiro e diz que é bom guardar dinheiro. Para que, não sei.

Para o ano de 2003 a Prefeitura prevê, para os CDBs, para as aplicações financeiras, 26 milhões de reais. Dois por mês, dá 24. Dá os outros dois para o Hospital Espírita e atende à coletividade, porque no dia em que o Hospital Espírita fechar as portas, não puder mais atender, a coisa vai ser muito séria, muito desumana. A Prefeitura não atende aos servidores municipais através do seu hospital, glosa todas as despesas que o hospital faz, e o hospital faz atendendo aos servidores municipais, e a Prefeitura não quer pagar, a Prefeitura só quer ficar com o dinheiro para colocá-lo em CDBs.

Essa história de Secretaria dos Direitos Humanos me leva a pensar nos deveres humanos: “O cumprimento do dever de cada um é exigência e direito de todos. Se o direito exalta a liberdade individual, o dever exprime a dignidade dessa liberdade.” Essa é a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, que, parece, ninguém pretende conhecer, e que diz no seu art. 11: “Toda pessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação, roupas, habitação e cuidados médicos correspondentes, ao nível permitido pelos recursos públicos e os da coletividade.” E os recursos públicos do Município de Porto Alegre são muito grandes. Fui Prefeito e sei o que é administrar a escassez. Esses não sabem administrar os recursos em benefício da própria sociedade, mas fazem belos discursos sobre direitos humanos e favores que eles imaginam que fazem. Nós precisamos dos deveres humanos.

Sr. Prefeito, tire um pouco do dinheiro aplicado em CDBs e atenda ao Hospital Espírita! Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL n.º 113/02.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, não vou utilizar os cinco minutos, porque temos vários projetos para serem votados nesta Casa.

O Ver. Dr. Goulart, único médico Vereador Titular desta Casa, que vive diariamente o drama que a população de Porto Alegre enfrenta nos hospitais, como médico de ponta, como médico que atende a população mais pobre da nossa Cidade, entrou com esse Projeto em benefício do Hospital Espírita. Esse Hospital, Ver. Dr. Goulart, tem trezentos leitos, e nós que temos uma aproximação muito fraterna com a sua Direção, seguidamente fazemos uma visita ao Hospital, sabemos da dificuldade que aquele Hospital enfrenta. Há uma menina que todos os meses nos telefona, e até se humilha, pedindo socorro, para que se colabore com alguns reais para poder manter aquele Hospital que presta esse relevante trabalho para a nossa Cidade e não só para Porto Alegre, mas todo o Estado do Rio Grande do Sul utiliza o Hospital Espírita.

Por favor, Srs. Vereadores, nobres colegas desta Casa, se nós votarmos contrariamente a esse Projeto do Ver. Dr. Goulart, sinceramente, será uma tristeza para a Cidade e para aquela Direção heróica do Hospital, que ainda consegue, hoje, com a sua luta, com o seu trabalho que esse Hospital continue com as suas portas abertas, recebendo essa grande quantidade de pessoas que necessita do seu trabalho.

Portanto, Sr. Presidente, solicito que todos votem favoravelmente a esse Projeto, pois estaremos prestando um relevante trabalho social para aquela entidade que atende principalmente as pessoas mais necessitadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação nominal o PLL n.º 113/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 10 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Projeto de Lei do Legislativo n.º 225/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, havíamos sido alertados pelas Lideranças que suspenderíamos a Sessão, neste instante, para a Reunião Conjunta das Comissões para examinar o Parecer.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, V. Ex.ª está solicitando agora, então. Eu posso consultar ao Plenário, que é soberano.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito, então solicito a V. Ex.ª que proceda dessa forma e fico muito grato pela diligente atenção.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol solicita a suspensão dos trabalhos da presente Sessão para a reunião conjunta das Comissões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a suspensão da Sessão para a reunião conjunta das Comissões permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h57min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - 18h): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3204/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre instalações sanitárias em feiras comerciais e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 06.  Com Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 a 03;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 a 03;

- da CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 a 03;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Zé Valdir: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01 a 03;

- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 02 e 03 e rejeição da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-11-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 225/01. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir. Em votação o PLL n.º 225/01. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Carlos Alberto Garcia, Presidente dos trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, farei o encaminhamento unicamente para que, como há sete Emendas, possamos explicá-las.

Primeiro, eu queria dizer que este Projeto tramita há quase dois anos. É um Projeto para o qual fui um instrumento para fazê-lo, a pedido de feirantes, a pedido de freqüentadores de feiras livres, feiras de artesanatos e todo tipo de feiras desta Cidade. O Projeto tem como objetivo central garantir àquelas pessoas, aos comerciantes, que, muitas vezes, estão nas feiras desde as 7 horas da manhã e que lá permanecem até 1, 2 horas da tarde e, às vezes mais, como a Feira Artesanal da José Bonifácio, um banheiro público, um sanitário público para eles e para aquelas pessoas que são freqüentadoras das feiras.

O Projeto, na verdade, determina que - com as Emendas que nós explicaremos -, à distância máxima de 100 metros dessas feiras, seja garantido um sanitário. Esse sanitário pode ser construído pelo Poder Público. Pode ser um sanitário que já existe um próprio municipal perto, por exemplo, uma escola, uma praça com sanitário, só que deve estar à disposição dos feirantes e dos que ali vão fazer as suas compras. Esses sanitários poderão ser feitos sob a forma de licitação de mobiliário urbano, onde a empresa coloca o sanitário e coloca a sua propaganda, assim como coloca uma lixeira e assim por diante. Poderão, também, ser feitos convênios com armazéns e bares que ali estão. E ainda há Emenda no sentido de que sejam adaptados, conforme a legislação do Município, para os portadores de deficiência - é a Emenda n.º 07, do Ver. Paulo Brum.

Na verdade, ele foi aprovado nas cinco Comissões: CCJ, o Ver. Juarez Pinheiro; CEFOR, o Ver. Adeli Sell; CUTHAB, o Ver. Marcelo Danéris; CEDECONDH, o Ver. José Valdir e na COSMAM, o Ver. Beto Moesch.

As Emendas são do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. Adeli Sell, do Ver. Carlos Alberto Garcia, do Ver. Paulo Brum junto com o Ver. Carlos Alberto Garcia e deste Vereador.

Fizemos, também, uma ampla negociação com o Executivo para que a Lei seja efetivada. E, portanto, penso que o Projeto é uma construção coletiva desta Casa, em diálogo com o Executivo e a partir de uma solicitação dos senhores feirantes.

Espero, por isso, a aprovação de todas as Emendas e da Subemenda à Emenda do Ver. Nereu D’Avila, que é dele próprio, que, nesse sentido, estabelece os 100 metros de distância mínima.

Então, agradeço a atenção de todos e peço o voto que, creio, é do interesse dos feirantes, dos consumidores, da cidade de Porto Alegre e do próprio Executivo, porque terá feiras mais qualificadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a dispensa do envio à  apreciação de Comissões Permanentes das Emendas n.ºs  04, 05, 06 e 07 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01, apostas ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que concordam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 225/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos votando um Projeto que teve o seu início em agosto de 2001, que teve uma longa tramitação e que recebeu várias Emendas, especialmente do próprio autor, do Ver. Adeli Sell, e mais uma, a Emenda n.º 01, que me parece que é a Emenda mais consistente, que é a Emenda do Ver. Nereu D’Avila, que teve Parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, da CEFOR, da CUTHAB, da CEDECONH, e Parecer contrário da COSMAM.

Eu quero salientar o que propõe o Ver. Nereu D’Avila na sua Emenda. Em Emenda de Liderança, em 3 de outubro de 2001, propunha um parágrafo 2.º com a seguinte afirmação: (Lê.) “As instalações sanitárias destinadas ao Brique da Redenção, Feira de Antigüidade, Arte na Praça, Feira de Artesanato e Feira de Alimentação deverão localizar-se em um raio de 10 metros do Monumento do Expedicionário”. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que é a que se manifestou contrariamente a essa proposição, faz com os seguintes fundamentos, e eu penso que é relevante, porque é o único Parecer contrário que se tem conhecimento de quais as razões a Comissão de Saúde e Meio Ambiente entendeu de opinar contrariamente: “Durante a tramitação chamou a atenção dos Vereadores a colocação do autor, na exposição de motivos, quando se refere que ‘existem, em diversos bairros, 24 feiras modelos, 17 feiras pontos de ofertas e 2 feiras ecológicas. Essas, com 166 feirantes, situação que já permite deslumbrar o mérito do Projeto. De fato, feirantes e freqüentadores permanecem nesses locais por tempo razoável. Impõem-se a colocação de sanitários para o atendimento de necessidades fisiológicas. Trata-se de medida que aprimora a qualidade de vida da população. As instalações não precisam ser fixas, nem feitas de concreto.’”  Aí vem o problema. “A Emenda n.º 01, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, acrescenta dispositivo que excepciona ‘a distância de um raio de 50 metros, prevista para localização genérica do sanitários.’ Prevê que no Brique da Redenção o equipamento será localizado em um raio de 10 metros do Monumento do Expedicionário, que é ponto de referência central. Pensamos que o Conselho do Parque Farroupilha deveria ser ouvido. A Emenda n.º 02 do autor busca aperfeiçoar o texto do artigo introdutório em alteração do dispositivo e inclui todos os tipos de feira da Cidade.

A Emenda n.º 03 trata dos dois assuntos. O primeiro deles, submete a colocação do equipamento ao Plano Diretor de Mobiliário Urbano; o segundo, permite a propaganda de empresa que vença a concorrência pública para instalação.”

O Projeto tem mérito.

“Ante ao exposto” - conclui o parecerista, Ver. Beto Moesch – “somos pela aprovação do Projeto e das Emendas n.º 02 e n.º 03 e pela rejeição da Emenda n.º 01.”

Certamente pelas razões levantadas anteriormente. Então me parece, Vereador, no que eu tive oportunidade de ler, que a única polêmica... Há uma Subemenda do Ver. Nereu D’Avila que passa para 100 metros, e é acolhida pacificamente. E, como eu costumo votar de forma esclarecida, vim à tribuna, porque estava vendo que o ponto de controvérsia era esse. Se for vencido, se for superado, não há motivo para deixarmos de, afinal, votarmos uma matéria que já está sendo analisada na Casa por tanto tempo e que, evidentemente, deve merecer uma definição nossa, dentro desse esforço que estamos realizando no sentido de analisarmos o maior número de Projetos neste ano Legislativo, mas sem que, Presidente, o nosso esforço de enfrentar o maior número de Projetos possa comprometer a nossa capacidade de análise. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 225/01.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto, que foi bastante debatido na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, da qual este Vereador foi Relator, vem sanar um problema grave na cidade de Porto Alegre. Porto Alegre tem - e isso é muito bom - várias feiras itinerantes, feiras que se estabelecem em vários bairros da Cidade; muitas, todas as semanas. Mas isso acabou gerando conflito nas comunidades que recebem essas feiras, a falta de sanitários para que essas pessoas que trabalham o dia inteiro possam fazê-lo de forma eficaz. Em não havendo os sanitários - o que o Ver. Raul Carrion quer agora disciplinar -, é gerado um problema de higiene e saúde pública naquelas localidades e gerando conflitos como, por exemplo, na Igreja Sinodal, na Zona Norte da Cidade, perto da Rua Bento Martins. Ali há uma feira imensa todos os domingos. A igreja e o colégio que abrem aos domingos, acabam tendo que receber toda a demanda dos freqüentadores e trabalhadores das feiras nos seus sanitários. Claro que isso acaba gerando um conflito inevitável. Não é obrigação daquela comunidade receber essa demanda, mas, sim, do Poder Público. O Poder Público está – e isso é bom – concedendo a feira, oportunizando uma renda para as pessoas que necessitam dessa feira, principalmente os pequenos agricultores, pequenos comerciantes, mas esse mesmo Poder Público deve dar toda a estrutura necessária para essa feira. Isso não estava acontecendo com relação aos sanitários, e a comunidade local é que estava tendo que arcar com isso. Então, Ver. Raul Carrion, o seu Projeto vem sanar um grave problema de conflito gerado nas comunidades que recebiam essas feiras, que, apesar de favoráveis às feiras, colaboradoras das feiras, não têm obrigação de atender algo que é de responsabilidade do Poder Público. Este Projeto vem sanar isso e colaborar, e muito, com as feiras que são de fundamental importância para a cidade de Porto Alegre, disciplinando-as de forma eficaz. Pode parecer um Projeto simples, e o é, mas de um grande alcance social, de saúde pública, dirimindo o conflito que se estabelece em vários locais da Cidade. Portanto, o nosso encaminhamento é pela aprovação deste Projeto com as Emendas que acabam melhorando o Projeto original. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PLL n.º 225/01, com ressalva das Emendas e Subemendas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Emenda n.º 02, de autoria do Ver. Raul Carrion; e a Emenda n.º 03, de autoria do Ver. Adeli Sell, apostas ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, aposta ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01, de autoria do Ver. Nereu D’Avila e do Ver. Isaac Ainhorn, aposta ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Emenda n.º 04, de autoria do Ver. Raul Carrion, aposta ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 05, de autoria do Ver. Raul Carrion, aposta ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Emenda n.º 06, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, aposta ao PLL n.º 225/01 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Em votação a Emenda n.º 07, de autoria dos Vereadores Paulo Brum e Carlos Alberto Garcia, aposta ao PLL n.º 225/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. APROVADA com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Conforme acordo feito ontem entre a Mesa e os Srs. Líderes, de que, a cada seis Projetos de autoria de Vereadores, nós votaríamos um Projeto do Executivo, nós já votamos oito Projetos de autoria dos Srs. Vereadores e das Sr.as Vereadoras, e por isso mesmo é que, tardiamente, ingressamos na votação do primeiro Projeto de solicitação do Executivo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3314/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 073/02, que desafeta área de uso comum do povo e área de uso especial, autoriza o Município de Porto Alegre a permutar imóveis desafetados com CEISA – Condor Empreendimentos Imobiliários S.A.; por área destinada ao Parque Alemanha, devidamente urbanizada, e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

Parecer:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 09-12-02;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, VIII, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão PLE n.º 073/02. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro eu queria dizer que este Projeto é um grande empreendimento para a Cidade, na verdade aqui nem o empreendedor está fazendo um favor para o Poder Público, está tentando atender à legislação. Mas eu queria dizer, preliminarmente, Sr. Presidente, que, a partir da votação deste Projeto, eu vou ter sempre como referência o prazo de duração de Projetos nesta Casa. Este Projeto entrou no dia 30 de outubro, portanto, hoje, estamos no dia 5 de dezembro e ele já está sendo votado. Eu queria dizer que ele vai servir de parâmetro para discussões aqui em outros momentos. Quero também dizer que nós achamos, como disse antes, que o empreendimento tem bons referenciais para a Cidade, eu queria sublinhar isso, mas o que se trata aqui é de uma permuta de uma área que vai viabilizar o empreendimento. Então estou votando a permuta e não estou votando o empreendimento, e aí há um requisito, entre tantos, para permutar uma área do Município com uma empresa privada: é a regularidade fiscal. Eu não posso admitir que uma empresa que vem discutindo há 10, 15, 20 anos e que não vem pagando imposto nesta Cidade agora vai fazer transação de permuta de área com o Município. Se para essa empresa era importante esse terreno, ela deveria, então, comprá-lo do Município. Eu fiz o Pedido de Diligências, Ver. Elói Guimarães, e V. Ex.ª, de pronto, o despachou, o deferiu, e eu já referi aqui, mas, para mim, talvez seja uma das coisas mais estranhas, eu fiz um Pedido de Diligências de várias informações, e, no que diz respeito a esta matéria tributária, quem me respondeu não foi a Prefeitura, e, sim, o escritório de advocacia - o que eu achei muito estranho. Mas ele estava dizendo que esse terreno está sendo discutido desde 1991, o IPTU. Aqui, o advogado... Está assinado e diz que em 48 horas, após remeter esse Processo, ele mandaria as certidões narratórias que são aquelas advindas do Tribunal ou da Vara da Fazenda Pública, o que não chegou até agora.

Então, eu volto a dizer: no nosso encaminhamento, ela preserva a questão do empreendimento, mas eu não posso, evidentemente, admitir esta transação com uma empresa que não tem regularidade fiscal, até porque fica aqui uma pergunta: como é que a Prefeitura vai poder escriturar esse bem no seu nome, se um dos requisitos do Tabelionato é, indiscutivelmente, a certidão que vem da Prefeitura, dizendo que não tem débito?

Mas há uma outra questão também que me faz encaminhar diferentemente do voto da maioria desta Casa. Este Projeto foi concebido desde 1999, passou por várias instâncias: SPM, SMOV, teve uma votação extremamente polêmica, sendo que a Câmara teve uma posição e o Conselho Municipal do Meio Ambiente teve uma outra posição, a matéria foi vencida, mas agora, depois de passar 1999, 2000, 2001 e 2002, faz-se uma Emenda para mudar o regime daquela área. Ora, se o Projeto foi concebido, foi analisado e foi feito o Estudo de Viabilidade Urbanística, o EVU, e agora vem uma Emenda para poder adequar a questão comercial, eu entendo também, Sr. Presidente, que ela ultrapassa o bom limite legislativo. Por essas razões, nós não vamos votar favoravelmente a este Processo, não pelo empreendimento, que penso ter mérito, mas, volto a dizer: penso que esta empresa que está propondo... Quer dizer, a Prefeitura, que faz a propositura da permuta, vai permutar uma área com alguém que não paga IPTU nesta Cidade há mais de duas décadas, e que, pontualmente, sobre essa área também está discutindo há mais de uma década. E nós pensamos que isso não está correto, pensamos que isso é ferir, é ter um discurso contraditório. É um Governo que diz que é transparente e não é transparente. Por isso, queremos deixar aqui, desta tribuna, o nosso registro relativamente a esta matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Encerrada a discussão. Em votação o PLE n.º 073/02. Votação nominal, por solicitação do Ver. Sebastião Melo. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 073/02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Vereador deve cumprir com a sua responsabilidade, em qualquer condição, e eu estou fazendo isso neste momento. O Executivo mandou um Projeto de Lei a esta Casa e eu sempre disse que o momento importante da Sessão é a Pauta, e, no primeiro dia de Pauta, examinei o Projeto de Lei do Executivo. Entrou em 1999, e está sendo votado neste momento, três anos depois. Nós analisamos, nós participamos, Ver. Beto Moesch e eu, em Audiências Públicas, entendemos que é um Projeto muito bom e talvez consigamos resolver o problema da Tribuna Popular de hoje, que é a Radial Anita Garibaldi, mas eu ouvi aqui o Ver. Sebastião Melo se pronunciar contra a empresa que está fazendo a permuta com a Prefeitura e eu respeito o seu posicionamento, mas eu preciso esclarecer algumas coisas. A Prefeitura está discutindo em juízo, porque lançou mal, lançou progressivamente o IPTU, quando não podia fazê-lo. Mas eu vou deixar de lado isso aí. Hoje, a Prefeitura está dizendo, aos quatro ventos, que fez a 3.ª Perimetral. Não fora a Máquinas Condor, Ver. Sebastião Melo, que doou toda a área da Av. Tarso Dutra e ainda deu pavimentada uma das pistas, nós não teríamos lá tão fácil a 3.ª Perimetral, porque a área é cara. Eles não só doaram a área toda, como pavimentaram todo um lado. E é por isso que eu digo que a 3.ª Perimetral estava aberta em maio de 1978 e não agora. Agora ela foi implementada, foi ampliada, está sendo feito aquilo que estava previsto antes, mas ela já estava aberta no dia 10 de maio de 1978, porque Máquinas Condor, hoje com outro nome, naquela época, doou toda a área para o Poder Público Municipal. Então, queria fazer esse registro, porque acho justo e não se pode dizer, de repente, que alguém que está em disputa judicial não possa fazer uma permuta, que é benéfica para a Prefeitura, que recebe não só área urbanizada, mas recebe recursos, ainda. Portanto, nós podemos votar com tranqüilidade, sem dúvida nenhuma, o Projeto que nos é proposto. Saúde e paz!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o PLE n.º 073/02 (Após apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM e 02 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 1 aposta ao PLE 073/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com o voto contrário do Ver. Sebastião Melo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4304/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera os limites da Subunidade n.º 01 da U.E.U. (Unidade de Estruturação Urbana) n.º 046 da Macrozona n.º 1, e da Subunidade n.º 02 da U.E.U. n.º 046 da Macrozona n.º 1, constantes no Anexo 1.1 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA).

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto;

- da  COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 25-11-02;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,  § 1.º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLCL n.º 025/01.  O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tive a oportunidade, Sr. Presidente, de dialogar com o Ver. Estilac Xavier acerca do Projeto de Lei de sua autoria que foi, certamente, anunciado, pura e simplesmente, como sendo um Projeto que altera os limites da Subunidade n.º 01 da UEU - Unidade de Estruturação Urbana -, n.º 046 da Macrozona n.º 1, e da Subunidade n.º 2 da UEU n.º 46 da Macrozona n.º 1 constantes no Anexo 1.1. da Lei Complementar n.º 434.

Dito isso, Ver. João Antonio Dib, assim, desprevenidamente, qualquer um de nós ficaria em dúvida sobre o que nós estávamos tratando. Eu diligenciei em conversar com o Vereador autor da matéria, Ver. Estilac Xavier, que me deu alguns esclarecimentos, com o que eu fico mais tranqüilo com a sua aprovação ou não.

Informa-nos o Ver. Estilac Xavier - que certamente virá à tribuna e nos dará esclarecimentos bem melhores do que os meus - que a sua pretensão é, em última análise, aumentar a área do Parque da Harmonia, Ver. João Antonio Dib, eis que V. Ex.ª alerta que essas áreas entre a Câmara Municipal e a Usina do Gasômetro seriam destinadas à construção de prédios públicos, e com a sua proposta essa destinação seria alterada. E que, em vez da construção de prédios públicos, teríamos a extensão da área do Parque da Harmonia com os seus limites ampliados até a Usina do Gasômetro.

Em verdade, as pessoas que convivem com a Cidade entendem que essa área toda já é integrada ao Parque da Harmonia, como nós entendíamos até pouco tempo; que essa área onde está construído, hoje, o Centro Administrativo Federal, com os vários equipamentos, várias edificações do Poder Judiciário Federal, aqui, além do estacionamento da Câmara Municipal, que essas áreas também fossem integrantes do Parque da Harmonia, quando não o são.

E a Casa ficou alertada dessa circunstância no ano de 1992, 1993 ou 1994, quando entrou aquela discussão em torno da construção da pista de eventos nessa área de Porto Alegre, o que gerou protestos de algumas repartições federais que alegavam que se pretendia colocar uma pista de eventos, entre outras coisas, Ver. João Bosco Vaz, onde se realizariam os festejos carnavalescos, na porta da Justiça Federal.

E, por isso, foram buscar decisões judiciais suspendendo o andamento daquele Projeto.

Então, agora, o Ver. Estilac Xavier pretende modificar, alterar a área; ao contrário, não é mais a área anexa a essa parte lateral do estacionamento, nós temos que nos vislumbrar no outro estacionamento e na área até a Usina do Gasômetro.

Essa é a proposta - não é Ver. Juarez Pinheiro? - V. Ex.ª que foi o autor do Parecer, na Comissão de Constituição e Justiça. E eu, na oportunidade, reconheci como digno de ser aprovado, pela sua juridicidade e ressalvei o direito de discutir o mérito da proposta porque naquele momento não competia que fosse discutido. Naquele momento não competia que se discutisse o mérito da proposta porque estávamos numa Comissão cujos limites são muito bem colocados.

Eu, com muita freqüência, voto com restrições ao Parecer, ressalvando o direito de discutir o mérito, o que faço agora, no momento.

Eu confio, seguramente, que as afirmações do nosso colega Vereador, que está em vias de assumir uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado, sejam absolutamente consistentes, especialmente porque ele anexa uma localização de limites, onde se verifica...

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. João Bosco Vaz se inscreve e cede o tempo a V. Ex.ª, com a permissão do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ... onde se identificam, claramente, as unidades de estruturação urbana que se quer modificar. Observa-se que entre a Rua Otávio Caruso da Rocha e a Av. Loureiro da Silva existe marcado, como sendo unidade de estruturação urbana n.º 46, da Macrozona n.º 1, essa área que o Ver. Estilac Xavier, com o seu Projeto de Lei, pretende oficializar como parte integrante do Parque da Harmonia ou Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Aqui nós temos o mapa em que a Rua Otávio Caruso da Rocha, e essa rua aqui inicia lá na Av. Augusto de Carvalho, e que no passado pretendia a Prefeitura que fosse o local onde se assentaria a pista de eventos, essa rua que inicia lá e que termina num Cul-de-Sac, dentro do Parque, é a delimitadora dessa macrozona e dessa unidade de estruturação urbana, que, dessa forma, aprovado o Projeto de Lei, passa a se integrar ao Parque da Harmonia. Eu estou, Ver. Pedro Américo Leal, fazendo todas essas considerações.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu sou de opinião que nós não podemos tocar nesse recanto que temos aqui. V. Ex.ª parece que comunga da mesma idéia. Não podemos tocar nesse recanto que temos aqui, é intocável.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu acho até que nós estamos guardando coerência com as posições, Ver. João Antônio Dib, que tomamos anteriormente, quando nós éramos contrários a que se colocasse a pista de eventos aqui. É exatamente porque dizia que parque é parque e a Estância da Harmonia tem que ser manter preservada.

Pessoalmente eu me julgo em condições de enfrentar essa votação. Naturalmente que o farei absolutamente convencido de que nada me autoriza a pôr em dúvida as intenções do Ver. Estilac Xavier, de vez que essas matérias, que mudam destinação de uso, muitas vezes levam as pessoas a pensar que podem ser vítimas de armadilhas. Não, está muito claro o que se quer. Está confessado, inclusive, na exposição de motivos, que diz: “Apesar do local referido estar destinado à construção de prédios públicos municipais, cabe salientar que, pela própria natureza e estrutura do terreno, é improvável que isso ocorra.” Esse terreno até é cediço, fruto de aterro. “Ademais, no imaginário e na sensibilidade dos porto-alegrenses, essa área já se encontra incorporada ao Parque Maurício Sobrinho, popularmente conhecido como Parque Harmonia. E nessa condição, é utilizado para lazer e divertimento da população na Capital gaúcha. Bastando, para a comprovação de tal afirmativa, uma simples visita ao local, durante qualquer dia da semana, onde se verificará a fruição das belezas do lugar pelos porto-alegrenses.” Eu sou um daqueles que até utilizo essa área para as minhas caminhadas. Não tenho a menor dúvida de que o Ver. Estilac Xavier, de uma forma muito oportuna, traz à discussão esse assunto e nos traz com os elementos tais que nos dão condições de, com toda a tranqüilidade, acompanhar-lhe neste Projeto de Lei, aprovando-o, o que eu pretendo fazer no momento oportuno, quando a discussão cessar, a votação for encaminhada e os votos forem colhidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL n.º 025/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por certo, poucos são os Vereadores que têm o quilate e a competência do Ver. Estilac Xavier. Mas nós estamos frente a um Projeto de Lei que altera o Plano Diretor, e eu tenho dúvidas. Ambos, o Ver. Estilac Xavier e eu, fomos Secretário Municipal de Obras e Viação. Eu nunca tinha visto alterar o Plano Diretor com um simples croqui. Tudo o que se faz de alteração no Plano Diretor é perfeitamente desenvolvido na Secretaria Municipal de Planejamento e a partir daí elaborados os pareceres, analisados todos os prós e contras, de repente até é ouvida a coletividade conforme determina o Plano Diretor, aí vai ao Conselho Municipal do Plano Diretor; e então é mandado a esta Casa, muitas vezes, para que se façam as alterações. Eu aprecio aqui o Projeto e tenho um croqui. Eu perguntaria: quantos Vereadores sabem situar o prédio da Câmara Municipal nesse croqui? Qual a área da Câmara Municipal? Eu gostaria de saber.

Mas eu quero colocar aqui uma dúvida que me impressiona grandemente. Nós temos aqui um prédio inacabado, difícil de ser entendido, porque construído com 15.000m2 não consegue resolver o problema dos Vereadores. Há mais corredores, nesta Casa, do que ambiente para que os Vereadores trabalhem. Então, nesta Legislatura se pretendeu e se estuda a edificação de um anexo para que a Casa possa ter as condições de trabalho necessárias, para que possa receber melhor o público, para que possa fazer um auditório, fazer conferências. E onde é que nós vamos fazer o anexo da Casa do Povo de Porto Alegre? Eu lamento que seja necessário fazê-lo, mas, enfim, o Projeto está aí, eu não tenho culpa dele, não fui eu que fiz esse Projeto. Até quando eu fui Prefeito, eu quis fazer uma permuta com o Ministério da Fazenda para que pudesse utilizar este prédio aqui para quando chega dinheiro em Porto Alegre - a Receita Federal tem um setor que agora me falta o nome; cheguei até a iniciar a tratativa, mas depois trocaram o superintendente e pararam -, para que nos dessem um prédio pronto com 6 ou 7.000m2 e nós entregaríamos esses 15.000m2, que para receber dinheiro é muito bom, estaria tranqüilo - eles vão construir aqui do lado - e seria muito bom para nós.

Então, precisamos construir um anexo. Quem me diz, pelo croqui que aqui está, onde está o prédio da Câmara Municipal e onde será construído o anexo? Porque o anexo também é um dos prédios que se pretende fazer.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouvi com atenção o que V. Ex.ª está dizendo. V. Ex.ª é meu companheiro de Bancada, sentamos lado a lado, mas, às vezes, não nos entendemos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É verdade, o que é saudável.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Na democracia é saudável. Eu não quero discutir a precariedade da Câmara. A precariedade da Câmara é ponto pacífico. Esta Câmara não tem condições de vida legislativa, parlamentar, para os seus Vereadores. Refiro-me às construções neste recanto aprazível de Porto Alegre, que lembra a Porto Alegre antiga, a Porto Alegre que se tornou tradicional. É a isso que sou contra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Pedro Américo Leal, a Porto Alegre antiga não tinha esta parte, que foi tomada do rio Guaíba. Mas fico dizendo de novo: onde será construído o anexo da Câmara, que não vejo neste croqui? Porque isto não é uma planta. Para nós, Engenheiros Estilac Xavier e João Dib, uma planta seria muito conveniente. Então, esta é a dúvida. Não estou preocupado somente com a precariedade em que vivemos - as pessoas que aqui estão podem dizer da precariedade em que vivemos -, estou preocupado com o amanhã, e o amanhã não está contemplado no croqui do nobre e querido Ver. Estilac Xavier. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir o PLCL n.º 025/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, pretendo usar muito pouco do meu tempo. O Projeto é um projeto simples. Ele propõe anexar esta área, no lado Oeste desta Casa, ao Parque Maurício Syrotski Sobrinho, também conhecido como Parque da Harmonia. Essas áreas foram ganhas do rio, num trabalho entre o Município, a União e o Estado, e houve uma repartição dessas terras, no passado. As áreas que estão a Leste, porque aqui é Leste e ali e é Oeste; o Norte é aqui e Sul é lá. (Aponta.) Essas duas áreas foram destinadas para a construção de próprios estaduais e federais do lado de cá, e municipal do lado de cá. (Aponta.) Essa área, para mim, está consagrada como área pública. Nós só ficamos sabendo que isto aqui era uma área para prédios quando houve a discussão da pista de eventos, na sua primeira edição, aqui na Projetada 3.300, e quando começaram as obras dos dois tribunais, aqui ao lado. E aí se verificou que essas áreas, no futuro, teriam prédios da dimensão que está ali posta, e aqui... (Aponta.) também pode ser um centro administrativo.

O que o meu Projeto propõe? Eu puxei um croqui diretamente da Secretaria do Planejamento e, orientado tecnicamente por essa Secretaria, obtive lá que essa área, que está destinada para prédios, seja transformada numa área para parque, consagrando aquilo que para os cidadãos de Porto Alegre já é. Ninguém sabe que esta área aqui, lateral, esta ponta que vai em direção ao rio é uma área destinada para prédios.

Eu, no meu Projeto, estou propondo que seja e continue sendo um parque, como é utilizado, hoje, pelas pessoas para esporte, para corridas, para tomar sol, para brincadeiras, para largar pipas e pandorgas. Eu não me preocupei, Ver. João Dib, com o anexo da Câmara, não foi a preocupação do meu Projeto. Quero-lhe falar isso sinceramente, porque acho que esta área aqui... (Aponta.) é uma área de interesse público para isso, e acho que, se o Município quiser construir outros prédios, existem várias áreas da Cidade, e não precisamos tirar essa área, que é uma área consagrada de lazer. Ninguém sabe; o senhor, Arquiteto Ferraro, que está ali, que me está escutando, sabe que esta área é destinada para isso, mas a Cidade não sabe. A Cidade só vai saber no dia em que começarem a aparecer aqui os estaqueamentos dos prédios. Aí já vai ser tarde, porque a Lei atual permite. O meu Projeto não permite que seja assim.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agora ouvi que V. Ex.ª informou que o croqui é da Secretaria do Planejamento. Então eu quero dizer que estou triste com essa Secretaria, porque ela deveria dar-lhe uma planta com escala e com todos os detalhes, para que nós pudéssemos entender.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. João Dib, todas as informações técnicas necessárias para localizar a área estão aqui. Lamento, mas foram os elementos necessários para eu fazer o meu Projeto de Lei. Eu peço o voto, Ver. Pedro Américo Leal, porque é uma questão de interesse da Cidade. Não há porque colocarmos prédios aqui quando existem tantas regiões e tantas áreas para colocarem-se prédios no Município.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu desejo um esclarecimento de V. Ex.ª. Eu, há pouco tempo, fui à Prefeitura e fui muito bem recebido. Havia uma solenidade em que o Estado passava para o Município esse casario localizado aqui defronte à Câmara, pertencente à CEEE. Eu estava constantemente chamando a atenção da Prefeitura de que era preciso fazer alguma coisa, mesmo porque há brigas ali, elementos desclassificados, que dormem de dia e à noite, assaltam as pessoas, inclusive os funcionários daqui, da própria Câmara Municipal. Então, V. Ex.ª poderia me orientar se esse casario aqui à frente, abandonado até, está incluído nos seus planejamentos?

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Neste Projeto de Lei não, Vereador. Esse Projeto de Lei tem como limite a Av. Loureiro da Silva para o lado da Zona Sul, em direção ao parque.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: É que eu tenho de agradecer ao Prefeito Tarso Genro, que ouviu o que eu reclamava por ofícios e outros meios. Esse casario hoje em dia pertence à Prefeitura, o Estado passou para a Prefeitura. Mas, parece que desconhecemos isso.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: De fato é isso, mas já existe um movimento da Prefeitura para dar uma ocupação, inclusive tirar a ocupação marginal e que às vezes produz violência nessa área. Há um movimento em relação a isso.

Meu tempo está esgotado, Sr. Presidente, agradeço e lembro aos Srs. Vereadores que este Projeto é de grande importância para a Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Srs. Vereadores, de acordo com o que determina o art. 145, do Regimento, colocamos em votação a prorrogação da presente Sessão por prazo não superior a 2 horas.

Em votação nominal a prorrogação da Sessão por mais 2 horas, por solicitação do Ver. Marcelo Danéris (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 20 votos SIM.

Em votação o PLCL n.º 025/01. Por se tratar de Lei Complementar é obrigatória a votação nominal. Em votação nominal o PLCL n.º 025/01. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 01 voto NÃO

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2832/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 177/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a abertura e horário dos estabelecimentos comerciais aos domingos no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 07. Com Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 21-11-02.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 177/02. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na forma da Lei Orgânica do Município, o art. 78 diz: (Lê.) “matéria constante em Projeto de Lei rejeitado, somente poderá constituir objeto de novo Projeto na mesma Sessão Legislativa, mediante proposta da maioria dos membros da Câmara Municipal ou mediante a subscrição do 5% do eleitorado do Município, bairro ou comunidade rural, conforme o interesse e a abrangência da proposta”.

O Projeto tem como Ementa: (Lê.) “Autoriza o funcionamento do comércio aos domingos e feriados.” - o primeiro Projeto. Este: “ Dispõe sobre a abertura e horário dos estabelecimentos comerciais, aos domingos, no Município de Porto Alegre”.

Eu entendo que a matéria é a mesma coisa, porque está dispondo da abertura do comércio aos domingos no Município de Porto Alegre. E o primeiro também autorizava o funcionamento do comércio aos domingos e feriados no Município de Porto Alegre.

E devo dizer a V. Ex.ª que, na forma da Lei Complementar Federal n.º 095: (Lê.) “A Ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e a explicitará de modo conciso e sob forma de título, o objeto da lei”. E o objeto da lei, insisto, dispõe sobre a abertura do comércio aos domingos no Município de Porto Alegre.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acho que o próprio autor da Questão de Ordem... E é desnecessário também, duas preliminares: primeiro, que eu faça Questão de Ordem, porque V. Ex.ª, que já foi Líder de Bancada no Congresso Nacional, sem a minha intervenção, já poderia responder ao meu amigo e Ver. João Antonio Dib.

O que ele mesmo disse foi que “proposta rejeitada não pode ser reapresentada”.

O que é que foi rejeitado aqui? Foi a proposta do Ver. Haroldo de Souza, que é absolutamente diferente da que é ora feita pelo nobre Ver. Nereu D’Avila.

Portanto, então, não existe proposta rejeitada. Não existindo proposta rejeitada, é absolutamente, como diz ele mesmo, regimental e legal a iniciativa do Ver. Nereu D’Avila.

Sei que é desnecessária a Questão de Ordem, mas apenas para registro, Sr. Presidente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu insisto: a Ementa trata do mesmo assunto: “Dispõe sobre abertura e horário dos estabelecimentos comerciais, aos domingos, no município de Porto Alegre.” O outro autorizava o funcionamento do comércio aos domingos e feriados. Essa disposição é para abrir, não é para fechar. Então, a Ementa diz a mesma coisa. Portanto, eu insisto na Questão de Ordem que formulei.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Respondo à Questão de Ordem levantada pelo Ver. João Antonio Dib. Quanto à Ementa, é verdade, o Ver. João Antonio Dib tem toda razão. Nós estamos diante de uma ementa exatamente idêntica. Mas sabemos nós, Ver. João Antonio Dib, que o que determina o âmago de um Projeto de Lei é o mérito do que ele trata. Eu não tenho dúvida de que o mérito tratado pelo Projeto de Lei anterior diz, exatamente, versando sobre a mesma matéria, mas diz respeito a uma posição claramente antagônica a que está sendo proposta pelo Ver. Nereu D’Avila. E por isso entendo que não há qualquer contraposição ao que reza o Regimento. Esta Casa, neste ano, no ano de 2002, na atual Sessão Legislativa, em momento algum rejeitou Projeto de Lei com o mesmo mérito apresentado neste momento pelo Ver. Nereu D’Avila, que se encontra sob apreciação desta Mesa. Por isso, a sua Questão de Ordem não é acolhida por esta Presidência, e nós daremos, então, seqüência aos trabalhos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu recorro da decisão de V. Ex.ª à Comissão de Justiça e formulo outra Questão de Ordem, aceitando, em parte, o que V. Ex.ª afirma.

Então V. Ex.ª está dizendo que nós vamos proibir a abertura do comércio aos domingos. É isso que V. Ex.ª afirma?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Não. Eu estou dizendo que o mérito da matéria...

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): V. Ex.ª disse que o mérito da matéria diz que o comércio será fechado aos domingos, senão, eu tenho razão no que disse. Se V. Ex.ª afirma isso, eu coloco a V. Ex.ª que os poderes no Brasil são: Legislativo, Executivo e Judiciário. Se uma questão está sub judice, esta Câmara tem o direito de desrespeitar a autoridade judiciária?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Veja bem, Ver. João Antonio Dib, eu respondo com a questão discutida anteriormente, e que muito bem V. Ex.ª tratou do Plenário. Enquanto uma matéria se encontra sub judice, na verdade ela ainda não tem o mérito julgado. E ao não ter o mérito julgado, ela não pode, diante da vida cotidiana das pessoas, alterar a natureza jurídica das relações existentes. Nós discutimos essa matéria quando o Ver. Sebastião Melo levantava a questão de que a empresa que estava sendo discutida no Projeto anterior, estava em juízo, discutindo o não-pagamento de tributos. Muito bem, V. Ex.ª afirmou que não se pode discutir uma matéria que se encontra sub judice. Nós não podemos simplesmente, nesta Casa, ficarmos aguardando que o Poder Judiciário tome uma decisão. Essa decisão não foi tomada e, conseqüentemente, enquanto ela não for tomada, nós não estaremos desrespeitando o Poder Judiciário. Se o Poder Judiciário tivesse já na decisão do mérito, com trânsito em julgado, definido, de que nós teríamos uma abertura automática do comércio aos domingos, nós, obviamente, não poderíamos estar decidindo sobre esta matéria. E como isso não aconteceu, mas se trata de uma discussão no Poder Judiciário, eu não vejo, pela autonomia entre os Poderes, que nós, como Poder Legislativo, não possamos debater, discutir e deliberar sobre esta matéria.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Pela última vez eu vou fazer uma intervenção, porque não devo debater com V. Ex.ª, nem tenho esse direito e nem pretendo isso, mas gostaria de dizer a V. Ex.ª que no caso anterior, se é a empresa que V. Ex.ª citou, for na Prefeitura buscar uma certidão negativa, ele não pode dar uma certidão positiva, está em discussão se deve ou não deve.

Agora, neste caso, o Judiciário, por 23 votos, parece que contra 01, ou por unanimidade, não sei, disse que o comércio pode abrir nos domingos. Nós estamos fechando o comércio aos domingos, pela proposição do Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Pela independência dos Poderes.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Independência, mas a harmonia... Ou nós respeitamos. Eu não entendo por que ser votado, até a Assembléia já modificou a Constituição do Estado, terça-feira, foi apregoado e elogiado aqui, que deve ser votado em 2.ª votação, e vai ser aprovado.

Nós vamos correr na frente de todos; nós vamos correr o risco de mais uma vez desmoralizar a Câmara e ver outra liminar? Mas V. Ex.ª é o Presidente e sei que Presidente preside e eu o saúdo. Saúde e paz!

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. João Antonio Dib, com todo o respeito, a autonomia entre os Poderes e o respeito entre os Poderes não significa que nós não possamos, do ponto de vista legislativo, tratar de forma diversa do próprio Poder Judiciário. Nós estaríamos desrespeitando o Poder Judiciário se pura e simplesmente nós, nesta Casa, pudéssemos, quem sabe, tentar fechar o comércio aos domingos à força. Não é isso que estamos fazendo. O que nós estamos fazendo é usando de uma prerrogativa do Poder Legislativo para decidir. Não sei qual será o resultado desta votação, mas não vejo qualquer obstáculo para que este Poder delibere sobre esta matéria, dentro da sua autonomia, dentro das sua soberania e dentro das limitações dadas ao Poder Judiciário.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL n.º 177/02.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. José Fortunati; Sr.as Vereadoras; Srs. Vereadores, prezada assistência; caros comerciários, eu não tenho, embora eventuais divergências com o Presidente, poupado aqui o meu reconhecimento, e o faço talvez pela última vez, Ver. Fortunati, porque V. Ex.ª termina o seu mandato como Presidente da Casa, e eu não tenho poupado aqui o meu reconhecimento pela qualidade, embora eventuais divergências de ordem política ao Ver. Fortunati, pela forma com que conduziu o Plenário desta Casa. Eu estou aqui há seis anos e não vi, sequer, nesse período, um Presidente que tenha, com tamanha qualidade, embora às vezes divergindo da questão de mérito, tratado com tanta firmeza, com tanta seriedade e respeito o Poder Legislativo. Reforçou V. Ex.ª, mais uma vez, ao responder à Questão de Ordem, o seu brio, a sua qualidade de Parlamentar, de homem escolado na vida de Parlamento. Eu não vou-me prolongar aqui, Ver. Fortunati, porque quero abordar questões mais fundamentais e que dizem respeito à vida de milhares de trabalhadores e também de suas famílias. Eu já disse três ou quatro vezes, nos meus 6 anos nesta Casa, que talvez estejam-se encerrando, que “há dias de dia nenhum e dias de muitos dias”. Hoje é, de novo, “um dia de muitos dias”. O Poder Legislativo resgata, com o Projeto do Ver. Nereu D’Avila, a sua autonomia. Ver. João Dib, o Poder Legislativo Municipal é que foi desrespeitado por uma decisão judicial, e quem está dizendo isso não é um bacharel, não é um Vereador do PT; eu colho aqui e gizo as palavras do Desembargador Assis Araken de Souza, que, no julgamento da ADIn, no Pleno do Tribunal de Justiça, fez um questionamento, se o Tribunal de Justiça não estava se arvorando, em competência que é da população, e cujo poder passa aos Vereadores através do mandato que lhe concedem a cada eleição. Quem desrespeitou o Poder foi o Poder Legislativo, quando retirou competência constitucional, competência legal desta Câmara de Vereadores de dispor sobre algo, que, segundo o art. 30, inciso I da Constituição é de sua competência, o Desembargador Clarindo Favretto, fazendo uma interpretação contraditória de outra que fez há dez anos, Ver. Nereu, esqueceu-se que um dispositivo constitucional, o art. 30, inc. I, que trata da autonomia municipal, é um dispositivo de hierarquia superior ao art. 13, inc. II, da Constituição Estadual que por lapso dos constituintes estaduais omitiu a palavra “dias”, o que agora está sendo corrigido por uma Emenda Constitucional. E tem mais, Ver. João Dib, Ver. Nereu, é preciso olhar a Ação Direta de Inconstitucionalidade, que é um verdadeiro escândalo. Verifica-se que o Desembargador, na ânsia de cumprir a petição do Sindicato dos Empresários, sequer retirou a vigência da lei, confundiu “eficácia” com “vigência”, que são componentes e conceituações jurídicas, cara Presidente Esther, absolutamente divergentes. Um Desembargador com quase 30 anos ou mais de Magistratura confundiu eficácia com vigência, e isso é muito sério, foi direto naquilo que os empresários escreveram na sua petição, de forma equivocada. Deveria S. Ex.ª ter suspenso a vigência, porque vigência é a capacidade de incidência; tem vigência algo que é feito com competência pelo órgão que faz o Diploma Legislativo. Se S. Ex.ª entendeu inconstitucional, tinha que retirar a vigência, porque eficácia é outra coisa, eficácia significa a possibilidade na vida real da aplicação de uma norma jurídica, mas ele foi atrás querendo-se arvorar daquilo que era poder da Câmara dos Vereadores e que agora nós resgatamos, o art. 30, inciso I da Constituição Federal é um diploma superior ao que diz o art. 13, inciso II da Constituição Estadual.

Portanto, é absolutamente constitucional, absolutamente legítimo, e esta Câmara de Vereadores, e eu concluo, Sr. Presidente, com essa iniciativa demonstra que não tem “dobradiça na coluna”, que vai manter aqui os poderes que recebeu dos Constituintes de 1988 - eu não sei se o Ver. Fortunati lá não estava; acho que estava. Esta Câmara está dizendo, quem fala em nome do povo de Porto Alegre são os Srs. Vereadores, e não aqueles que fizeram concurso público ou não, e estão lá para dizer o direito, mas jamais para fazer o Direito. Quem faz o Direito são os Parlamentares legitimamente eleitos pelo voto popular para esta Câmara de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL n.º 177/02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, em primeiro lugar, devo lastimar que o Presidente titular não está no Plenário, porque eu não vou modificar o que devo dizer.

Eu tenho imenso carinho pelos comerciários. Nós estamos brincando de fazer leis aqui, nós precisávamos votar sobre a área rural desde o ano passado, e nós não votamos, nós não tínhamos o que fazer, mas nós precisávamos votar sobre a Radial Anita Garibaldi, desde o ano passado, e não votamos. Mas os comerciários têm, mais do que nunca, o meu respeito, porque até trouxeram o Presidente para presidir, por alguns momentos, a Sessão de hoje, para responder a uma Questão de Ordem que foi bem formulada - não se equivoquem, ela foi muito bem formulada. Depois eu vi o meu querido amigo Juarez Pinheiro, pessoa a quem eu, muitas vezes, coloco à minha disposição, quando peço o seu saber jurídico. Eu não podia pensar que o Ver. Juarez Pinheiro, em nome dos comerciários, sem dúvida nenhuma, dissesse que 23 Desembargadores são equivocados juridicamente. Não se iludam, se for dada uma liminar - e penso que a Justiça tem de ser respeitada. Quando a Justiça deu ganho de causa para os comerciários, eu não vi nenhum Vereador dizer que o Desembargador votou equivocadamente, estava tudo certo, e agora, porque não foi de acordo com o que deseja o Sindicato dos Comerciários, o Desembargador é um equivocado, um analfabeto, não sabe nada de leis, confunde eficácia com vigência, mas foram 23 Desembargadores! Será que nós não temos independência e harmonia. O Município não tem Poder Judiciário, mas nós temos uma questão sub judice, e nós temos a Lei Orgânica dizendo clara e repetida no Regimento Interno. Eu não tenho culpa se o Vereador não sabe redigir. Eu não tenho culpa! Eu mostrei a Lei Complementar n.º 95, que é da União, que diz o que representa a Ementa de um Projeto: jurídica, legislativa, está tudo ali escrito como se faz. Agora, eu não tenho culpa se os Vereadores não lêem, ainda que sejam juristas. Eu sou Engenheiro. Engenheiro: 2 mais 2 é igual a 4. Sempre! Não tem outro jeito de ser. Nós estamos humilhando a Casa do Povo de Porto Alegre. E eu fico triste, olhando claramente para a Esther Machado, por quem tenho apreço. Eu não tenho nada para esconder, mas eu gostaria que as coisas fossem tratadas com seriedade. Com muita seriedade! Eu disse várias vezes: não permitam que sejam usados como palco, porque no palco a gente sobe e pisa em cima.

Eu não entendo o que está acontecendo nesta Casa. Não votamos nada neste ano. Reiteradas vezes fizemos Sessão sem nada! E agora votamos uma alteração no Plano Diretor. Eu nunca vi alterar o Plano Diretor profundamente sem uma planta em escala, mas nós votamos! Eu não sei qual era a pressa de votar isso aí.

Agora, o Presidente, a quem eu recorri, à Comissão de Justiça, não sei se ele vai mandar para a Comissão de Justiça a Questão de Ordem. Mas eu não sou um Vereador iniciante, eu sou um Vereador, sabem todos que aí estão, que eu chego muito cedo e sento ali há 13h15min, 13h10min, 13h20min, não passa disso, e saio quando termina a Sessão. Agora, eu digo a V. Ex.as, meus ilustrados pares, eu não posso servir num momento como este, onde o desrespeito a tudo está comprovado, pois não votamos matéria da mais alta relevância para esta Cidade. Não temos um assessor para o Plano Diretor, e votamos o Plano Diretor. Eu não posso entender. Eu não posso me prestar para isso. Por isso, o que vai acontecer comigo, como raramente acontece, eu vou embora mesmo; eu não posso me prestar para este tipo de andamento das coisas que aqui ocorre. Não! Não posso eu estar presente e deixar que isto tudo ocorra, sem que eu diga nada, mas não impede que eu diga: Saúde e paz a todos! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL n.º 177/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, tão logo informado da decisão judicial acerca da matéria ligada à lei que estabelecia um regramento ao comércio de Porto Alegre, tão logo informado da decisão judicial, vim à tribuna e não tinha ninguém nas galerias para defender a prerrogativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Entendo e quero reafirmar - e acho que o debate tomou novos contornos - que esta matéria, relacionada com o horário do comércio é matéria da alçada e da competência legal da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Palmas.) Enquanto examinava esta matéria, as galerias estavam sem nenhuma pessoa, absolutamente sem ninguém, e eu fazia a análise que estou fazendo agora. Temos que defender as prerrogativas da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Quero dizer, por outro lado, que a decisão do Tribunal de Justiça, e decisões que haverá de tomar, eu as respeito. Tenho, pelo Tribunal de Justiça, admiração, pois ele é constituído de eminentes Desembargadores, homens de bem, juristas, mas discordo da fundamentação; aliás, coloco-me na fundamentação do Dr. Favretto, no primeiro momento em que ele examinou esta matéria. Eu concordo com ele naquela primeira análise. Não concordo com ele na segunda análise. Então, eu quero deixar claro o seguinte: o Tribunal de Justiça tem toda a minha respeitabilidade, mas esta matéria tem que ser decidida pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Quando o Ver. Nereu D’Avila tenta resgatar o regime anterior, nós temos que decidir sobre a matéria. Nós temos que decidir sobre a matéria, porque é matéria da competência da Câmara Municipal de Porto Alegre. As questões trazidas ao debate, na questão da rejeição no ano legislativo, eu entendo que se trata de propositura com disposições diferentes. Eu acho que o Ver. João Antonio Dib tem lá as suas razões, mas me parece que o seu entendimento deixa a desejar, porque não se trata de Projeto com as mesmas disposições, são matérias diferentes. Eu devo dizer que nós precisamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, restabelecer o regime anterior no sentido de resguardar, ressalvar as prerrogativas da Casa.

 Então fica, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação para firmar o entendimento de que nós temos que decidir esta matéria. Esta matéria, que trata da questão do comércio, é matéria da alçada estrita da Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós temos que, Ver. Nereu D’Avila, votar a matéria, independentemente dos votos que os Srs. Vereadores vão dar. Eu quero dizer a V. Ex.ª e o faço agora: eu vou votar a favor do Projeto de V. Ex.ª no sentido de resgatar o regime jurídico anterior, que foi por uma decisão judicial - que eu respeito, eu não adentro a decisão judicial -, mas coloco-me contrário. E na medida em que voto o Projeto de V. Ex.ª, eu estou resgatando, no meu entender, na espécie, a prerrogativa da Casa em decidir matéria dessa natureza. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Fernando Záchia solicita verificação de quórum. (Após a apuração nominal.) Há quórum.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL n.º 177/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, meu voto com relação a esta matéria é muito tranqüilo. Não engano ninguém com as minhas posições e acho que a forma transparente com que procuro exercer o meu mandato não deixa dúvidas quanto às minhas posições.

Aliás, fui Relator desta matéria na Comissão de Constituição e Justiça, não tive oportunidade de ver o meu Parecer examinado pelos meus pares, e ali eu estendi, ali eu coloquei por inteiro as minhas posições a respeito, especialmente, deste Projeto. Do tema, todos sabem que sou a favor da liberdade de comércio.

Com relação a este Projeto, coloquei no meu Parecer, e agora repito, algumas colocações que considero que devam inclusive se inserir neste debate, na medida em que se quer contribuir para um debate sério sobre a matéria.

Eu dizia no Parecer que a manifestação prévia da Procuradoria da Casa, que consta às folhas 4 e 5 do Projeto, aponta, Ver. Elói Guimarães, para o fato do Projeto não conter cláusula revogatória da Lei Municipal n.º 7.109, de 3 de julho de 1992, nem das Leis anteriores àquelas. Ora, se não pede a revogação, aquelas Leis então, há de se concluir, continuam vigendo. Com efeito, a discussão da matéria, versada no Projeto sob exame, é muito mais política e, hoje, é eminentemente jurídico-legal. Era o que sustentava no seio da Comissão de Constituição e Justiça. Saliento, em primeiro lugar, que o Projeto de Lei n.º 177/02 repristina, quase que ipsis litteris, a maior parte da matéria contida na Lei Municipal n.º 7.109, suspensa por força de ato emanado do Poder Judiciário. Com efeito, desde 2 de agosto de 2002, por força de liminar concedida nos Autos do Processo da Ação Direta de Inconstitucionalidade, a Lei Municipal n.º 7.109 - que, em seu art. 1.º, proibia o funcionamento do comércio no âmbito do Município de Porto Alegre aos domingos e feriados, o mesmo fundamento do art. 1.º do Projeto em tela - teve a sua eficácia suspensa por ofensa aos artigos 8.º e 13, II da Constituição Estadual. Isso é, o eminente Desembargador Cláudio Fravretto, relator do feito, entendeu que falece ao Município competência para legislar em tais termos, entendimento este referendado em agravo regimental proposto e, agora confirmado, porque a matéria se encontra, sob esse ângulo, sendo debatida na Assembléia Legislativa do Estado. Na Assembléia Legislativa, há poucos dias, nesta semana que está se desdobrando, aprovou-se, em primeiro turno, uma Emenda Constitucional, cuja autora é a Deputada Estadual Jussara Cony, que busca resolver esse conflito jurisdicional. A Emenda será submetida a um segundo turno de votação, dizem-me, na terça-feira vindoura, podendo ou não ser confirmado.

Ora, sem adentrar no mérito da questão propriamente dita, eu aponto, como primeira inviabilidade ao trâmite do Projeto de Lei do Legislativo n.º 177/02, o fato de que a sua aprovação, nos termos em que está baseado, vazado, fere mortalmente um dos pilares sobre os quais se assenta a democracia: o da igualdade e harmonia dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Assim, estando sub judice a matéria, pendente o julgamento definitivo, a aprovação de outra lei significaria grave afronta e, por certo, nova suspensão liminar.

Em segundo lugar, inviável a aprovação de um Projeto de Lei novo que contenha dispositivo idêntico ou com o mesmo escopo daquele contido em legislação anterior e ainda vigente, conquanto suspensa, sem expressa cláusula de revogação.

Em terceiro lugar, superados que fossem os óbices acima apontados, remanesceria o próprio mérito...” Ver. Dr. Goulart...

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Dr. Goulart cede seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Lê.) “Em terceiro lugar, superados que fossem os óbices acima apontados, remanesceria o próprio mérito jurídico do Projeto diante da incompetência do Município para legislar sobre a matéria versada nos artigos 1.º e 2.º do Projeto de Lei Legislativo, isso é, pode, ou não, o Município legislar sobre a abertura do comércio em tal ou qual dia, especialmente domingos e feriados. Segundo o contido no art. 22, Inc. I da Constituição Federal, é competência privativa da União legislar sobre Direito do Trabalho e, neste sentido, a União, através de Medida Provisória editada em 1997, depois transformada na Lei n.º 10.101, de 19 de novembro de 2000, no art. 6.º, expressamente autorizou ‘o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral.’”

Textualmente. (Lê.) “Art. 6.º: “Fica autorizado, a partir de 9 de novembro de 1997, o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, observado o art. 30, Inc.I da Constituição.”

“De seu turno, diz o art. 30 da Constituição Federal que ao Município compete, em matéria legislativa, legislar sobre assuntos de interesse local ou suplementando a legislação federal e estadual no que couber. Mais, a Constituição Estadual, no seu art. 13, Inc. II, diz expressamente o seguinte: ‘É competência do Município, além da prevista na Constituição Federal e ressalvada a do Estado: II - dispor sobre o horário de funcionamento do comércio local.’

Assim, não pode causar surpresa a manifestação do ilustre Parecerista de folhas 4, quando chama a atenção para o fato de que a Lei Orgânica do Município, em seu art. 9.º, Inc. XII, cinge a competência municipal no tocante à matéria aos seguintes termos: XII - Ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horário para atendimento ao público, de estabelecimentos bancários, industriais, comerciais e similares, observadas as normas federais e estaduais pertinentes.

Segundo a Constituinte Municipal, pois, obedecida a hierarquia das leis, o peculiar interesse do município de Porto Alegre na questão limita-se a fixar os horários de abertura e fechamento dos estabelecimentos que enumera, entre os quais se incluem os do comércio varejista, jamais os dias em que estariam autorizados a funcionar. Não há, pois, competência do Município para legislar sobre abertura, ou não, do comércio aos domingos, como pretende o Projeto de Lei Legislativo n.º 177/02, exceto no tocante à matéria versada no seu art. 3.º, perfeitamente enquadrada nas competências reservadas ao Município pela Constituição Federal, Estadual, e na própria Lei Orgânica.” Isso é, o horário é competência plena. (Lê.) “Esposo tal entendimento de larga data. Tanto assim que publiquei artigo no Jornal do Comércio, sob o título de “Mea Culpa”, o qual anexo a este Parecer, onde aponto para o fato de que, até o advento da Medida Provisória n.º 1.982/96, que, em seu art. 6.º, autorizou a abertura do comércio varejista aos domingos, a Lei Municipal n.º 7.109/92, embora pudesse exceder na competência do Município, no máximo se constituía num bis in idem, na medida em que o Governo Federal, o competente para legislar sobre a matéria, entendia de proibir o funcionamento do comércio varejista aos domingos.

Ao Município descabe, portanto, a competência para legislar sobre abertura ou fechamento do comércio. A democracia e o estado de direito só existem com o estrito respeito às leis, e não será agredindo a Constituição, agravando Poder, ou extrapolando da nossa competência, que estaremos colaborando para a melhoria da nossa vida em sociedade, nem para fazê-la mais justa e solidária.”

Por isso reafirmo posições anteriormente já colocadas, acentuo o meu temor de que possamos estar colocando esta Câmara, mais uma vez, em contrariedade ao Poder Judiciário, criando uma situação de reversão complicada, ainda que naturalmente eu o faça perante uma platéia bem reduzida nesta hora, porque grande parte dos Vereadores daqui já se deslocaram, para dizer que, em que pesem todos os meus pontos de vista de ordem jurídica, eu respeito a opinião daqueles que pensam em contrário. No mérito, que eu não abordei neste nosso comentário, eu também tenho posição amplamente firmada e declarada. Iniciei o meu pronunciamento dizendo que não iria enganar ninguém e não tenho esse tipo de pretensão. Eu sou a favor da liberdade do comércio, acho que as casas comerciais devem abrir ou fechar na sua conveniência, como vem ocorrendo no momento presente. No resto, com relação a essa matéria, devo dizer que vou acompanhar, por exemplo, uma das Emendas do Ver. Haroldo de Souza, cuja introdução me parece altamente conveniente. Penso eu que, submetido ao crivo da Casa, com relação a essa matéria, pelas manifestações que tenho observado, restará vencido o meu ponto de vista. Vencido o meu ponto de vista, vou tentar buscar, nas Emendas, algumas medidas que possam mitigar os efeitos negativos de uma decisão que, repito, com o máximo respeito, Sr. Presidente, vai afrontar o Poder Judiciário e será sujeita a mais uma manifestação judicial contrária às manifestações desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 177/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Aldacir Oliboni, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores comerciários, senhores comerciantes aqui presentes, eu acho que esta Sessão poderia ser chamada de Sessão de desagravo ao Legislativo Municipal. Nós somos daqueles que temos a profunda convicção de que o princípio federalista deve ser cumprido na sua inteireza. É evidente que essa matéria como outras matérias devem ser deliberadas no Parlamento Municipal; não teria razão a existência de centenas de milhares de Câmaras de Vereadores, se matérias dessa envergadura não fossem da competência dos Legislativos, até porque, com certeza, Ver. João Bosco Vaz, a questão comercial de Porto Alegre é diferente da de Curitiba, de Fortaleza, do Rio de Janeiro e até de Maceió. Têm realidades diferentes e, portanto, merecem uma análise diferenciada.

Portanto, o Judiciário invadiu competência sim, Ver. Estilac Xavier. Não deveria, na nossa avaliação, ter invadido essa competência e, hoje, esta Casa caminha na direção de restabelecer a sua competência.

Agora, quero analisar nesses três minutos que me restam, o mérito dessa questão. Ver. Reginaldo Pujol, nós não somos contra a abertura do comércio aos domingos. Queremos regras claras para a abertura dele. A Lei n.º 7.109, minha Presidenta Ester, é uma extraordinária Lei, porque estabelecia regramentos de acordo coletivo, patronal e dos trabalhadores. E se numa sociedade democrática isso não for feito, e o capital já é feroz, ele passa por cima violentamente.

Ver. Elói Guimarães, sobre esses últimos dois meses, o Sindicato me informa que iriam homologar 2.600 demissões. Então, se o Judiciário mandou abrir em junho e nos últimos 60 dias há 2.600, significa que aquilo que estão dizendo do lado de lá é falácia e não é verdadeiro. (Palmas.) Se de um lado essa Lei restabelece de forma digna o direito sagrado do comerciário, num outro eixo ela caminha a passos largos para também defender aquelas centenas de milhares de quase 8 mil comerciantes de rua na Cidade, que já vêm penando há anos por alto imposto, por falta de estacionamento, por multas, por falta de segurança e, agora, evidentemente, sendo atropelados pelos shopping que vêm em carreira erguida, evidentemente, liquidando com o que ainda resta dos pequenos.

Nós que moramos nos mais diferentes bairros e compramos nos mais diferentes lugares, no mercadinho, aos domingos, quando o grande não está aberto, Ver. Nereu D’Avila, ele vende 60%, 70%, 80% mais, Ver.ª Sofia Cavedon, do que vende quando abre o grande. E aquele pequeno emprega o vizinho, sustenta a mãe, o avô, o irmão, e isso também é uma questão econômica muito grande.

Confunde-se liberdade de comércio com abertura de comércio. Nós voltamos a dizer: queremos a maturidade externa, que os patrões e empregados sentem ao redor de uma mesa e encontrem um caminho eficiente e capaz de atender às partes e à população.

Por isso, queremos aqui dizer que nós já votamos por duas vezes, quando o Veto estava nesta Casa quando chegamos, pela não-abertura. Votamos, de novo, no segundo momento e vamos votar, com muita alegria, Ver. Nereu D’Avila, este Projeto, que veio em boa hora, o Projeto de V. Ex.ª, que é lutador por essa causa e como muitos Vereadores. Acho que V. Ex.ª, sem dúvida alguma, contribuiu, no final deste ano, com este extraordinário Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 177/02. O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos prestigiam com suas presenças nas galerias, e os que nos assistem, neste momento, pela TVCâmara, há um ditado que diz: “Todos os rios se encaminham para o mar.” Nós, aqui, não estamos tratando de água, mas de emprego, de sobrevivência, de micros, pequenos e médios comerciantes, que são, sem dúvida nenhuma, a grande maioria.

Por isso, após ter analisado este Projeto do Ver. Nereu D’Avila, de ter consultado as minhas bases, eu quero dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores - votem, Ver. Nereu D’Avila, hoje, ou votem em outra Sessão -, que sou favorável ao seu Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 177/02.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, cada um dos senhores e das senhoras e os aqui presentes sabem, e a população de Porto Alegre sabe qual é a posição deste Vereador. Nós, sistematicamente, enfatizamos a necessidade da família e as pessoas, a cada domingo, não conseguem conviver entre si. E já cansamos de dizer aqui neste Plenário, que quando realmente os empresários comparecerem e disserem que vai aumentar, de fato, o número de empregos... Mas, até agora, não ocorreu isso. Até agora, não ocorreu nenhum aceno como contrapartida. O que nós vimos, até o presente momento, foi simplesmente trocar um domingo por um dia de semana. E ainda mais, essa abertura de forma maciça, não só está prejudicando os comerciários em si, mas também está prejudicando os pequenos e médios comerciantes, porque aqueles que têm o seu barzinho, o seu armazém de esquina, também, nos fins de semana, não conseguem mais vender. E sabemos que, nesses fins de semana, é quando eles conseguem maior volume de venda.

Então, o que esta Casa vai fazer é resgatar aquilo que lhe é de direito, aquilo que é da categoria, porque o que nós queremos é devolver para a categoria o livre arbítrio de discutir com a classe empresarial e que ambos possam fazer um acordo, nem sempre chegando a um consenso, mas que, pelo menos, cada um possa ceder um pouco, contudo, tendo o seu atendimento contemplado.

E é o que estava antes: doze domingos, os comerciários ganhavam um plus, mas tudo isso se perdeu.

Portanto, eu vou repetir o que disse o Ver. Valdir Caetano: mesmo que não seja votada hoje esta matéria, na segunda-feira já tem os votos favoráveis para a aprovação. É aí que a Justiça vai fazer o seu papel, porque esta Casa, a Câmara dos Vereadores decidiu que, a partir da promulgação desta Lei, novamente, o comércio de Porto Alegre não será aberto aos domingos, salvo com a concordância entre ambas as categorias, e é isso que queremos.

Portanto, mais uma vez, senhoras e senhores, podem ter a certeza de que o Partido Socialista Brasileiro é, sim, favorável a Lei de iniciativa do Ver. Nereu D’Avila, porque esses desmandos nós não agüentamos mais. E mais, Porto Alegre sempre foi e sempre será parâmetro para o Rio Grande. Na medida em que Porto Alegre abrir as portas todos os domingos, isso ocorrerá também nos Municípios de médio e grande porte. Já houve a tentativa de implantar isso em Pelotas, em Santa Maria, em Canoas. Então, Porto Alegre tem que ser a resistência. Volto a dizer, não somos contra simplesmente por sermos contra, mas entendemos que temos que ter diálogo e, principalmente, entender que o comerciário tem os seus direitos como qualquer outro cidadão. Em cima disso, não podemos concordar com trocar o domingo por uma segunda-feira e vice-versa; acenar com o aumento de postos de emprego e não ter. Esta luta cresceu; hoje ela não é só dos comerciários, mas é uma luta que foi incorporada pelos pequenos e médios comerciantes, que também estão vendo o seu negócio sumir de uma hora para outra.

Portanto, o PSB encaminha favoravelmente à proposta do Ver. Nereu D’Avila. Não à abertura do comércio aos domingos! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 177/02.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente dos trabalhos, o Projeto de abertura do comércio aos domingos foi apresentado por mim nesta Casa. Por que pedi aquele Projeto de abertura do comércio aos domingos? Busca de novos empregos. Todos nós temos falhas, e eu direcionei apenas a busca de novos empregos. Mas se o Projeto, aquele apresentado, vai contra o pequeno comerciante - mercearias, quitandas -, se o Projeto cria o desemprego e não aumenta novos, se o Projeto dá ao grande empresário o direito de manipular o seu quadro de funcionários, obrigando-os ao trabalho dominical sem remuneração, só posso ser contra. Pois, para ser coerente, ao apresentar um Projeto que visa a mais empregos e esse Projeto causa o desemprego, como vou continuar defendendo-o? Sou contra a abertura do comércio aos domingos, sim. Agora, sim à manutenção dos horários na Emenda que estou pedindo nesta Casa: que os supermercados fiquem abertos depois das 19h e não como pede o Projeto do Ver. Nereu D’Avila.

Agora, preciso aproveitar essa oportunidade para esclarecer um acontecimento que está “engasgado na minha garganta”. Eu desafio quem quer que seja a dizer tenha eu, um dia, ao longo de 28 anos que vivo em Porto Alegre, como homem de rádio, tratando diretamente com as pessoas, deliberadamente, causado mal a quem quer que seja. Pelo contrário, sou homem solidário, sempre, a qualquer hora, para qualquer coisa. E meus amigos sabem disso. Na minha campanha para Deputado Estadual foi distribuído em Porto Alegre e na Grande Porto Alegre um panfleto do Sindicato dos Comerciários, básico, rasteiro e, principalmente mentiroso, terrivelmente mentiroso. Os pequenos comerciantes da Cidade de Porto Alegre não soltaram panfleto na Cidade para me prejudicar na campanha a Deputado Estadual. Eles, educadamente procuraram-me no meu gabinete. Comerciários que não foram induzidos pelo Sindicato, procuraram-me na Rádio Guaíba, procuraram-me no meu gabinete e ligaram para minha casa explicando que eu estava equivocado a respeito do meu Projeto. Essas pessoas, educadamente, atendi, tanto que já fiz a revisão do meu voto. Mas o Sindicato, não. O Sindicato foi mentiroso e agiu de má-fé. Sou um homem de 58 anos e sei tirar proveito das coisas positivas e negativas na minha vida. Formação de um homem de bem que tenho, eu não guardo mágoas de ninguém, mas quem diz o que quer para mim, escuta, também, o que eu quero dizer. Não convivo com pessoas que não usam de honestidade, e a direção do Sindicato dos Comerciários foi desonesta comigo. Sabendo que a Presidenta do Sindicato dos Comerciários foi assim, facilita-me a escolha das pessoas com quem devo dividir os meus sonhos, o meu trabalho e as minhas preocupações. Com certeza essa pessoa jamais entrará no rol de minhas considerações. E eu respondo ao panfleto. Eu não fui passear no Japão coisa nenhuma, eu fui defender e realizar a minha nona Copa do Mundo. São 36 anos de profissional como narrador de futebol. Eu não me escondi no Japão por causa de Projeto de abertura do comércio aos domingos como dizia esse panfleto mentiroso e sujo que circulou pela cidade de Porto Alegre e pela Grande Porto Alegre. E o meu suplente, do Partido Trabalhista Brasileiro - o PTB -, recebeu os meus 30 dias de vencimento nesta Casa. Eu não fui ao Japão ganhando dos cofres públicos do Município, como foi insinuado por vocês com esse panfleto nojento, asqueroso e rasteiro.

Eu não sou mais do que ninguém mas eu não sou covarde não, tanto que, ao receber a visita dos proprietários, educados, humanos, gente; dos pequenos comerciantes, e dos comerciários que me procuraram, tomei a minha posição definitiva e entendi que, para ser coerente às ações da minha vida, eu voto contra a abertura do comércio aos domingos, porque eu não estou criando empregos na cidade de Porto Alegre, eu estou prejudicando uma classe, mas eu estou respondendo com este voto às pessoas que educadamente me procuraram.

Voto sim ao Projeto em discussão, do Ver. Nereu D’Avila, e espero ver a minha Emenda, também atendida nesta Casa. Diálogo e educação não fazem mal a ninguém. É a recomendação que eu dou ao Sindicato dos Comerciários. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 177/02.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente Ver. Aldacir Oliboni, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, queremos encaminhar favoravelmente ao Projeto do Ver. Nereu D’Avila, mas aqui quero fazer algumas constatações que os senhores em casa poderão comparar. As Emendas da oposição a este Projeto são Emendas que favorecem os shoppings. A Emenda n.º 01, do Ver. Haroldo de Souza será suprimida pela Emenda n.º 07, do Ver. Ervino Besson, portando temos que rejeitá-la, porque depois será suprimido o art. 3.º, na Emenda n.º 07, do Ver. Ervino Besson. Portanto a Emenda n.º 01 não tem validade, ela será suprimida pela 7.ª, do Ver. Ervino Besson. A Emenda n.º 04, do Ver. Paulo Brum e Ver. Reginaldo Pujol, diz o seguinte, art. 1.º, parágrafo único: “Os localizados em áreas próximas a ponto turístico”. Não querem emprego, só querem lá no turismo. O projeto é para toda a Cidade.

A Emenda n.º 05: “ Doze domingos livres, à escolha das empresas”. Mas já tem no projeto, aquelas que antecedem ao Natal, a Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças. Portanto, vejam as Emendas da oposição, elas são sempre dizendo que dá emprego, mas vão para os shoppings, área turística. Não falam na Av. Assis Brasil, no Centro da Cidade, não falam dos bairros.

Emenda n.º 06, do Ver. Paulo Brum e Ver. Antonio Hohlfeldt: “Os localizados em Centros Comerciais ligados fisicamente, e condominalmente, a complexos hoteleiros”. Quer dizer, esse projeto de abertura aos domingos é para os shoppings, turismo. Mas não é para toda a Cidade? Eu não estou entendendo. As Emendas ditas de oposição estão dando poder aos shoppings, mas não estão gerando, no meu entender, Ver. Dr. Goulart, preste bem atenção nisso, pegue as Emendas, elas não procuram o crescimento de emprego. O Sindilojas tem de baixar do seu pedestal e vir a esta Câmara negociar, negociação. Nunca houve negociação, houve pressão a alguns Vereadores, aí sim. Portanto, hoje nós tivemos aqui, eu não sou advogado, mas muitas coisas eu aprendi na vida. Esta Casa, Ver. José Valdir, tem de ser independente, é o Poder Legislativo. O Poder Judiciário com uma tarefa, Poder Legislativo com outra tarefa; Poder Executivo com outra. Isso é simples, não precisa ser advogado para entender essa matéria. Portanto, as Emendas que são daqueles que querem a abertura do comércio aos domingos, tem de ficar bem claro, são para as áreas turísticas, shopping certers, e não são para gerar emprego no Centro da Cidade que está aí totalmente deteriorado e o comércio em prejuízo enorme, o pequeno e médio comerciante.

Não são geração de emprego, a Av. Assis Brasil, que é o segundo comércio maior da Capital, não são para a Cavalhada, para Teresópolis, enfim, para todos os bairros da Cidade. Gerar emprego, que eu entendo, é por isso que eu voto contra a abertura do comércio aos domingos, porque eu quero ver geração de emprego em toda a Cidade, não nos shopping certers, que é uma camada selecionada, de uma elite empresarial que tem condições de ir lá e alugar o metro quadrado muito mais caro do que no Centro, muito mais valorizado, a própria mercadoria é mais cara para o consumidor, porque é o mesmo dinheiro da segunda, da terça, da quarta, quinta, da sexta e do sábado, é o mesmo dinheiro.

Tem condições a população de Porto Alegre de comprar com preços justos dia de semana, e gera emprego, e gera renda. A renda é a mesma.

Portanto, quero mostrar aqui que nós devemos, coerentemente, até que nos provem o contrário, com uma grande negociação, Zé Valdir, nesta Casa, que nós possamos ajudar, sim, a criação de empregos, que nós possamos ajudar o pequeno e o médio empresário, já que o grande está tão favorecido assim. Que nós possamos todos ser ajudados; que nós possamos ajudar, por que não o grande também, mas numa grande negociação.

E até hoje a população tem que saber: aqui nesta Casa não houve uma mobilização completa para gerar emprego, para fortalecer ao funcionário, para que ele ganhe mais, para que ele se sinta bem no comércio. Eu não vi até hoje, nas minhas andanças na Capital, um funcionário sequer que queira a abertura do comércio aos domingos. Por isso eu voto a favor do Projeto do Ver. Nereu D’Avila. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, pelo PC do B, para encaminhar a votação do PLL n.º 177/02.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Presidente Ver. Aldacir Oliboni, demais Vereadores e Vereadoras, comerciários, vou usar uma pequena parte do tempo de encaminhamento de Liderança do meu Partido porque a minha postura é conhecida, não é de hoje, é histórica. Falei hoje sobre o tema. Mas queria só tratar do ponto de vista do Projeto, encaminhando favorável, referente às Emendas.

Quero dizer, e me parece que é o consenso de todos aqueles que querem evitar a abertura indiscriminada do comércio aos domingos, que a Emenda n.º 02, de minha autoria, foi colocada para corrigir uma questão que poderia ser mal interpretada, porque o art. 2.° afirma: fica estabelecido um calendário, com carga horária de 6 horas excepcionalmente aos domingos que antecedem as seguintes datas. Isso poderia ser interpretado diversos domingos que antecedessem as datas discriminadas, quando o objetivo claro do Ver. Nereu era no domingo que antecede.

Então, a nossa correção, que é a Emenda n.º 02, afirma o seguinte: modifica o artigo da seguinte forma: “No domingo que anteceder as seguintes datas.” Então, é um domingo só. Essa Emenda conta com o apoio do Vereador. Eu tinha uma Subemenda. O que afirmava a Subemenda? Ela remetia de toda a forma, mesmo nas seis datas autorizadas excepcionalmente, aos incisos III e VI do art. 8.º da Constituição, que seria a necessidade de ser negociado com o Sindicato. Mas como pode alguém levantar controvérsia jurídica? A pedido do autor do Projeto e a pedido do Sindicato, nós votaremos contra a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02. E a única outra Emenda que nós apoiaremos é a Emenda n.º 03, do Ver. Juarez Pinheiro, que torna essa Lei, que será aprovada até que seja decidido o mérito da liminar do Tribunal, porque temos certeza de que, mais dia menos dia, a Lei atual, vigente na Cidade, suspensa pelo Tribunal, será vitoriosa.

O encaminhamento do PC do B é favorável ao Projeto do Ver. Nereu D’Avila em defesa do direito da família comerciária ter o seu descanso dominical, em defesa dos direitos dos comerciários, que vêm sendo atropelados; em defesa do pequeno e do médio comércio e em defesa do consumidor desta Casa, contra a escravização da categoria comerciária, contra a ruína do pequeno e médio comerciário, pelo Projeto do Ver. Nereu D’Avila. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 177/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, irei me manifestar pela derradeira ocasião relativamente a essa matéria. Seria, de certa maneira, Ver. Elói, usando um termo jurídico adequado, despicienda minha manifestação. É muito mais para justificar um comportamento. Eu entendo que esse debate, que propicia que votem hoje, a maioria se fará ouvir no momento, eu como sou derrotado não vou votar, simplesmente não vou coonestar com o meu voto um ato que me parece juridicamente imperfeito, e como eu não sou a favor do Projeto, a minha ausência é suficiente para dizer da minha posição, não é uma ausência impensada, é uma ausência deliberada, vou simplesmente aguardar a decisão deste Legislativo que certamente, ou será em uma direção da qual eu discordo, mas que respeito, eis que no jogo democrático os votos ocorrem de forma a expressar o pensamento de cada um.

Apenas quero dizer ao meu querido amigo Ver. Cassiá, com o maior respeito, que eu não tenho preferência por shopping, eu não tenho preferência por áreas turísticas, se depender de mim, eu estou reafirmando que o comércio vai abrir onde entender que deve ser aberto. Como eu vejo que vários comerciantes manifestam interesse, não abrem em determinados lugares, eu busquei, já em grau de apelação, digamos assim, eu que sou contrário ao Projeto, sou contrário pela razão que sou a favor da liberdade plena de abrir na Av. Assis Brasil, na Av. Azenha, na Restinga, no Passo das Pedras, enfim, onde os comerciantes tiverem resultados com a abertura do seu negócio. Se abrindo em determinado lugar, como se abre na Restinga com excelente resultado, já que é o dia preferencial de compras dos moradores da Restinga, uma das razões pela qual eu me coloco a favor da liberdade do comércio, se isso é viável ser alcançado com a liberdade do comércio, ótimo, eu não vou com o meu voto aprovar este Projeto de Lei que está proibindo. Então não vejo como dizer que eu tenho preferência por determinadas áreas da Cidade em detrimento de outras. Por mim toda a cidade de Porto Alegre tem essa liberdade assegurada. Que eu me inspire na realidade que eu conheço bem da Restinga, que eu me inspire em algumas realidades, disso eu posso ser e devo ser acusado, posso e devo ser acusado, mas dizer que eu estou querendo preterir determinado tipo de comerciante em favor de outro, é um equívoco com o qual eu não quero compartilhar, porque, neste particular, seria injusta a colocação. A minha posição é ampla, é no sentido de que o comércio abra onde entender que deve abrir, e na conveniência de dois grandes fatores: do seu empreendedor, se quiser colocar os seus produtos à venda e, especialmente, do consumidor, porque se abrir as casas comerciais, e o consumidor não for comprar, eles vão fechar no outro dia, essa é uma regra inexorável, é o maior plebiscito que poderia haver. Por que existem vários comerciantes que vêm aqui e são contrários à abertura do comércio aos domingos e agora anunciam nos jornais de Porto Alegre que vão abrir no próximo domingo e em outros tantos? Porque eles testaram, abriram as suas lojas e viram o resultado. Eu sei que a população quer compras aos domingos, e por isso eu fico com a população, com todo o respeito àqueles que têm posição em contrário. Não estou aqui para reclamar do Sindicato dos Comerciários, não estou aqui para reclamar de ninguém, cada um toma a posição que julga que deve tomar, eu tomo a minha, eu mantenho as minhas posições anteriores, ou seja, não vou votar esta matéria, não vou, com o meu voto, convalidar uma situação que eu entendo um equívoco do qual a cidade de Porto Alegre pode se lamentar, que inclusive, pode desgarrar até mesmo para ser apreciado, novamente, na área judiciária, com resultado desfavorável à Câmara.

A minha posição é clara, tenho o maior respeito por todos que estão aplaudindo aqueles que querem proibir a abertura do comércio aos domingos, mas com o maior respeito que tenho por eles, eu reafirmo as minhas posições, ou seja, sou a favor da liberdade de comércio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar o PLL n.º 177/02.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, e os nossos queridos comerciários e comerciárias que estão aí nas galerias acompanhando a votação deste Projeto, eu quero dizer para vocês que a grandeza das pessoas a gente conhece e dá valor pelas atitudes. Numa rápida conversa com o nosso querido colega Ver. Haroldo de Souza, mostrei para ele a Emenda n.º 1 e, numa troca de idéias, disse a ele que está com a sua Emenda salvando o horário de abertura do comércio, shopping, mas, ao mesmo tempo, está prejudicando pequenos e médios comerciantes. De pronto, o Ver. Haroldo de Souza atendeu ao meu pedido, ao meu apelo, e disse que eu me pronunciasse nesta tribuna, e pedisse que os nobres colegas desta Casa votem contrário a Emenda dele, que votem favoravelmente a minha Emenda n.º 3 que, de fato, salva o horário de trabalho dos pequenos, médios e também grandes estabelecimentos comerciais.

Portanto, o nosso parabéns ao colega Ver. Haroldo de Souza, e, em nome dele estou fazendo este pronunciamento, e daqui há poucos minutos tudo leva a crer que nós vamos votar este Projeto. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Peço ao Ver. Carlos Alberto Garcia que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O Ver. Carlos Alberto Garcia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Não havendo mais Bancada para encaminhar a matéria. Em votação nominal o PLL n.º 177/02. (Após apuração nominal.) APROVADO por 17 votos SIM.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Emenda n.º 01,de autoria do Ver. Haroldo de Souza, aposta ao PLL n.º 177/02. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 18 votos NÃO.

Vou ler a Emenda n.º 02. (Lê.) “Fica estabelecido um calendário com carga horária de 6 horas excepcionalmente o domingo que anteceder as seguintes datas.”

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Estilac Xavier, a Emenda n.º 2 aposta ao PLL n.º 177/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Estilac Xavier, a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02, aposta ao PLL n.º 177/02. (Lê.) “Altera a Emenda n.º 02 acrescentando após no domingo que anteceder as seguintes datas, desde que atendendo dispositivo nos inciso III e VI do art. 8.º da Constituição Federal.” (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 01 voto SIM e 18 votos NÃO.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Estilac Xavier, a Emenda n.º 03 aposta ao PLL n.º 177/02. (Lê.) “O art. 6.º do PLL n.º 177/02, diz que esta Lei entra em vigor na data da sua publicação tendo a vigência até o trânsito julgado da Adin n.º 70004762472, proposta contra Lei n.º 7.109, de 3 de julho de 1992.” (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 18 votos SIM.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda n.º 04 ao PLL n.º 177/02. (Lê.) “Acrescenta o parágrafo único - os localizados em áreas próximas e pontos turísticos”. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 02 votos SIM e 16 votos NÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda n.º 05 ao PLL n.º 177/02. (Lê.) “Acrescenta no art. 2º, parágrafo 7º - 12 domingos à livre escolha das empresas.” (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA a Emenda, por 3 votos SIM e 16 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 06 aposta ao PLL n.º 177/02, que acrescenta o parágrafo único: “Os localizados em centros comerciais ligados física e condominalmente a complexo hoteleiros.” Em votação nominal a Emenda n.º 06 ao PLL n.º 177/02, por solicitação do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 05 votos SIM e 15 votos NÃO.

Em votação a Emenda n.º 07 aposta ao PLL n.º 177/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, como Liderança, que “suprime o art. 3.º do PLL n.º 177/02, Proc. n.º 2.832.” Em votação nominal a Emenda n.º 07 ao PLL n.º 177/02, por solicitação do Ver. Paulo Brum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 20 votos SIM. Vinte Vereadores votaram.

Não havendo mais matéria a ser apreciada, encerramos a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h29min.)

 

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